quarta-feira, 24 de maio de 2017

Após impasse, servidores municipais iniciam paralisação de 48 horas

Após impasse, servidores municipais iniciam paralisação de 48 horas

A paralisação envolverá todos os setores municipais com trabalhadores representados pelo Sindserm, como Strans, Educação, Saúde, Administrativos e IPMT.


Cerca de 22 mil servidores públicos municipais iniciam hoje (24) greve geral com duração de 48 horas para reivindicar, principalmente, reajuste salarial para a categoria. Definida em assembleia do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), a paralisação envolverá todos os setores municipais com trabalhadores representados pelo Sindserm, como Strans, Educação, Saúde, Administrativos e IPMT. 
Dentre os principais pontos, os servidores reivindicam o reajuste salarial deste ano, os repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), os reajustes setoriais e mudanças de níveis para servidores. Além disso, buscam desenvolver um plano de recuperação de perdas salariais, já que, por muitos anos, a categoria teve reajuste abaixo da inflação. 
“A gente tem perda salarial histórica de 43,25%, portanto a gente pretendia negociar um reajuste acima da inflação para que a gente tivesse um plano de recomposição do poder aquisitivo da categoria. Nós queremos os repasses do Fundef, que cercam R$ 137 milhões pertencentes ao magistério; e também atualização das mudanças de nível, que é um direito constitucional e muda a cada dois anos”, é o que informa Sinésio Soares, presidente do Sindserm. 
Sinésio Soares, presidente do Sindserm (Foto: Jaílson Soares/ Arquivo O Dia)
Impasse 
De acordo com Sinésio, as pautas discutidas são extensas e, por isso, existia um calendário de negociações com a Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos (Sema), envolvendo mais de 100 solicitações dos servidores. Dentre elas, o Sindicato solicita a devolução do dinheiro do imposto sindical, pagamento de uma ação já julgada que define o pagamento dos avanços de níveis e também discutiram melhores condições de trabalho, sucateamento do HUT e Samu. 
No entanto, as reuniões marcadas desde o início do mês de maio teriam sido abandonadas pela Prefeitura. Segundo Sinésio Soares, a greve tem um papel de advertência no intuito de chamar atenção para que a Prefeitura volte às negociações. O presidente do Sindserm também conta que há uma campanha paralela para a solicitação de exoneração e condenação do secretário municipal de Educação, Kléber Montezuma, que é acusado de acúmulo de cargos em diversos setores e, há dois anos, vem sendo processado pelo Ministério Público. “O último reajuste foi ano passado, parcelado em três vezes, o que é uma vergonha. Também queremos negociar outros pontos”, ressalta. 
Até o fechamento desta matéria, o Sindserm ainda não tinha definido os serviços suspensos durante os dois dias de paralisação. As ações realizadas hoje (24), que fazem parte da paralisação, consistem em assembleia geral do Sindserm no Teatro da Arena, no Centro de Teresina e, à noite, uma atividade cultural com apresentações artísticas na Praça Pedro II. Na quinta-feira (25), serão feitos debates a respeito dos direitos do sindicato em local ainda não definido. 
Momento de cautela 
Sobre a greve dos servidores municipais, a Prefeitura de Teresina, por meio da Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos (Sema), destaca que já se reuniu com representantes do Sindserm em duas ocasiões. As demandas da categoria foram ouvidas e alguns das 105 reivindicações apresentadas já foram atendidas. 
A respeito do reajuste salarial para a categoria, o secretário da Sema, Manoel de Moura Neto, pontua que o momento é de cautela, pois a Prefeitura está tentando manter a saúde financeira dos cofres públicos para continuar honrando com seus compromissos. Diante deste cenário, desde o fnal do ano passado, a Administração vem tomando uma série de medidas de redução de despesas. "Estamos estudando as demandas e a capacidade operacional e financeira do município para responder às demais solicitações da categoria. O que podemos garantir é que vivemos um cenário econômico delicado e que exige cautela antes de se tomar qualquer decisão que venha a interferir no cumprimento dos compromissos da Prefeitura para com os próprios servidores ou nos serviços prestados à população", pondera

fonte portal o dia