O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio da 12ª Promotoria de Justiça de Teresina, realizou duas audiências extrajudiciais na manhã desta quarta-feira (31) para discutir a situação dos transplantes realizados no estado. Os encontros aconteceram na Sala de Reuniões do Hospital Getúlio Vargas (HGV).

Audiência extrajudicial sobre transplantes de córnea no Piauí.

No início dos encontros, o promotor de Justiça Eny Pontes explicou que o MPPI desenvolve o projeto “Doando Vidas” voltado ao fortalecimento dos transplantes e incentivo às doações de órgãos no Piauí, buscando melhorias estruturantes e a conscientização da população.

Promotor de Justiça Eny Pontes.

A primeira audiência teve como pauta os transplantes de córnea e a Fundação Banco de Olhos do Lions Clube Teresina Cidade Verde, uma parceria entre Hospital Vilar, SESC Piauí e Lions Clube. O diretor Geral da Fundação, Mateus Vilar, apresentou um breve histórico da iniciativa e explicou que, com a estrutura pronta, a fase atual é de arrecadação de recursos para viabilizar a implantação, com a compra os equipamentos. Entretanto, ele pontuou que o Banco de Olhos está à disposição para trabalhar na captação de doadores, para procedimentos a serem realizados em hospitais públicos e privados do Piauí.

O coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do HGV, enfermeiro Gilson Cantuário, ressaltou que, com a atuação da Fundação Banco de Olhos, há esperança de zerar a fila dos transplantes de córnea. Já a diretora Geral do HGV, Nirvania do Vale Carvalho, afirmou que o Hospital Getúlio Vargas está à disposição para promover treinamentos, bem como dar apoio logístico e documental.

Outro ponto levantado pelo promotor de Justiça Eny Pontes foi a importância de investir na conscientização da população piauiense sobre a importância da doação, buscando promover o engajamento com a campanha.

Durante a primeira audiência, o diretor Técnico do HGV, Brenno de Sousa Andrade, mostrou-se otimista com o avanço dos transplantes de córnea e de outros órgãos no estado.

Diretor Técnico do HGV, Brenno de Sousa Andrade.

Outros tipos de transplante, como renal, de fígado e de pâncreas foram temas de debate na segunda audiência extrajudicial, na qual foi questionado o cumprimento dos encaminhamentos do grupo de trabalho de reunião anterior. Os gestores do HGV pontuaram avanços como conserto de maquinário, já providenciado, como também o que ficou pendente. Uma das dificuldades apontadas para o avanço dos transplantes foi a necessidade de equipamentos que ainda não puderam ser adquiridos e aparatos necessários às adequações.

O diretor dde Unidade de Descentralização e Organização Hospitalar (DUDOH) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), Anderson Martins Dantas, frisou a necessidade de reciclagem dos profissionais que estão habilitados para esses tipos de cirurgia, tendo em vista o tempo de habilitação e a importância da atualização sobre os procedimentos.

Com a regulação dos transplantes, o coordenador da Equipe de Retirada de múltiplos Órgãos para Transplantes do HGV, Wellington Figueiredo, pontuou que a expectativa é que inicialmente sejam realizados de 10 a 12 tranplantes de fígado por ano.

Ao final da audiência extrajudicial, foram discutidos problemas de repasse de informações e a conscientização sobre o fluxo para os pacientes. O promotor de Justiça Eny Pontes destacou a importância de organizar o fluxo de comunicação para encaminhamento de pacientes, tanto em clínicas quanto em hospitais, de forma a otimizar o trajeto dos pacientes para o acesso aos transplantes e outros tratamentos.


fonte www.mppi.mp.br

Coordenadoria de Comunicação Social
Ministério Público do Estado do Piauí - MPPI