Advogado acusado de estupro usava eventos religiosos para se aproximar das crianças
A investigação foi feita pelo delegado Danilo Barroso
O advogado Acácio Pereira da Silva, 33 anos, preso nessa segunda-feira (09), acusado de abusar sexualmente de três meninos entre 13 e 16 anos, usava eventos da igreja catolica, como retiros espirituais, para se aproximar de suas vítimas. Nas suas redes sociais, o acusado se intitula “Dom Acácio” e mostra ser bastante religioso.
Dentre suas fotos publicadas no Facebook, em sua grande maioria ele aparece com crianças, na qual participava de retiros espirituais da igreja católica. Ele compartilhava também entre suas imagens, vários eventos religiosos. A policia civil afirmou que o último estupro em uma das vítimas ocorreu em um retiro espiritual em agosto de 2015.
As investigações do caso foram procedidas pelo delegado Danilo Barroso e a prisão preventiva foi decretada pelo juiz Carlos Marcelo Sales. O delegado teria iniciado as investigações há cerca de um mês, depois de receber reclamação de parentes das vítimas. Diante da materialidade do crime de estupro de vulnerável, Danilo Barroso pediu a prisão preventiva do advogado.
O delegado confirmou, durante entrevista, que o acusado nunca levantou suspeitas na cidade, por ser uma pessoa bastante esclarecida, além de participar ativamente das atividades religiosas. O que acabou ainda, lhe tornando uma pessoa de confiança, sendo Danilo Barroso.
A prisão de Acácio Pereira foi acompanhada por seis membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele estava no município de Parnaguá quando recebeu voz de prisão. O advogado se diz inocente das acusações, que tudo não passa de injustiça.
Busca e apreensão
A polícia civil de Corrente cumpriu em junho do ano passado mandado de busca e apreensão contra o advogado Acácio Pereira da Silva. Já em 2016, ele era suspeito de ter abusado de dois garotos menores de idade.
O cumprimento do mandado se deu por volta das 5h30 da manhã do dia 10 de junho. Ao chegar à residência a polícia informou sobre o mandado, porém o advogado não abriu as portas de sua residência o que fez com que a policia utilizasse a viatura contra o portão para adentrar ao local.
“O mandado de busca e apreensão foi basicamente foi para recolher elementos que possam ajudar na nossa investigação, no caso mídia, dvds, computadores, HD, notebooks, celulares, pendrive, tudo que puder ter alguma imagem alguma prova em vídeo e foto do possível delito”, disse o delegado Danilo Barroso, em entrevista na época.
Já naquela época, a suspeita da sua proximidade das crianças em retiros espirituais já era levantado. Várias denúncias davam conta que um dos abusos teria acontecido na época de carnaval, em um evento da igreja.
“Ele faz parte de grupo de jovens da igreja, então ele tinha uma proximidade muito grande com a faixa etária entre 15 e 18 anos. Ele tinha certa proximidade com crianças e adolescentes e isso fomenta a questão dessa proximidade é um ambiente propício para que isso aconteça. Os casos são parecidos a forma de atuação, não são exatamente iguais”, concluiu o delegado, em depoimento a impressa no ano passado.