O Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR) da Polícia Civil do Piauí continua apurando um possível esquema de rachadinha na Prefeitura de Teresina, ocorrido na gestão de Doutor Pessoa. Os investigados produziram prints que mostram Suelene da Cruz autorizando que todas as contratações fossem submetidas à sua aprovação, aparentemente para controlar os salários dos servidores, muitos dos quais eram compelidos a realizar trabalhos pessoais para ela.
Tais registros foram obtidos pela polícia no curso das investigações, culminando nas prisões de Suelene (ex-assessora de gabinete de Doutor Pessoa), Marcus Almeida de Moura, Mauro José de Sousa e Rafael Thiago Teixeira Ferreira. Em uma troca de mensagens, Sol Pessoa instrui Marcus Almeida, então servidor terceirizado, a agilizar indicações para cargos em secretarias municipais — em uma solicitação, ela pede que um nome seja alocado na Secretaria de Cidadania com salário de R$ 4 mil.
As apurações apontam que aqueles com salários elevados acabavam desempenhando tarefas pessoais, como motorista particular, para Sol Pessoa. Há indícios de que muitos nomeados sequer compareciam ao trabalho, embora recebessem seus vencimentos da Prefeitura. Durante o inquérito, ficou patente que Mauro José, que atuava como motorista na gestão anterior, depositou R$ 150 mil em uma construtora a fim de bancar a reforma da residência de Sol Pessoa.
Conforme explicou o delegado Ferdinando Martins, coordenador do DECCOR: “Ela era a pessoa que dialogava diretamente com fornecedores, com um empresário que também fazia interlocução com os terceirizados. Ela tinha protagonismo dentro do trabalho. Ela centralizava os pagamentos, realocava tercerizados.” A Operação Gabinete de Ouro resultou na apreensão de mais de R$ 70 milhões em bens — entre imóveis, veículos de luxo e outros patrimônios ligados aos investigados — e foi motivada por denúncia anônima com dossiê que revelou suposta corrupção, propina, rachadinha e cobrança de vantagens ilícitas no período de 2021 a 2024.
fonte 180graus.com











