Prefeitos cobram repasse extra de FPM para pagar salários
Arinaldo Leal, presidente da APPM: pressão em Brasília para aumento dos repasses do FPM para as prefeituras
Levantamento feito pela Associação Piauiense dos Municípios (APPM) indica que os recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) tiveram a quarta queda sucessiva em quatro meses, o que representa uma redução em torno de 40% da principal receita das prefeituras. Prefeituras que recebiam R$ 400 mil de FPM devem receber agora em outubro em torno de R$ 250 mil - a terceira e última parcela do mês cai dia 30 na conta das prefeituras.
A preocupação dos prefeitos agora é para garantir o pagamento do funcionalismo público, inclusive o 13º salário. O presidente da APPM, Arinaldo Leal, diz que os atrasos nos salários dos servidores municipais e fornecedores devem começar já em novembro. Os prefeitos estão em Brasília pedindo apoio dos parlamentares federais para pressionar o governo a aumentar o repasse em 1% do valor do FPM para compensar as perdas. A APPM organizou uma reunião entre parlamentares do Piauí e lideres partidários na Câmara Federal, em Brasília, para pressionar pela aprovação de mais 1% do repasse do FPM.
"Conseguimos essa reunião entre as comissões. Se tudo der certo, teremos uma aprovação pela Câmara de mais 1% desse repasse para o Estado", afirmou o presidente da Associação, Arinaldo Leal. Graças a proposta do deputado federal Júlio César (PSD), desde dezembro de 2007 os municípios tem um repasse adicional de 1% no final do ano para ajudar aos prefeitos a pagar o 13º salário e honrar outras despesas de fim de ano. Agora, os prefeitos querem a aprovação de outra proposta do deputado, que concede mais 1% aos municípios no mês de julho.
Neste período, segundo ele, historicamente ocorre queda na arrecadação de impostos, o que implica no FPM, já que o valor do repasse é definido de acordo o Imposto de Renda e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) arrecadados pela União.
"As prefeituras estão numa quebradeira, porque não têm recursos para honrar compromissos e pagar a folha", disse Arinaldo Leal. Segundo ele, aumentaram as despesas e reduziram as receitas. "Desse jeito as contas nunca fecham. E o governo federal repassou os programas sociais para os municípios aumentando ainda mais esta conta. São poucos os prefeitos que não estão descum-prindo a Lei de Responsabilidade Fiscal no pagamento de pessoal", lamentou.
Segundo o presidente, boa parte dos prefeitos já suspendeu obras, pagamento de fornecedores e está demitindo comissionados e terceirizados para tentar pagar a folha de efetivos e garantir o 13º salário dos servidores. "Muitos municípios já estão com a folha de pagamento atrasada. Apesar do extra de 1% no final do ano, não será possível compensar os débitos. Setenta por cento das prefeituras enfrentam esse problema", disse Arinaldo Leal. Segundo ele, a média de atraso de pagamento nos municípios é de três meses.