
Karita Joara
A Justiça do Piauí decidiu levar a júri popular a acusada Maria do Perpétuo pelo assassinato da ex-companheira Karita Joara. O crime aconteceu no dia 26 de setembro de 2024 e, na época, segundo a polícia, Maria do Perpétuo forjou o suicídio da companheira.
O juiz Muccio Miguel Meira, Juiz de Direito da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri, há elementos que sustentam a acusação de fraude processual (laudos e depoimentos) e esse crime continuará sendo julgado junto com o crime principal pelo Tribunal do Júri. Maria do Perpétuo será julgada pelos crimes de feminicídios e fraude processual.
“Admitida a imputação acerca do delito da competência do Tribunal do Júri, os ilícitos penais conexos também deverão ser apreciados pelo Tribunal Popular, visto que um crime conexo só pode ser afastado quando a falta de justa causa se destaca in totum e de pronto, o que não é o caso do crime de fraude processual imputada à acusada, o qual encontra respaldo nos laudos do exame pericial constante nestes autos e nos depoimentos prestados sob o crivo do contraditório”, diz em trecho da sentença.
O mesmo documento, do dia 10 de julho, também analisou a manutenção da prisão preventiva. Maria do Perpétuo está presa na Penitenciária Feminina desde o dia 27 de novembro de 2024. Na ocasião, ela teve a prisão temporária prorrogada e posteriormente convertida em preventiva.
Na decisão, o juiz pontua que Maria do Perpétuo deve aguardar o julgamento pelo Tribunal do Júri em cárcere.
“Com efeito, ao término da instrução criminal na primeira fase deste procedimento, restou comprovada a materialidade do delito e a presença de indícios da autoria atribuída à acusada. A conduta é grave e o modus operandi, em tese, empregado no seu cometimento revelam a periculosidade social da acusada, de modo a recomendar a sua segregação cautelar, como medida necessária ao resguardo e manutenção da ordem pública”, pontua na sentença.
Entenda o caso
Karita Joara de Lima Santos foi encontrada morta dentro de casa no dia 26 de setembro. A companheira, Maria do Perpétuo, estava com ela e alegou à polícia que encontrou Karita enforcada no local. As duas estavam juntas há cerca de três meses.
Inicialmente, o caso foi tratado como suicídio, mas o laudo cadavérico revelou que a vítima foi assassinada de forma violenta por estrangulamento.
No dia 27 de novembro, Maria do Perpétuo, companheira da vítima, foi presa sob suspeita de homicídio qualificado. As qualificadoras incluem feminicídio, meio cruel e fraude processual.
Segundo a delegada Nathália Figueiredo, apenas Karita e Maria estavam na residência no momento do crime. A relação do casal era descrita como conturbada, com constantes discussões, segundo relatos de familiares e vizinhos. Ambas trabalhavam na mesma empresa, e colegas também confirmaram os frequentes desentendimentos.
Fonte cidadecerde.com