segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Assassino do pai de jornalista é solto e ajuda a 'provocar' a sociedade e a imprensa

Assassino do pai de jornalista é solto e ajuda a 'provocar' a sociedade e a imprensa

Alexandre Gomes, que responde a mais dois processos, matou senhor de 56 anos pulando em sua cabeça

UM TAPA NA CARA DO PODER CONSTITUÍDO...
Mas para eles é a comemoração da liberdade...
- A provocativa e afrontosa foto de um homem que matou pulando sobre a cabeça da vítima - um senhor de 56 anos de idade, e que responde a outros dois processos, sendo um por agressão a mulher...
- Texto que segue publicação é um ultraje não só a um jornalista que cobre o caso, mas acima de tudo a uma família que perdeu um importante membro do lar, à sociedade, e ao poder judiciário, que não consegue julgar outros dois casos envolvendo o gesseiro...
- Facebook do titular do Blog Bastidores, do 180, foi marcado em três oportunidades para informar sobre a soltura de Alexandre dos Santos Gomes. Uma às 13h17 e outra às 13h20 da última sexta-feira. Em outra marcação, também na sexta, trouxe os dizeres: “Atualiza 180graus... ele já está em LIBERDADE”...
- Blog havia publicado no último dia 14 de setembro que enquanto o assassino confesso estivesse preso, o recurso que pede a anulação do injusto julgamento e tramita no TJ sob a relatoria do desembargador Edvaldo Moura, teria prioridade...
- Alexandre foi posto em liberdade no último dia 22 de agosto, há mais de um mês, portanto. No dia 28 daquele mês, o escritório de advocacia que o defende soltou através do Facebook nota à imprensa, a criticando. A postagem foi curtida por quase 1.000 pessoas. Na foto a dupla é chamada de “lindos”, e mostra o quão os valores sociais parecem deteriorados e invertidos...
- Marcações no Facebook do titular do Blog Bastidores só foram vistas às 21h40 desse domingo (24).
- O que mais se assemelha a um escárnio por parte da defesa de Alexandre: “Por fim, como um pássaro que voa após sair da gaiola, sorriu placidamente ao ouvir de seus defensores em despedida: ‘liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda'”.
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ELE ESTÁ SOLTO...
Quanto vale uma vida? Advogado de óculos escuros ao lado do assassino confesso...
 Quanto vale uma vida? Advogado de óculos escuros ao lado do assassino confesso... Foto: Divulgação

