Ex-soldado que matou filho de oficial de justiça é julgado no Tribunal do Júri
Seis homens e uma mulher compõem o conselho de sentença que decidirá se o ex-soldado da Polícia Militar, Igor Gabriel de Oliveira Araújo, 24 anos, será absolvido ou condenado pela morte de Alan Lopes Rodrigues da Silva, 26 anos, assassinado em fevereiro de 2016.
O crime ocorreu em um posto de combustíveis na avenida João XXIII, na zona Leste de Teresina há quase dois anos, onde era comum a aglomeração de jovens durante a madrugada. A vítima era filho de um oficial de Justiça no Piauí.
Testemunhas que estavam no local do crime são interrogadas pela juíza Maria Zilnar Coutinho, substituta da 1ª Vara do Tribunal do Júri.
O réu permanece de cabeça baixa e será o último a ser ouvido. No dia do crime ele estava de folga e servia como segurança do filho de um prefeito. Os dois se conheciam.
Bastante emocionada, a namorada da vítima foi ouvida como informante. Ela chorou bastante ao relembrar de Alan com quem manteve um relacionamento amoroso por mais de quatro anos.
"Ele era amigo de todo mundo", disse a namorada da vítima.
Pai da vítima, Francisco Lopes
A mãe e o pai da vítima, bem como outros familiares acompanham o julgamento.
"Espero que ele pague pelo crime que cometeu. Ainda hoje me pergunto por que ele fez isso? Os dois jogavam bola juntos antes dele [Igor] ser policial. Estou vivendo porque tenho um trabalho e me ocupo. Não desejo essa dor para pai nenhum. Se o Alan fosse um menino que causasse confusão, de certa forma, já estaria esperando algo ruim. Mas meu filho era uma pessoa boa, o negócio dele era fazer amizade", desabafou Francisco Lopes, pai da vítima.
O auditório do Tribunal do Júri está lotado. Pessoas ligadas ao acusado também acompanham o julgamento e alguns vestem camisas com a frase: "Igor, estamos com você!".
Réu é expulso da PM
Igor Gabriel estava em estágio probatório na Polícia Militar e foi expulso em maio do mesmo ano. Além da morte do jovem, o ex-PM já era investigado, desde dezembro de 2015, por abuso de autoridade e crime de tortura praticado em Parnaguá-PI, quando era lotado no 7º Batalhão de Corrente.
Na época, a Delegacia de Homicídios apurou que vítima e acusado já se conheciam e até jogavam bola juntos, mas que teriam uma rixa por causa de uma suposta namorada. Os tiros foram nas costas de Alan.
Igor se entregou na época do assassinato, mas foi posto em liberdade e depois foi novamente decretada a prisão preventiva. Ele passou mais de um ano foragido, sendo encontrado em dezembro de 2017, em um sítio. Desde então estava recolhido na Casa de Detenção de Altos.
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