Findie - IV Festival da Cajuína acontece em agosto em Teresina
O evento conta com uma vasta programação e visa promover a valorização da cajucultura no estado.
Caju (Foto:Paulo Barros)
Nos dias 18, 19 e 20 de agosto, a Cooperativa dos Produtores da Cajuína do Piauí (Cajuespi) em parceria com o Governo do Estado, realiza o IV Festival de Cajuína. O evento levará ao Shopping Riverside uma vasta programação alusiva a cajucultura, promovendo a valorização dos produtos advindos do caju e a integração dos produtores.
Quem passar pelo Festival durante os três dias poderá conferir palestras, oficinas, degustação, exposição de máquinas e equipamentos, culinária, além de levar uma muda de caju para casa. “Da primeira edição para cá, o consumo de cajuína no Piauí aumentou 20%. É importante trabalhar em cima desse produto, que é saudável, rico em vitaminas e genuinamente piauiense”, destaca o presidente da Cajuespi, Lenildo Lima.
A expectativa é de que 10 mil pessoas participem do evento. “A ideia é oferecer um leque de opções para que as famílias se reúnam e se desloquem para experimentar esse produto da terra, além de estar fortalecendo a cadeia da cajucultura no estado. No próximo ano queremos fazer um festival itinerante, levando o Festival, inicialmente, para Picos”, ressaltou o presidente.
O evento será de grande valia para a revitalização do cultivo do caju. “Em 2005 tínhamos 400 mil hectares de caju e hoje temos apenas 26 mil hectares, então houve uma grande perda. Para recuperar, o governo terá que investir em dois milhões de mudas por ano. O caju é fonte de renda para muitos trabalhadores e precisamos nos recuperar para que os agricultores possam trabalhar e gerar a sua renda”, complementou Lenildo.
Cajuespi Criada no ano de 2005 a Cooperativa dos Produtores da Cajuína do Piauí conta com cerca de 120 fábricas de cajuína e 2.700 pessoas trabalhando diretamente na produção da bebida. Além da cajuína, mais de 400 tipos de produtos são fabricados pela Cooperativa, dentre vinhos, cervejas, espumantes e cachaças. Atualmente munidos dos equipamentos necessários para a boa produção, a Cajuespi fortalece os produtores tanto na parte da capacitação, quanto na organização, para que haja um melhor aproveitamento do caju e uma cajuína de alta qualidade.
O público vai conferir a partir de sábado (9) bordados, bijuterias, biscuit, tecelagem, argila e outros produtos feitos pelas artesãs.
Potycabana (Foto:Paulo Barros)
O parque Potycabana, em Teresina, recebe nos dias 9 e 10 de julho mais uma edição da Feira Potyartes. O evento é uma realização da Associação dos Pequenos Empreendedores do Estado do Piauí (Aspepi), com o apoio do Governo do Estado do Piauí. A feira terá início a partir das 16h e contará com a comercialização de produtos de artesanato e com apresentações culturais.
De acordo com a coordenadora da Aspepi, Jousy Lima, a associação tem como objetivo incentivar e proporcionar aos sócios oportunidades de exposição e comercialização de vários segmentos da produção artesanal da capital. “Esse evento é uma forma de mostrar para a população de Teresina e para os turistas que vêm à capital, os produtos do nosso artesanato, da arte santeira ao artesanato popular”, ressalta a coordenadora da Aspepi.
Ainda de acordo com Jousy Lima, a feira reúne também mulheres artesãs de outras cidades como as bordadeiras de Pedro II. “A última edição da feira, realizada no mês de maio, foi um sucesso com a participação de 80 mulheres produtoras que vivem no anonimato e são artesãs e sobrevivem desse trabalho em vários bairros de Teresina”, afirma Jousy Lima.
A Feira Potyartes já é realizada há dois anos na Nova Potycabana, e envolve, aproximadamente, 200 mulheres artesãs de Teresina e o público vai conferir bordados, bijuterias, biscuit, tecelagem, argila, MDF e outros produtos feitos pelas artesãs atendidas pela associação. O evento contará com a programação cultural e comercialização de comidas típicas.
