terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Greve dos professores da rede municipal segue sem previsão de encerramento

 Os professores reivindicam um reajusta salarial de 22,07%. Prefeitura diz que valor é inviável

A greve dos professores da rede municipal de Teresina, iniciada na segunda-feira (17), segue sem previsão de encerramento. A categoria reivindica um reajuste salarial de 22,07%, valor bem acima dos 6,5% propostos pela Prefeitura.

Foto: Divulgação/SindsermGreve dos professores da rede municipal
Greve dos professores da rede municipal

A gestão municipal alega que o impacto financeiro do reajuste somado à convocação de 342 novos professores inviabiliza o aumento desejado pelos docentes. Segundo o secretário de Administração, Marcos Elvas, a proposta da Prefeitura já representa um custo adicional de R$ 63 milhões por ano.

“Para quem recebeu a prefeitura da forma que recebeu, acho que é impossível fazer mais. Entendo a posição do sindicato, no regime democrático é possível ter várias visões. Mas tem que ter a capacidade de pagamento”, declarou o secretário.

Por outro lado, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm) argumenta que a Prefeitura tem condições de atender à reivindicação, já que recebeu um repasse recorde do Fundeb de R$ 83 milhões em janeiro e outros R$ 28 milhões em fevereiro.

Diante do impasse, os professores se mobilizaram nesta terça-feira (18) na Câmara Municipal para buscar apoio dos vereadores e pressionar o prefeito Silvio Mendes (União Brasil) a negociar o reajuste.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) reafirmou que "o momento exige responsabilidade fiscal" e que o reajuste de 6,5% é o máximo possível dentro das condições financeiras atuais.

Confira a nota na íntegra:

A Prefeitura de Teresina, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMEC), concedeu um reajuste linear de 6,5% para professores e pedagogos da Rede pública Municipal de Ensino, percentual maior que o nacional (6,27%), retroativo a janeiro deste ano. E o indicativo do Projeto de Lei será encaminhado nos próximos dias para aprovação da Câmara.

A atual gestão está comprometida com a valorização dos profissionais da educação, mas, o momento exige responsabilidade fiscal, não sendo possível um reajuste maior que 6,5%.

A Prefeitura de Teresina segue empenhada em equilibrar as contas da educação municipal, garantindo que os direitos dos profissionais sejam cumpridos e que os investimentos na qualidade do ensino sejam mantidos.

Fonte: Portal AZ

103 viagens: ministro do Desenvolvimento ou do Turismo?

 Wellington Dias é um dos ministros que mais realizaram viagens internacionais

Desde que assumiu o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o senador licenciado e ex-governador do Piauí, Wellington Dias, já acumulou 103 viagens, entre deslocamentos nacionais e internacionais.

Foto: ReproduçãoWellington Dias estará em Teresina nesta quinta-feira (1º) para lançar o programa “Acredita no primeiro passo”, no Piauí
Wellington Dias

Segundo os registros do Portal da Transparência, os gastos com passagens, diárias e outras despesas somam R$ 396.070,46 até 13 de janeiro de 2025, considerando apenas as viagens internacionais disponíveis no portal, atualmente desatualizado.

Wellington Dias, que assumiu a pasta responsável por políticas de segurança alimentar, assistência social e distribuição de renda, além da gestão do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), tem enfrentado críticas desde os primeiros dias de sua atuação. Membros do próprio partido e opositores do governo questionam sua gestão, especialmente devido ao histórico de fome e pobreza em seu estado. No entanto, nem mesmo a crítica constante impediu o ministro de realizar diversas viagens, conforme apontam os registros oficiais. Wellington Dias está entre os ministros mais ausentes das funções ministeriais, passando boa parte do tempo em compromissos políticos e simbólicos, muitos deles fora do país.

Viagens internacionais e gastos expressivos

Desde que assumiu o cargo, o ministro já embarcou para 14 destinos internacionais. As viagens incluem compromissos na Europa, Ásia, América Latina e África, e a maioria delas foi registrada como “Viagem Urgente”, um detalhe que chama atenção, já que deslocamentos internacionais costumam ser planejados com antecedência.

