Lavagem de Dinheiro: Emir Martins prestou informações falsas ao TCE e CNMP
É o próprio CNMP quem assim se pronunciou em relatório cujo trecho está na denúncia do GAECO à Justiça
- “Os fatos são graves, pois indicam a deliberada intenção de prestar informações falsas à comissão instituída pelo Conselho Nacional do Ministério Público (e, aparentemente, também no Tribunal de Contas do Piauí, visto haver sido relatado que os mesmos dados foram enviados àquela corte de contas)".
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“MANIPULAÇÃO DE DADOS” PARA NÃO SER PEGO
Na denúncia de 100 páginas entregue pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) à lenta Justiça do Piauí traz trecho de relatório do Conselho Nacional do Ministério (CNMP) onde afirma categoricamente que o ex-procurador-geral de Justiça do estado, Emir Martins, tentou ludibriar o órgão externo que tem a incumbência de controlar e fiscalizar a atuação administrativa e financeira dos órgãos integrantes do Ministério Público nacional, além de supervisionar o cumprimento dos deveres funcionais dos membros que compõem a instituição como um todo, qual seja, o próprio CNMP, e ainda, o Tribunal de Contas do Estado (TCE).
“Por solicitação da comissão”, traz relatório do CNMP, cujo trecho foi destacado na denúcia, “a Procuradoria Geral de Justiça do Piauí forneceu arquivos digitais que representavam as folhas de pagamentos do MPPI de janeiro de 2005 a março de 2009. Os dados vieram organizados em planilhas eletrônicas, uma para cada ano. Contudo, a comparação entre os dados fornecidos pela PGJ e os contracheques existentes nos autos demonstrou a existência de divergência entre os valores consignados, o que levantou a hipótese de que os arquivos contendo os dados históricos das folhas de pagamento tenham sido alterados para ocultar irregularidades”.
E continua: “Conforme consignado da ata de reunião de instrução, no dia 26/03/2009, na parte da manhã, a comissão dirigiu-se à sede da PGJ e lá procedeu à cópia dos discos rígidos dos dois microcomputadores utilizados no setor financeiro. Os arquivos copiados foram analisados pelo analista de sistemas Erich Raphael Masson, do Ministério Público do Mato Grosso, conforme relatório de Análise, que confirmou a hipótese de manipulação de dados”.
"FATOS GRAVES"
Para o CNMP, “os fatos são graves, pois indicam a deliberada intenção de prestar informações falsas à comissão instituída pelo Conselho Nacional do Ministério Público (e, aparentemente, também no Tribunal de Contas do Piauí, visto haver sido relatado que os mesmos dados foram enviados àquela corte de contas). É provável que a alteração dos dados tenha ocorrido no dia 15/09/2008, mas as informações disponíveis no sistema não permitiram identificar o usuário por elas responsável”.
A denúncia feita ao Judiciário do Piauí tramita a passos lentos.