28 pessoas morreram em 4 meses na "Estrada da Morte", a BR-135
Somente no mês de junho deste ano já foram registrados dois acidentes com 16 vítimas fatais na rodovia, que liga o Piauí ao estado da Bahia.
A BR-135, que liga o Piauí ao estado da Bahia, é conhecida como “Estrada da Morte”. O nome, dado pelos motoristas que trafegam pelo local, faz menção ao número de mortes em acidentes na rodovia, considerado fora dos padrões até mesmo pela Polícia Rodoviária Federal. De acordo com a PRF, de janeiro a junho deste ano foram contabilizadas, pelo menos, 28 mortes em acidentes em um trecho de 400km da BR-135. Desde 2015, são contabilizadas 82 vítimas fatais na rodovia.
Somente no mês de junho, já foram registradas 16 mortes na rodovia. Neste mês, o primeiro acidente, ocorrido na última segunda-feira (12), vitimou seis pessoas, entre elas uma criança de três anos de idade. A colisão aconteceu entre os municípios de Bom Jesus e Gilbués, próximo ao povoado Eugenópolis. Já no segundo acidente, ocorrido na manhã de hoje (17) em uma curva a cerca de 15 km do município de Redenção do Gurgueia, sul do Piauí, vieram a óbito dez pessoas.
Na manhã de hoje, um ônibus que transportava passageiros para São Paulo, virou em uma curva a cerca de 15 km do município de Redenção do Gurgueia. (Foto: Reprodução)
Veja notícias sobre os acidentes:
PRF avalia riscos da rodovia
Em coletiva realizada na sede da PRF em Teresina, no último dia 09 de maio, a Polícia Rodoviária Federal fez uma avaliação sobre as condições da rodovia. Devido à situação da rodovia, considerada alarmante, e ao grande número de acidentes com vítimas fatais, a PRF informou que iria pedir a restrição de veículos em determinado trecho da BR.
Acidente ocorrido em fevereiro, quando duas mulheres e duas crianças morreram após carro bater em árvore (Foto: Reprodução)
Na ocasião, o superintendente da PRF, Wellendal Tenório, informou que uma das principais falhas é o desnível de até 30 cm entre o asfalto e a área lateral da pista. “Esse efeito degrau, agrava os acidentes com saídas de pista, porque o motorista perde o controle do veículo e sofre tombamento. Num trecho assim, se um pneu sai da pista, não consegue mais voltar, e o resultado é o acidente”, explicou o superintendente.
Quatro pessoas morreram em colisão de carro com caminhão tanque em fevereiro, no município de Cristalândia (Foto: Reprodução)
Em avaliação de uma equipe de peritos da PRF do Sergipe, que estiveram no Piauí em março deste ano para avaliar a via com um equipamento não encontrado no estado, foi constatado que a rodovia apresenta condição classificada como “Ruim”, e a geometria da via foi considerada “péssima”. Estas falhas graves contribuem para ocorrências com vítimas fatais.
No relatório apresentado pela PRF foram listados os problemas que precisam ser resolvidos na BR-135, tais como: alargamento da pista, que em alguns pontos tem apenas 5,2 metros, quando deveria ter 7 m; eliminação do efeito degrau, que chega a medir 35 cm; implantação do acostamento, inexistente em boa parte da via; sinalização vertical (placas) e horizontal (pintura da pista) é comprometida; drenagem da água (pista acumula água – precisa adequação); recuperação do asfalto; implantação de radares para reduzir velocidade;