Foto: Reprodução/Portal AZUma das viagens “urgentes” do ministro Wellington
Uma das viagens “urgentes” do ministro Wellington

Algumas dessas viagens tiveram custos elevados para o erário federal:
    •    Nova Iorque – R$ 34.340,02
    •    Londres – R$ 33.842,84
    •    Roma (2023) – R$ 49.821,22
    •    Roma (novamente, 2024) – R$ 63.166,77
    •    China – R$ 82.107,95
    •    Argentina – R$ 7.495,35
    •    Chile – R$ 9.416,51
    •    Paraguai – R$ 5.167,70
    •    Etiópia – R$ 33.993,45
    •    Uruguai – R$ 17.231,50
    •    Barbados – R$ 42.703,83
    •    Catar – R$ 5.996,62

Além dos custos com passagens e diárias, essas viagens quase sempre envolvem assessores, o que significa que o custo real tende a ser ainda maior do que o registrado no Portal da Transparência, que publica apenas os gastos individuais de cada membro do governo, sem contabilizar o total das despesas com as comitivas.

Presença internacional constante

A mais recente viagem do ministro ocorreu em 11 de fevereiro de 2025, quando foi eleito presidente do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, em Roma. O curioso é que essa viagem ainda não aparece no Portal da Transparência, o que levanta dúvidas sobre a atualização dos dados e o acesso público às informações.

Foto: Reprodução/Portal AZDados das viagens de ministro estão desatualizados
Dados das viagens de ministro estão desatualizados

Outro ponto que chama atenção é a repetição de destinos. Roma, por exemplo, recebeu Wellington Dias pelo menos duas vezes em menos de um ano. O mesmo ocorre com outros países, como o Chile.

Além disso, 90% das viagens são classificadas como urgentes, o que pode indicar falta de planejamento prévio. Isso sugere que os deslocamentos foram organizados às pressas, aumentando os custos com passagens e hospedagens, que tendem a ser mais elevados quando comprados sem antecedência.

O impacto das ausências na gestão do MDS

Ao analisar as viagens do ministro, é possível estimar que, se cada deslocamento internacional durou, em média, três dias, as 14 viagens ao exterior entre 2023 e 2024 totalizam pelo menos 42 dias fora do país. Esse número não inclui os deslocamentos nacionais, que ampliam ainda mais o período de afastamento.

Foto: Reprodução/Portal AZMinistro foi um dos mais “ausentes” do governo Lula
Ministro foi um dos mais “ausentes” do governo Lula

Para um ministério que lida diretamente com milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade, a quantidade de viagens do ministro levanta questionamentos sobre a condução da pasta em sua ausência e sua disponibilidade para exercer plenamente a função.

Atualmente, o MDS está no centro de uma polêmica envolvendo um suposto esquema de desvio de recursos em contratos de fornecimento de refeições (“quentinhas”) com empresas ligadas a assessores do PT. Além disso, o desempenho interno da pasta tem sido alvo de críticas, especialmente após o governo federal desmentir o aumento no valor do Bolsa Família prometido pelo próprio ministro. Isso pode indicar não apenas um baixo desempenho da pasta, mas também uma desconexão de Wellington Dias com as diretrizes do governo.

Transparência e fiscalização

Além disso, a demora na publicação da última viagem do ministro no Portal da Transparência gera dúvidas sobre a atualização dos dados e a real transparência da gestão. Como um compromisso oficial ainda não apareceu nos registros públicos? Há outras viagens ainda não divulgadas?

Diante do volume de viagens e dos custos envolvidos, surge a questão: o Tribunal de Contas da União (TCU) e outros órgãos de fiscalização estão monitorando esses deslocamentos? Afinal, o ministro está desempenhando um papel essencial para o país ou apenas acumulando milhas internacionais?

Veja viagens de ministro:

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Fonte: Portal AZ