MAL SAIU DA CADEIA E JÁ PULA NA CABEÇA DA SOCIEDADE
O assassino confesso Alexandre dos Santos Gomes, que matou o comerciante Hélio Cortez em novembro de 2014, foi posto em liberdade e posou ao lado do seu advogado, em uma provocativa foto que foi postada no Facebook do seu defensor, com um laudatório e romanceado texto, escritos que procuram transformar o homem que matou pulando sobre a cabeça da vítima até tornar seu crânio flácido, em um ser humano bondoso e injustiçado. 
O advogado procura tirar proveito de um caso notório e junto com o assassino confesso parece afrontar de forma indireta não só o titular do Blog Bastidores, do 180 - que cobre o caso, mas a família da vítima, a imprensa, a sociedade piauiense e o poder judiciário, que não consegue julgar, há anos, outros dois processos que pesam contra Gomes  - um por dirigir embriagado e atropelar pessoas em uma calçada e outro por ameaçar matar e agredir uma mulher.
Alexandre inicia mal a sua ‘liberdade’.  A foto é de péssimo gosto e aparentemente inapropriada, visto se tratar de um crime de homicídio contra um senhor de idade, num estado onde a violência é crescente e a sensação de impunidade permanente. Além do que há recurso pendente de julgamento que pede a anulação do sofrível juri que o condenou a somente 6 anos de prisão em regime semi-aberto.
A família da vítima recorre do confuso julgamento que ocorreu em março. O recurso está no gabinete do desembargador Edvaldo Moura, e tramitava com regime de prioridade, uma vez que Alexandre Gomes, era o que se sabia, estava preso. Agora o recurso entrará na vala comum. Há recursos pendentes no gabinete do desembargador, sem prioridade, datados de 2015 ainda.
Último dia 14 de setembro, o Blog Bastidores fez publicar nota explicando a situação. Ali, ainda não se sabia, mas Alexandre Gomes já estava solto. Última sexta-feira (22), o Facebook do titular do blog foi marcado ao menos três vezes, informando da postagem com a foto de Alexandre e do seu advogado, que chega a por os óculos escuros, em uma foto aparentemente ensaiada para divulgação.
Condenado a meia dúzia de anos de prisão em regime semi-aberto, em um julgamento que se mostrou contraditório, e ao que tudo indica, deverá ser anulado, Alexandre estava desde novembro de 2014 preso na Casa de Custódia.
Seu advogado explica que Gomes foi lançado no “regime prisional aberto”. Portanto, durante o dia o acusado, que ainda tem mais de três anos de pena pela frente a cumprir, ficará livre, recolhendo-se à Casa de Albergados durante a noite e nos períodos em que não tiver realizando atividades laborais.
_A vítima Hélio Cortez. Recurso que pede anulação do julgamento está com o desembargador Edvaldo Moura...
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CRÍTICAS À IMPRENSA “INESCRUPULOSA”
Em seus escritos, um dos defensores de Alexandre Gomes aproveita para realçar o nome do seu escritório, e fala que “O Caso Hélio Cortez (...) ficou notoriamente conhecido em decorrência da imprensa ter exercido enorme influência na formação da opinião pública, transformando em um verdadeiro processo midiático terrorista”. O Blog Bastidores foi, é, e será incisivo nas cobranças por justiça.
Procurando inverter os valores daqueles que lutam por ideais nobres de mundo, o advogado continua a dizer que o processo midiático “impôs terríveis reflexos na atuação das instituições de distribuição de justiça pela exagerada e inescrupulosa exposição na mídia de inverdades”. Na visão do advogado, Alexandre dos Santos é bem mais desventurado do que criminoso.
Alexandre é acusado, embora tenha confessado o crime, de matar o comerciante Hélio Cortez na frente de muitos num bar da zona norte da capital após uma discussão banal.
O gesseiro ainda foi para casa após a troca de insultos, teve tempo para refletir, segundo a polícia, mas voltou para ceifar a vida de Hélio Cortez, o retirando de dentro de um carro, do banco do carona, conforme apontaram as investigações comandadas pelo delegado Baretta e pelo delegado Mateus Zanatta.
Na ocasição, Cortez pedia a uma 'amigo' que o tirasse dali. Havia deixado o celular em seu local de trabalho, um comércio localizado também na zona norte, e não foi localizado pela filha no fatídico domingo.
Sozinho, não encontrou guarita em ninguém. O 'amigo' que o levara para o bar, de nome Manoelzinho - que ainda irá a julgamento, o deixou só.
Segundo as investigações, não o retirou do local, antes das agresssões fatais, mesmo diante dos pedidos de Hélio Cortez, muito menos prestou socorro após o ocorrido, trancando o carro e evadindo-se do local.
OUTROS SUPOSTOS CRIMES 
O gesseiro que confessou o crime e que possui inúmeros advogados, também responde na justiça pelo atropelamento de jovens, quando pilotava em - suspeita-se - estado de embriaguez.
Ainda responde, perante a justiça, por ameaça de morte e espancamento de uma ex-companheira, agredida através de chutes, pontapés e pulos sobre seu corpo caído no chão.
É esse o homem que seu advogado diz ser bem mais desventurado do que criminoso.
A soltura de Alexandre dos Santos Gomes já era esperada, o que não era esperado era a desnecessária provocação - e assim está sendo interpretado - à imprensa, à uma sociedade indignada (com a falta de segurança e a impunidade), à família da vítima e ao judiciário piauiense, que não conseguiu julgar bem, muito menos consegue julgar em tempo célere os outros processos contra o assassino confesso.