A atração cultural do sábado (9) fica a cargo de Benício Bem que levará a MPB aos presentes à feira a partir das 17h. No domingo (10), a animação será ao som da pianista piauiense, Carla Ramos, às 18h.
Os alunos da escola estadual Professor Antônio Tarcísio Pereira e Silva, localizada no bairro Santa Bárbara, zona Leste da capital, já estão contando os dias para as férias. Mas, antes disso, o projeto Pense Bem Trauma levou, nesta sexta-feira (8), algumas orientações para um grupo de 40 crianças e pré-adolescentes.
O projeto é desenvolvido em parceria com o Centro Integrado de Reabilitação (Ceir) para conscientizar crianças, jovens e adultos sobre a prevenção de acidentes que provocam traumas na cabeça e na coluna, uma das maiores causas de tratamento na instituição.
Segundo a enfermeira do projeto, Cristiane Rocha, cada vítima grave de trauma custa cerca de 100 mil reais aos cofres públicos. “No Ceir, por exemplo, existe um grande número de pacientes em reabilitação por causa de traumas que podem ser evitados com cuidados básicos no dia a dia”, afirma.
Acidentes de trânsito são a maior ocorrência de traumas, seguidos de quedas, violência, esportes e outros. Essa e outras informações chamaram a atenção do David Lucas, 11, anos. “Aprendi a tomar alguns cuidados ao praticar esporte”, diz o garoto, que adora jogar futebol.
O Projeto Pense Bem Trauma atua gratuitamente em escolas municipais e estaduais do Piauí. Para solicitar uma palestra, basta entrar em contato com (86) 3198 1500.
Após denúncia, Sefaz descobre mercadorias sem nota em Teresina
Sefaz descobre mercadorias sem nota fiscal em Teresina (Foto:Ascom Sefaz)
Após receber uma denúncia, a Comissão de Fiscalização Itinerante (Cofit) da Secretaria da Fazenda descobriu uma empresa do ramo de cereais recebendo mercadorias sem nota fiscal. O estabelecimento fica localizado no bairro Planalto Uruguai, zona Leste de Teresina.
O monitoramento da empresa estava sendo feito desde maio e, nesta quinta-feira (7), os técnicos confirmaram a denúncia ao visitar o local e flagrar sacos de arroz sendo descarregados sem nota fiscal.
Sefaz descobre mercadorias sem nota fiscal em Teresina( Foto: Ascom Sefaz)
fonte http://www.piaui.pi.gov.br
No mesmo dia, a equipe da Cofit abordou um caminhão no bairro Angelim, na zona Sul, descarregando tapetes, mantas e bordados com nota fiscal irregular, já que a mercadoria tinha como destino o Maranhão, caracterizando descaminho.
Os veículos abordados nas duas operações foram encaminhados ao Posto Fiscal da Tabuleta para os procedimentos legais. Após a conferência das mercadorias, a Sefaz aplicou, no total, uma multa de R$ 23 mil e recolheu R$ 123 mil de impostos. As duas cargas já foram liberadas.
Projeto Cidadania Ativa realiza ação na Vila Irmã Dulce
Serviços como assessoria jurídica e emissão de documentos foram oferecidos à comunidade.
Projeto Cidadania Ativa realiza ação na Vila Irmã Dulce (Foto:Ascom Sasc)
O projeto Cidadania Ativa realizou mais uma ação, nesta sexta-feira (8), desta vez foi no bairro Vila Irmã Dulce. O programa é da Secretaria da Assistência Social e Cidadania e foi solicitado pela Coordenadoria da Juventude do Estado do Piauí (Cojuv). Dentre os serviços prestados à comunidade estão emissão de documentos, assessoria jurídica, guichês informativos da Ouvidoria do Estado e do Detran e Espaço da Beleza.
