Timon (MA) — O cabo da Polícia Militar Arlindo Filho, conhecido por sua atuação incisiva contra o crime organizado em Timon, no Maranhão, foi notificado a desativar sua conta no Instagram por determinação do Ministério Público. A decisão ocorre após a crescente repercussão de suas postagens, nas quais ele divulgava imagens, nomes e endereços de indivíduos associados ao submundo do crime local.
A página mantida pelo policial ganhou destaque entre os moradores da cidade, que viam nas publicações uma forma de alerta sobre a atuação de facções criminosas na região. Com a ampla divulgação, muitos suspeitos passaram a deixar a cidade ou a mudar de comportamento, temendo a exposição pública.
Em nota, o Ministério Público justificou a medida com base na necessidade de resguardar princípios constitucionais, como a presunção de inocência e o direito à privacidade, argumentando que a divulgação de dados pessoais e imagens de suspeitos pode comprometer investigações e violar direitos fundamentais.
Apesar da desativação da página, o cabo Arlindo Filho assegurou que o combate ao crime organizado continuará com o mesmo empenho. “O trabalho policial vai seguir, mesmo que de forma silenciosa. Não vamos dar trégua a essas facções criminosas que insistem em tirar a paz social da população”, declarou o militar.
A atuação do policial já vinha recebendo elogios de parte da sociedade timonense, especialmente de moradores de bairros mais afetados pela violência. “A gente se sentia mais seguro sabendo quem eram essas pessoas e onde atuavam. É uma pena perder esse canal de informação”, afirmou um comerciante que preferiu não se identificar.
O Comando da Polícia Militar do Maranhão não se manifestou oficialmente sobre a decisão até o momento.
A situação abre debate sobre os limites entre o dever de informar e o respeito aos direitos individuais no contexto do combate ao crime, especialmente em cidades onde a presença de facções criminosas representa uma ameaça constante à ordem pública.