Alexandre Gomes não é um herói, não voltou de uma guerra onde defendeu com glória o seu país, não é um símbolo da injustiça. Ao contrário, é temido por inúmeras mulheres, é acusado de espancar uma outra ex-companheira - acusação essa feita pela família da vítima, que já morreu.
Também não estava na cadeia por fazer simples traquinagens, mas por matar um homem pulando sobre sua cabeça, até que essa parte do corpo da vítima ficasse em estado deplorável. E isso na frente de muitos, que gritavam para ele parar.
É de péssimo gosto tripudiar quando o que está em jogo é a vida humana e quando existe recurso pendente de apreciação, num embate jurídico que ainda não chegou ao seu fim.
Mas no mundo, há quem seja capaz de tudo, restando saber somente se esses alguéns cruzarão ou não o nosso caminho.
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O TEXTO COLEGIAL E PRECIPITADO DO ADVOGADO
NOTA DE ESCLARECIMENTO À IMPRENSA E À SOCIEDADE
CASO HÉLIO CORTEZ
Em atenção à imprensa e à sociedade, em virtude de notícias veiculadas sobre o “Caso Hélio Cortez”, o escritório de advocacia CAMPELO LOPES & ARAÚJO LIMA SOCIEDADE DE ADVOGADOS, responsável pela defesa técnica de Alexandre dos Santos Gomes vem, por intermédio de seus titulares, esclarecer o que se segue:
No último dia 22 o executando Alexandre Dos Santos Gomes foi lançado pelo judiciário piauiense ao regime prisional aberto. Tal fato ocorrera em virtude de ter preenchido os requisitos exigíveis pela legislação vigente para tal fim. O requisito objetivo consistente no resgate de certa quantidade de pena, prevista em lei, no regime anterior, fora fielmente cumprido. Lado outro, o requisito subjetivo incidente no bom comportamento carcerário, atestado por certidão emitida pelo Diretor da Unidade Prisional em que o reeducando encontrava-se recolhido também se viu preenchido e a progressão de regime prisional fora aquilatada pelo Juízo das execuções penais da capital. O caso, que ficou notoriamente conhecido em decorrência da imprensa ter exercido enorme influência na formação da opinião pública transformando-o em um verdadeiro "processo midiático terrorista", impôs terríveis reflexos na atuação das instituições de distribuição de justiça pela exagerada e inescrupulosa exposição na mídia de inverdades sobre a atuação de seus membros, bem como a vida e a família de Alexandre, sem nenhum respeito com relação a este em relação às garantias constitucionais da presunção de inocência, da vida privada e da dignidade da pessoa humana. Tudo isso tratou-se daquilo que os norte-americanos denominam sugestivamente “trial by newspaper”, equivalente à “justice médiatique” dos franceses, gerando situações em que ocorre uma exata condução da cena judiciária, das sessões de julgamento e sala de audiências para os espaços dos meios de comunicação. A mídia lançou sobre o caso os holofotes da fama, no entanto, sucumbiu diante de seus próprios erros.A finalidade da pena, não obstante os inúmeros obstáculos para sua execução, visa a integração ou reinserção social do reeducando, e por tais razões o processo de execução deve ser dinâmico, sujeito a mutações ditadas pela resposta do executando ao tratamento penitenciário tendo em vista se dirigir a execução para a forma progressiva, ou seja, a transferência do condenado de regime mais rigoroso para outro mais brando, quando demonstrar condições de adaptação. O regime aberto pela qual Alexandre atravessará resume-se no senso de responsabilidade do condenado. Em síntese, é o regime de cumprimento de pena privativa de liberdade no qual estuda, trabalha e dedica-se a outras atividades licitas fora do estabelecimento, durante o dia, sem escolta ou vigilância, e recolhe-se à Casa de albergado à noite e nos dias em que não deva exercer tais misteres.Por tudo que passou, nunca imaginou que seu martírio seria tão longo. Uma tragédia grega ou uma peça de humor shakespereano protagonizada por muitos com interesses diversos que não o de justiça. É o fim de um pesadelo que durou pouco mais de dois anos.Alexandre, hoje, é bem mais desventurado que criminoso. Retoma a vida depois de beirar o túmulo. Anos ergastulado, sem forças, sem brios, sem mente, sem espirito, sem vida! Assim se resumiu o seu confinamento. Regressa agora aos seus onde reconstruirá com seu ofício uma nova vida. Se regenerará pelo amor, pela família e pelo trabalho, que é a grande força benéfica da humanidade. Sua mãe serenamente lhe espera e o acolherá no seu regaço que não conhece rancores. Com sua nova esposa voltará a beber na taça do amor e ao lado dos filhos transmitirá a mais intima de suas convicções: o homem por mais probo que seja sempre estará sujeito ao erro, e de igual modo a recuperação. Destarte, aprendeu que um homem raramente caracteriza-se por uma única ação em sua vida. Recordará como uma lição salutar a ilíada de desastres, desilusões, tormentos, desespero e ansiedades que viveu, e buscará no labor a sua redenção social levando consigo até a eternidade a serena recordação daqueles que lhe deram justiça clemente e humana na medida exata de sua culpabilidade. Prevaleceu a verdade e a justiça – amigas inseparáveis.Por fim, como um pássaro que voa após sair da gaiola, sorriu placidamente ao ouvir de seus defensores em despedida: “liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda. ” (Cecília Meireles)
RAIMUNDO JOSÉ ARAÚJO DE LIMA JÚNIORADVOGADO OAB/PI 10780

fonte 180graus.com