EMPRESA confirma clonagem de avião e pede investigação
AERONAVE DE PREFIXO PT-DRO que caiu no Piauí é 'falsa' e cercada por vários mistérios
O advogado da Marnanglo Empreendimentos e Participações S/C Ltda , Eduardo Diamantino, comunicou à imprensa que o avião bimotor de prefixo PT-DRO foi de fato clonado. Em nota, a empresa conta que foi surpreendida pela notícia da queda do avião, já que a aeronave de sua propriedade permanece estacionada e intacta no aeroporto do município de Jundiaí, em São Paulo.
A informação já havia sido confirmada pela aeronáutica no Piauí e o próprio 180 encontrou na web imagens do verdadeiro PT-DRO, que possui, como confirma a empresa, fuselagem pintada de marrom e berge, diferente do avião que caiu no Piauí, que é pintado com listras azuis.
O Rockwell Twin Commander 500-S que caiu no Piauí é de modelo semelhante ao verdadeiro PT-DRO, com algumas modificações, inclusive em seu interior, onde foram retirados os bancos dos passageiros. O grande mistério que persiste é a quem pertence o avião que caiu, e ainda mais, quem estava na aeronave no momento do acidente e o que tinha nas “malas” carregadas por eles.
A tripulação do avião sumiu, e populares relatam que homens com maletas desceram rapidamente do avião e seguiram para uma picape. A polícia agora tem duas suspeitas principais: envolvimento com crime eleitoral ou tráfico de drogas.
Na web, 180 localizou imagens da aeronave verdadeira. Na foto acima, ela é comparada com o avião clonado que caiu em Piracuruca
VEJA NOTA DA EMPRESA
Nota de esclarecimento
Nota de esclarecimento
Com relação às notícias envolvendo o pouso forçado de um avião bimotor prefixo PT-DRO no município de Piracuruca, no Piauí, ocorrido dia 2/9/2014, a Marnanglo Empreendimentos e Participações S/C Ltda. vem a público esclarecer o seguinte:
Para nossa surpresa, fomos informados de que o avião acidentado dia 2/9/2014 tem o mesmo prefixo — PT-DRO — que a aeronave Twin Comander modelo 500-S, número de série 3102, pertencente à Marnanglo. Todavia, nossa aeronave se encontra intacta, no aeroporto do município de Jundiaí (SP).
Cabe, agora, esperar das autoridades ligadas à aviação civil brasileira e das autoridades policiais que investigam o acidente ocorrido em Piracuruca, o esclarecimento do que possibilitou a clonagem do nosso avião que, embora seja do mesmo modelo daquele que se acidentou, tem a fuselagem pintada de branco e bege, sendo, portanto, diferente do aparelho acidentado.
Para nossa surpresa, fomos informados de que o avião acidentado dia 2/9/2014 tem o mesmo prefixo — PT-DRO — que a aeronave Twin Comander modelo 500-S, número de série 3102, pertencente à Marnanglo. Todavia, nossa aeronave se encontra intacta, no aeroporto do município de Jundiaí (SP).
Cabe, agora, esperar das autoridades ligadas à aviação civil brasileira e das autoridades policiais que investigam o acidente ocorrido em Piracuruca, o esclarecimento do que possibilitou a clonagem do nosso avião que, embora seja do mesmo modelo daquele que se acidentou, tem a fuselagem pintada de branco e bege, sendo, portanto, diferente do aparelho acidentado.
São Paulo, 03 de setembro de 2014.
Marnanglo Empreendimentos e Participações S/C Ltda
PP/ Eduardo Diamantino, advogado
PP/ Eduardo Diamantino, advogado
SOBRE A QUEDA DO AVIÃO CLONADO
Nesta quarta-feira (03/09), uma equipe do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) fez uma vistoria no avião, que no momento da queda tinham dois ocupantes. Por volta de 15h30, quando o avião pousou na pista, os ocupantes desceram e se aproximaram de uma caminhonete F-250, que estava carregada com galões de combustível. Todo material foi colocado na aeronave.
Nesta quarta-feira (03/09), uma equipe do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) fez uma vistoria no avião, que no momento da queda tinham dois ocupantes. Por volta de 15h30, quando o avião pousou na pista, os ocupantes desceram e se aproximaram de uma caminhonete F-250, que estava carregada com galões de combustível. Todo material foi colocado na aeronave.
Ao tentar novamente levantar voo, a aeronave apresentou falhas, obrigando os tripulantes a tentar retornar ao solo, momento em que o avião bateu em uma árvore e acabou caindo, perdendo parte da asa e um dos trens de pouso. Imediatamente os ocupantes, segundo testemunhas, desceram rapidamente com maletas na mão, que foram colocadas na carroceria da caminhonete, e todos seguiram em rumo desconhecido.
Ao portal Piracuruca Ao Vivo, um senhor de nome Lucas, informou que um dos homens que estava na caminhonete era deficiente, e possuía apenas uma das pernas. Os cabelos já eram brancos e ele andava com o auxilio de uma muleta. Diz ainda que o piloto da aeronave já havia pousado em outras aeronaves na mesma pista, trazendo pessoas de Teresina.
