Apesar de assaltos e insegurança, estudantes são contra PM na UESPI
Polícia Militar atuará de forma provisória dentro da instituição. Segurança será feita através de guaritas e a criação de cartões magnéticos e impressão digital
Uma audiência realizada na manhã desta quarta-feira (28/10) no campus Torquato Neto, da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) decidiu mecanismos para melhorar a segurança dentro da instituição.
De acordo com o reitor Nouga Batista, um edital de licitação para a construção de guaritas e identificação eletrônica dos estudantes será lançado em até 15 dias. Ele assegurou que a proposta partiu do governador Wellington Dias (PT), que pretende aparelhar e reestruturar a Uespi.
"O governador irá destinar R$ 26 milhões para serem aplicados em melhorias na Uespi. Com isso iremos resolver de uma vez por todas esse problema da insegurança no Torquato Neto", afirmou o reitor.
Presentes na audiência, o coronel Raimundo Sousa, comandante das Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais (RONE) e o tenente coronel Vicente Carlos, comandante do 9º Batalhão, disponibilizaram a presença da Polícia Militar dentro da instituição para garantir mais segurança.
SEGURANÇA MILITAR É REPUDIADA
Contudo, alguns segmentos repudiam a presença da PM na parte interna da Uespi. Mesmo assim, o coronel Sousa destacou que ficará à cargo da instituição aceitar ou não o reforço na segurança.
"Não queremos a presença da PM de forma constante dentro da Uespi. Quando estivermos com toda essas medidas sendo postas em ação acredito que iremos ter mais segurança e não será necessário a presença dos policiais na parte interna", ressaltou Nouga.
O controle de estudantes deverá ser feito através de cartão magnético ou impressão digital.
CONSULTA COM ESTUDANTES
"A PM está disponível para ficar na Uespi, mas a comunidade acadêmica se mostra incomodada com a presença do policiamento ostensivo. Deixamos a cargo deles. A instituição ficou responsável por elaborar uma consulta com os estudantes para decidirem se irão aceitar ou não nossa presença", afirmou o coronel Raimundo Sousa, comandante da RONE.
Apesar disso, Sousa garantiu que de imediato, a PM irá atuar dentro da UESPI entre os horários de 7h da manhã até as 22h. O trabalho será feito em forma de escala.
INSTITUTO DEFENDE A PM NA UESPI
Também presente na Audiência, o presidente do Instituto de Segurança Muda Brasil, Dimas Leandro, culpou o Estado e as reitorias passadas da Uespi pelos problemas relacionados à segurança. De acordo com ele, não houve uma preocupação em elaborarem um plano de segurança pública interna.
Também presente na Audiência, o presidente do Instituto de Segurança Muda Brasil, Dimas Leandro, culpou o Estado e as reitorias passadas da Uespi pelos problemas relacionados à segurança. De acordo com ele, não houve uma preocupação em elaborarem um plano de segurança pública interna.
“Vemos uma comunidade acadêmica assustada, vítima de assaltos constantes. Tanto os professores quanto a reitoria vive impedida de trabalhar. Temos que pensar ações urgentes. Os reitores passados nunca se preocuparam em elaborarem um plano de segurança interno que fosse eficiente e duradouro. Os reflexos disso nós estamos sentindo hoje”, afirmou.
Ao contrário do que defende alguns grupos da instituição, Dimas Leandro afirma que a presença da PM seria a ação mais urgente e propícia para melhorar as condições de segurança.
“A alternativa emergencial seria a presença da PM dentro do campus da UESPI. Alguns dizem que causa um certo desconforto, mas os estudantes não tem que se sentir inibidos, mas sim, os bandidos. O que não podemos é aceitar que as pessoas queiram vir para cá roubar, estuprar, namorar, quebrar o patrimônio público ou fazer sexo dentro das dependências”, finalizou.
Participaram da Audiência Pública o comandante do 9º Batalhão, do 1º, da RONE e do Policiamento Escolar de Teresina.