O coordenador-geral da Cojuv, Vicente Gomes, ressaltou a importância da ação para o bairro em que a comunidade é carente e tem pouco acesso aos serviços oferecidos. “Muitas vezes, o cidadão até perde um benefício porque não tem documentos básicos”, explicou Gomes.
De acordo com a líder comunitária, Marina Moura, esse tipo de ação sempre atrai muito os moradores do bairro. Ela disse que espera que mais 400 serviços sejam prestados até às 14h, horário previsto para o término das atividades. “É uma ação muito importante para a comunidade porque além de termos um índice muito alto de criminalidade, as pessoas aqui passam por muitas necessidades. Muitas não têm dinheiro para cortar o cabelo ou para tirar uma foto para fazer um documento”, declarou.
O secretário da Sasc, Henrique Rebelo, informou que mais atividades como esta serão desenvolvidas nas próximas semanas tanto em bairros de Teresina como em municípios do estado. “Amanhã participaremos de uma ação de cidadania no município de São Francisco, próximo à região de Floriano. Estamos sempre atendendo às reivindicações das comunidades que querem e precisam disso”, disse o secretário.
Prefeito Nilsão se reúne com Erivan Lopes para tratar sobre comarca de Caracol
Anísio de Abreu, Jurema, Várzea Branca, Guaribas e São Braz podem fazer parte da comarca de Caracol
O Prefeito Nilson Fonseca, Nilsão, do município de Caracol - PI, esteve reunido na manhã de hoje, dia 07, com o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI), desembargador Erivan Lopes, para tratar sobre a possível extinção da comarca do município de Anísio de Abreu – PI e a união de demais municípios ao município de Caracol.
Segundo o ofício, enviado pelo Prefeito Nilsão, a solicitação é para os municípios de Anísio de Abreu, Jurema, Várzea Branca, Guaribas e São Braz se aglutinarem a comarca de Caracol.
Aprovação no pleno Estudo feito pelo Tribunal de Justiça aponta que há uma necessidade de reordenamento de pelo menos 33 unidades judiciárias no Estado. Erivan Lopes disse que não existe ainda uma definição de qual comarca será agregada.
“Isso será objeto de um debate amplo com a sociedade, OAB, Ministério Público e será submetido ao plenário, mas que será agregada isso é irreversível e não tenho dúvida”. Segundo o presidente, a baixa produtividade eleva o custo do julgamento do processo nas comarcas.
Erivan Lopes informou, também, que a comarca de Anísio de Abreu ainda não foi definido se será unificado com São Raimundo Nonato.
Monsenhorgilense participará de Campeonato Mundial de jiu-jtsu em São Paulo
Por meio da Subsecretaria de Cultura a Prefeitura Municipal de Monsenhor Gil, concedeu um auxílio financeiro ao lutador de jiu-jitsu Afonso "Babuíno". O atleta foi credenciado numa eliminatória estadual para disputar o Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu Esportivo, no período de 13 a 17 de julho em São Paulo.
O lutador já ganhou 1 Copa Abdias Queiroz, 2 Open Shopping Rio Poti, 1 Copa Norte/Nordeste e conquistou o 2º lugar em um brasileiro em Belém/PA. Afonso, treina jiu-jitsu há apenas 2 anos e já é federado.
Nas imagens, destaque para, Edson Trajano (secretário de administração) Ronaldo Cardoso (subsecretário de cultura) Luis Ribeiro (professor de jiu-jitsu/ equipe Hassan) e Julimar Brito (SMDR). O atleta aparece também, sendo premiado em uma de suas conquistas.
Dois homens são presos durante operação Start em Teresina
Segundo a Polícia Militar, com a dupla foi encontrado dois quilos de maconha misturados com crack, dois celulares, um relógio e uma quantia em dinheiro.
Dois homens identificados como Pablo Rafael Silva Soares e Anderson Silva foram presos nesta quarta-feira (06), na Avenida Joaquim Nelson, na zona sudeste de Teresina, durante a operação “Start”, realizada pela Polícia Militar.