PRF vistoriou aeronave ainda na noite de ontem
Um dos ocupantes da aeronave chegou a dizer aos moradores do local que iriam procurar a delegacia para fazer um Boletim de Ocorrência, que até a manhã desta quarta-feira (03), nenhum procedimento foi registrado sobre o caso. Chegou à polícia ainda a informação de que no dia 1º de setembro, quatro pessoas estiveram na pista realizando medições no campo de pouso.
Na averiguação realizada pela Polícia Rodoviária Federal - quem primeiro chegou ao local - foram apreendidos 8 galões de combustível e o mais grave várias pontas de cigarro, formando uma combinação perigosa. Além das apreensões, verificou-se ainda que o interior da aeronave estava totalmente alterada, sem os bancos para passageiros.
Interior da aeronave foi completamente modificado e estavam sem os bancos para passageiros. Foto: Piracuruca Ao Vivo
PT-DRO ‘ORIGINAL’ É DE EMPRESA INVESTIGADA PELA PF
A reportagem do 180 fez a pesquisa na Agência de Aviação Civil e descobriu quem é o proprietário do avião. Ele está registrado no nome da empresa MARNANGLO EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA, sediada no município de Vassouras, no Rio de Janeiro. Só a Polícia e a Aeronáutica vão explicar o que esse avião foi fazer em Piracuruca e se estava a serviço de sua proprietária.
A reportagem do 180 fez a pesquisa na Agência de Aviação Civil e descobriu quem é o proprietário do avião. Ele está registrado no nome da empresa MARNANGLO EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA, sediada no município de Vassouras, no Rio de Janeiro. Só a Polícia e a Aeronáutica vão explicar o que esse avião foi fazer em Piracuruca e se estava a serviço de sua proprietária.
A empresa Marnanglo Empreendimentos já foi alvo de uma investigação da Polícia Federal na Operação Persona, deflagrada em 2007 e que acabou na condenação do auditor fiscal aposentado da Receita Federal, Ernani Bertino Maciel. A Marnanglo Empreendimentos seria uma das “empresas laranjas” do auditor. Segundo a Polícia Federal, o auditor comandou um esquema de sonegação fiscal que beneficiava a empresa americana de importação Cisco Systems e que teria gerado um prejuízo de R$ 3,3 bilhões aos cofres públicos.
A sentença da 1ª Vara Federal de São Paulo condenou Ernani Bertino ao pagamento de multa equivalente a três vezes ao seu acréscimo patrimonial, a perda da aposentadoria e à proibição de exercer cargos públicos por dez anos. A empresa dona do avião que fez o pouso forçado em Piracuruca era controlada por outra empresa de Ernani Bertino, a Olinda Participações, que era dono de um hotel luxuoso em Barra do Piraí (RJ), o Fazenda Ribeirão Hotel de Lazer.
COMBUSTÍVEL COMPRADO EM TERESINA
O combustível Avgas que foi apreendido dentro do avião teria sido comprado em Teresina. Pelo menos é o que informa uma fonte ao 180, que preferiu não se identificar. “Eu estive lá quando eles estavam comprando”, diz uma pessoa que conhece o motorista da caminhoneta e que também estava comprando combustível de avião, mas que não quis informar sua identidade.
O combustível Avgas que foi apreendido dentro do avião teria sido comprado em Teresina. Pelo menos é o que informa uma fonte ao 180, que preferiu não se identificar. “Eu estive lá quando eles estavam comprando”, diz uma pessoa que conhece o motorista da caminhoneta e que também estava comprando combustível de avião, mas que não quis informar sua identidade.
Oito galões de combustível foram encontrados dentro do avião: Foto: Piracuruca Ao Vivo
Segundo esta testemunha, eram sete galões de 50 litros, e um oitavo com capacidade menor que seriam levados dentro do avião. A aeronave permite carregar até uma tonelada. A pessoa presente no momento da compra do combustível disse ainda que a F-250 cinza possuía uma “carroceria de madeira”. A pessoa presente no momento da compra do combustível disse ainda que a F-250 cinza possuía uma “carroceria de madeira” e que a carroceria estava “coberta com uma lona azul”.
Apenas em dois lugares de Teresina se pode adquirir o combustível Avgas. Um é no aeroporto de Teresina e o outro lugar é no aeroporto de Fátima, localizado na região da Cacimba Velha. O aeroporto de Fátima é de propriedade privada. A fonte que repassou a informação não quis dizer onde foi realizada a compra para não “se comprometer”. O valor do litro é R$ 6,80.
“PAPELOTES” DE “PÓ BRANCO”
Já segundo outras testemunhas que conversaram com policiais da Força Tática presentes no local, dentro da aeronave foram encontrados dois “papelotes” com “filetes” de um “pó branco”.
Já segundo outras testemunhas que conversaram com policiais da Força Tática presentes no local, dentro da aeronave foram encontrados dois “papelotes” com “filetes” de um “pó branco”.
Pontas de cigarro que estavam no avião; populares relataram ainda ter visto papelotes de pó branco: Foto: Piracuruca Ao Vivo
fonte 180graus.com