Moradores se mobilizam durante operação Faxina nos bairros
De acordo com Amariles Borba, é necessário que as pessoas se dediquem pelo menos uma vez por semana para se mobilizarem contra o mosquito da dengue.
A comunidade do Parque Alvorada, um dos 13 bairros integrantes do Programa Lagoas do Norte, abraçou a quarta edição da Operação Faxina dos Bairros, realizada na manhã de ontem. As equipes de limpeza e técnicos da Fundação Municipal de Saúde (FMS) visitaram casas e mobilizaram os moradores da região para combater o mosquito da dengue.
Morador do bairro há mais de duas décadas, Francisco Pereira se mobilizou cedo. Logo nas primeiras horas do dia, ele e a esposa juntaram o lixo acumulado em casa para que o caminhão da limpeza pudesse recolhê-lo. “Temos o maior cuidado com o lixo para evitar que haja foco do mosquito. Quando soubemos da Operação, separamos o que tinha em casa para o caminhão levar”, conta seu Francisco.
De acordo com ele, toda comunidade deve se mobilizar para manter a cidade limpa e evitar a proliferação de doenças. Ele relata que ele e os seus vizinhos já possuem o hábito de cuidar diariamente do quintal e da própria rua, evitando o acumulo de lixo. “Só unidos venceremos o mosquito. Todos precisam fazer sua parte. É papel da comunidade cuidar da cidade”, afirma o aposentado.
E, durante a operação, o que não faltou foi apoio da comunidade. Além de entregar o lixo, alguns aproveitaram a ação para denunciar locais onde há acumulo de lixo e, consequentemente, foco do mosquito da dengue. Os imóveis abandonados que foram denunciados pela população passaram por limpeza completa.
“Existe uma necessidade de eliminar os criadouros. É preciso que a luta tenha um envolvimento de todos”, afirma o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Francisco Pádua, lembrando que, durante a faxina, são intensificadas atividades educativas. De porta em porta, os agentes de saúde orientaram a população sobre como tratar o lixo.
Além do Parque Alvorada (Norte), os bairros Noivos (Leste), São Pedro (Sul) e Extrema (Sudeste) receberam as equipes de limpeza. Os locais escolhidos para a faxina são os que apresentaram os números mais altos de infestação de mosquito causador da Dengue, Zika e Chikungunya no último Levantamento Rápido do Índice de Infestação para o Aedes aegypti (LIRAa).
Sobre o mosquito
O Aedes aegypti, além de silencioso, costuma picar nas primeiras horas da manhã ou fim da tarde. Pica, principalmente, nas pernas, tornozelos ou pés e a sua picada, geralmente, não dói nem coça. Ele tem voo rasteiro, com no máximo meio metro de distância do solo.
Os ovos do mosquito Aedes aegypti são muito resistentes, sobrevivendo por cerca de um ano em local seco. Quando este local recebe água limpa, em cerca de meia hora ele pode se desenvolver. O mosquito leva 10 dias para se desenvolver e ele vive em média 30 dias. “É necessário que as pessoas dediquem pelo menos um dia na semana para se mobilizarem contra o mosquito. A tecnologia mais avançada para evitar a reprodução do Aedes aegypti somos nós mesmos. Não tem vacina, não tem remédio. Depende da nossa ação”, afirma Amariles Borba, diretora de Vigilância em Saúde da FMS.