De acordo com informações do tenente-coronel John Feitosa, Relações Públicas da PM, os homens estavam um carro de placa NHY-4891, nas proximidades do Centro de Internação Provisória (Ceip) quando foram abordados pelas equipes do 8º Batalhão da PM.
Imagem: Divulgação/PMMaterial apreendido pela PM
Segundo a Polícia Militar, com a dupla foi encontrado dois quilos de maconha misturados com crack, dois celulares, um relógio e uma quantia em dinheiro. Os suspeitos foram conduzidos à Central de Flagrantes.
A operação “Start” foi deflagrada no dia 30 de junho em diversos bairro de Teresina, a fim de coibir e reprimir furtos, porte ilegal de armas, tráfico de drogas, através de bloqueios nas saídas dos bairros da capital.
Polícia faz reconstituição do acidente que matou membros do Salve Rainha
Equipes da Perícia Criminal da polícia civil, policiais do 1º Batalhão, Strans e da cavalaria participaram da reconstituição que começou por volta das 22h30 e terminou às 23h45.
Equipes da Perícia Criminal da Polícia Civil, policiais do 1º Batalhão da PM, Strans e da cavalaria participaram da reconstituição que começou por volta das 22h30 e terminou às 23h45.
Imagem: Lucas Dias/GP1Polícia faz reconstituição do acidente que matou os irmãos Bruno Queiroz e Francisco Júnior
Antes de começar a reconstituição, o diretor da Polícia Científica, Antônio Nunes, contou como seria feito o trabalho: "O pessoal vai passar em dois Corollas grandes, um que é um pouco mais antigo, branco e outro que é um pouco mais novo, preto, que é a mesma cor do suposto que causou o acidente. Vão passar também com o Fusca, estão medindo antes certos pontos, vão medir velocidades e depois pegar essas imagens e comparar com as imagens da câmera, pois são capazes e dizer as velocidades que passaram aqui, além disso estão vendo os ciclos de piscagem dos semáforos pra comparar com os ciclos que tem no vídeo, tem um software que a gente tem que ele consegue aumentar muito pra analisar os pixels e com base nisso pode ser que a gente consiga até estabelecer naquele momento se estaria aberto ou não para A ou B, que é outro ponto importante", explicou.
Imagem: Lucas Dias/GP1Antonio Nunes
Rawlinson Ibiapina, perito criminal, também falou sobre o método utilizado na reconstituição: "A gente tá fazendo um trabalho paralelo, na Universidade Federal do Piauí, no departamento de Física com apoio dos professores, mestres, doutores, pra tentar fazer uma análise minuciosa na supérfice do material, nós fomos ao local em que o veículo estava em repouso, na sede do Detran, na Pedra Mole, nós coletamos o velocímetro, levamos para a universidade, removemos a película e estamos analisando num aparelho pra tentar entender qual foi a real interação que o ponteiro pode ter feito com ele, é uma marca que fica microscopicamente latente e com essa marca a gente pode atestar qual é o valor da velocidade naquele ponto e comparar com os valores que a gente ta tentando levantar aqui hoje", declarou.
Imagem: Lucas Dias/GP1Rawlinson Ibiapina
Antônio Nunes disse ainda que o prazo para concluir o laudo é de 10 dias "podendo ser prorrogado por até 30 dias, às vezes até mais se houver motivo pra isso, mas a gente tá tentando não precisar usar todo esse prazo, a gente pretende dar esse laudo o mair rápido possível. Ele também explicou que ainda não é possível determinar a velocidade exata do Corolla, e nem qual dos carros atravessou no sinal vermelho, a reconstituição de hoje visa elucidar exatamente estas questões.
Rawlinson destacou que "aquele valor [de 160 km] nós estamos descartando, ali é algo puramente não cientifico, ali onde o velocímetro trava, não tem relação com a velocidade. O que estamos explicando, é que no momento da colisão o ponteiro interage, mas fica aleatoriamente em qualquer lugar. Mas onde ele interagiu pela primeira vez, pode ser marcação, que não é 160, é outro valor que estamos tentando calcular pra saber realmente o mais próximo possível", finalizou.
