Na manhã desta quarta-feira (26), a comerciária Erycka Aléxia Morais, que prefere ser chamada de Eryck, 20 anos, denunciou o caso de agressão ocorrido no domingo (25) à Corregedoria da Polícia Militar. A jovem foi expulsa pelo PM, Antônio Carlos Bezerra, que estava a paisana, mas a serviço do Parque Potycabana. Um vídeo gravado por um dos colegas da jovem mostra a discussão.
As imagens não mostram a motivação do conflito entre Ericka Aléxia e o militar. Segundo a direção do Parque, o policial teria pedido a jovem que saísse de cima da mesa onde ele estava sentada com mais quatro pessoas, já que se trata de uma conduta proibida pelo regimento da Potycabana. A vítima confirma a história.
"Eu estava sentada na mesa quando vi um homem se aproximando. Daí eu sai da mesa e sentei nos bancos, porque sabia que não era permitido. Ele continuou vindo na nossa direção e chegou com muita grosseria me "apresentando" para a mesa. Ele perguntou a minha idade e pediu que eu me retirasse. Quando fui sair, ele agarrou no meu braço. Eu pedi para ele me largar. Eu ia sair, mas não queria que ele me pegasse pelo braço como se eu tivesse cometido um crime".
Em um dos momentos da discussão ela se identifica como mulher e o acusa de preconceito. "Eu acho que a princípio, não tinha uma motivação homofóbica, porque ele só percebeu que eu era uma menina quando eu disse. Depois que falei, ele ainda ficou na dúvida e disse que eu deveria me vestir como mulher".
O superintendente do Parque Potycabana, Francisco Mota, disse que aguarda o desfecho do caso. "Quero que fique bem claro que a administração não é conivente com nenhum ato discriminatório, nenhum tipo de agressão física ou verbal. O nosso papel é fazer uma intervenção imparcial. Vamos investigar e estamos aguardando a jovem aqui para mostrar seu posicionamento diante dos fatos". Ele reforça que o parque é um lugar aberto a todos os grupos.
A Corregedoria da Polícia Militar tomou conhecimento do caso depois da repercussão e vai abrir uma sindicância para saber a motivação do conflito e se houve abuso de poder por parte do policial que já tem 20 anos de profissão.
Erycka Aléxia, apresentou prints de supostos depoimentos feitos pelo policial em uma rede social se defendendo e insinuando que ela estaria sobre efeito de "algo".
Ela disse que pretende fazer exame toxicológico para provar que não faz uso de drogas. "Na rede social dele, que provavelmente ele já deve ter apagado ou editado, mas algumas pessoas me enviaram prints, ele diz que percebeu que eu estava com olhos avermelhados e que supostamente eu havia consumido usado algo. Para dar entrada ao processo, quanto mais provas melhor. Além do vídeo, eu vou fazer o exame provando que eu não uso nenhum tipo de drogas".
Ela acusa do policial de agressão física e moral e acredita se tratar de um crime de homofobia. "Independente da minha opção sexual, eu posso me vestir como eu quero. E ele falar que por ser mulher eu tenho que me vestir como uma, aquilo ali dói muito".
O coregedor da PM, coronel Ricardo Lima, disse que uma sindicância já foi instaurada. "Nós já nomeamos o oficial para comandar a sindicância, já recolhemos o vídeo da internet que será encaminhado para a perícia. E vamos ouvir todas as pessoas envolvidas no caso".
fonte cidadeverde.com