Imagem: Lucas Dias/GP1Fusca utilizado na reconstituição
Imagem: Lucas Dias/GP1Corolla e fusca utilizados na reconstituição
Imagem: Lucas Dias/GP1Policiais que participaram da reconstituição
Imagem: Lucas Dias/GP1Policial dirige carro usado na reconstituição
Imagem: Lucas Dias/GP1Polícia faz reconstituição do acidente que matou dois membros do Salve Rainha na Miguel Rosa
O acidente
No dia 27 de junho, o veículo onde estavam os irmãos Bruno Queiroz e Francisco da Chagas Júnior e o jornalista Jader Damasceno foi atingido por um Corolla, conduzido por Moaci Moura Júnior.
Imagem: DivulgaçãoVeículo que os jovens estavam ficou destruído
Moaci Moura Júnior, estava em estado de embriaguez, como comprovou o laudo médico, e pode ter atravessado o sinal vermelho, como contou uma testemunha, colidindo no carro dos irmãos. O jornalista Jader Damasceno também estava no Fusca, ele ficou gravemente ferido, mas já apresenta melhoras. Ele permanece internado no Hospital São Marcos. Um vídeo mostra o momento da colisão.
Moaci foi encaminhado à Central de Flagrantes de Teresina, mas no dia seguinte foi liberado após audiência de custódia e a determinação do pagamento de fiança no valor de R$ 7.040,00.
Impunidade transforma Teresina na capital da exploração sexual de crianças e adolescentes
Padres, empresários, políticos e até fundadores de Ong’s figuram como aliciadores e pedófilos
Depois de receber um pedido de socorro, de um homem que há 27 anos é educador de rua, a reportagem do Portal AZ decidiu seguir os passos dele e traçar o mapa da pedofilia e aliciamento de meninas e meninos em Teresina.
Padres, empresários, políticos e até fundadores de Ong’s (para tirar menores de rua) figuram como aliciadores e pedófilos. O trabalho foi feito durante dois meses por jornalistas e educadores de rua na capital.
O “esquema” do aliciamento quase nunca chega ao conhecimento da polícia. Os agenciadores já tem o perfil da vítima, jovens da periferia que vivem em situação de risco.
O aliciador leva o escolhido para um banho de loja, geralmente em shoppings. Impressionados com os presentes meninos e meninas com aproximadamente 12 anos, idade em que a criança não possui discernimento de entender o que se passa, são apresentados aos algozes.
Pedofilia
Conhecido e respeitado na Igreja Católica um padre, com mais de quatro décadas de atuação, é o que pode se chamar de “decano” na pedofilia. Ele é acusado de abusar sexualmente de meninos de até 12 anos de idade e de levar as crianças para uma casa abandonada que ele mantém a 47 quilômetros de Teresina, na localidade Canaã, município de Caxias, no Maranhão.
O nome dele todos sabem, inclusive seus superiores hierárquicos, mas no entanto, insistem em desconhecer suas atividades. Procurado, o arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, disse que não falaria da pedofilia do padre por telefone. Mas nem pessoalmente, o repórter do Portal AZ é bem recebido na arquidiocese.
A pedofilia estaria sendo praticada há cerca de 30 anos pelo padre, que diz “aos quatro cantos”, ser responsável por recuperação de crianças e adolescentes em situação de risco.
Hoje com 23 anos de idade, o encanador J.P.S.N., relata casos bizarros vividos entre ele, o padre e amigos. “Eu morava no bairro Primavera. O padre me encontrou e disse que iria cuidar de mim. Me deu roupas, calçados, comida e me levou para a casa dele. Lá já tinham outros meninos. Na época, eu tinha 13 anos de idade. Todos que moravam na casa faziam sexo com o padre. Para todos os lugares que ele ia, nos levava”, relata J.
A reportagem do Portal AZ foi até a localidade Canaã. Lá, entrevistou vizinhos da casa construída e visitada pelo padre. “Ele sempre vem ai com meninos. Alguns deles parecem ter cerca de 12 anos de idade. Um rapaz matou o outro ai (na casa), jogou dentro do poço. Depois disso, o padre passou um tempo sem andar, mas já voltou a andar por aqui novamente”, relata uma vizinha da casa, dizendo que não é segredo e que não é de hoje que o vigário mantém a casa abandonada para abusar sexualmente dos meninos. “O senhor pode perguntar para qualquer pessoa aqui da região que ela lhe conta a mesma história”, disse.
E assim a reportagem fez. Sete famílias diferentes foram ouvidas. Todas sabem do que chamam de “safadeza” do padre. O morador da localidade R.A.L, 48 anos, proibiu até o filho de sair de casa quando padre está na comunidade.
Como a casa do padre estava abandonada e sem portas, nem janelas, a reportagem entrou no local. No interior não existe nenhum móvel. “Eles trazem redes, comida, água e ficam ai. De longe todo mundo vê os agarra-agarra. Essa casa é só para fazerem o que não presta lá dentro”, reclama a vizinha.
Recursos públicos
O “negócio” da pedofilia movimenta até recursos públicos em Teresina. Outro decano no crime tem uma ONG que supostamente tira meninos (homens) das ruas. Recebe dinheiro dos cofres públicos para o “negócio”, mas a pratica conhecida mesmo é a pedofilia que o responsável pela ONG estaria praticando há mais de 20 anos, sob o manto do protecionismo político e omissão das autoridades policiais.
Mas não é só o padre e o dono do ONG que se perpetuam no crime. O raio X da exploração sexual aponta também um empresário, dono de posto de gasolina em Teresina e em algumas cidades do interior. Seriam 13, ao todo, além de empresas do ramo da construção civil, comercio varejista, clubes sociais.
Esse empresário é muito citado como sendo explorador sexual de adolescentes (meninas) na periferia de Teresina. Usa o poder econômico para seduzir jovens carentes.
Medo
O educador de rua que acompanhou todos os passos da reportagem do Portal AZ no mapa da exploração sexual e pedofilia, não quis mostrar a cara. “Eles são muito poderosos, mas a verdade é que Teresina é a capital do aliciamento de menores, da pedofilia e da hipocrisia”, disse, com os olhos cheios de lágrimas.
Os casos não são levados à polícia devido a ameaças (até de morte), o poder econômico dos pedófilos e aliciadores e a lenda de que “isso não vai dá em nada”.
“E é exatamente a impunidade que faz com que essa prática criminosa aumente a cada dia na periferia. É como se fosse uma coisa normal, que salta aos olhos de todos, sem nenhuma providência por quem de direito”, desabafa o educador de rua.
As vítimas são aliciadas, em sua maioria, na periferia. Não são alcançadas pelas políticas públicas. Muitas delas são vítimas ainda na infância, a partir dos 11 anos de idade.
Posição da Igreja
O arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, disse que não falaria da pedofilia do padre por telefone, quando atendeu a uma ligação feita pela redação do Portal AZ, inicialmente para saber detalhes de sua visita a João Pessoa (PB), na qualidade de enviado do Vaticano para apurar denúncias do suposto envolvimento do arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, com exploração sexual.
A reportagem foi pessoalmente a Arquidiocese, na manhã dessa quinta-feira (07/07), mas não foi recebida. Ao saber do assunto a assessoria ficou com o número do telefone do jornalista para retornar. Não o fez até a publicação desta matéria.
O dono da ONG, apontado igualmente como aliciador de menores, também não recebeu a reportagem, mas mandou dizer que tem que ser respeitado, pois trabalha há mais de 20 anos “tirando menores das ruas”.
*As pessoas ouvidas na matéria pediram para não ter seus nomes revelados devido a gravidade das denuncias, mas todas as conversas foram gravadas e serão encaminhadas para as autoridades competentes.