sexta-feira, 5 de junho de 2015

CFM vistoria Hospital Areolino de Abreu e não descarta intervenção ética


CFM vistoria Hospital Areolino de Abreu e não descarta intervenção ética

Representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM) vistoriaram, na tarde desta sexta-feira (5), o Hospital Areolino de Abreu. A unidade de saúde registrou em menos de dez dias o assassinato de um paciente e um acidente com outro interno que teve 50% do corpo queimado. O conselho quer saber o que está acontecendo no hospital que possa estar prejudicando a atividade médica e o atendimento aos pacientes. Não está descartada uma intervenção ética no local.
Foto: Lucas Marreiros/Cidadeverde.com
Foi vistoriada a estrutura física do hospital, as condições de trabalho dos funcionários e médicos, além do tratamento ao qual os internos são submetidos.
“Vamos avaliar as possíveis irregularidades e se não forem sanadas, o hospital estará passivo de uma intervenção ética. Se não é possível trabalho médico seguro, não pode ter”, afirmou Emmanuel Fontes, presidente do Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM), à TV Cidade Verde.
O Hospital Areolino de Abreu possui 160 pacientes internados, destes 70% são oriundos do sistema prisional. O diretor do HAA, Raphl Webster Trajano, disse que a superlotação inviabiliza a atividade hospitalar. “É impraticável”, afirmou.
A mãe do paciente que teve 50% do corpo queimado esteve no hospital no momento da vistoria. Ela quer que o Areolino de Abreu dê maior atenção ao caso. “Ele entrou com um problema e saiu com outro. Está no HUT com 50% do corpo queimado. Eu quero que o hospital (Areolino) tire o meu filho de lá (HUT) e coloque numa clínica particular. Como uma pessoa amarrada pega fogo no pé? Eu quero uma solução” declarou Maria dos Remédios em entrevista à TV Cidade Verde.
O diretor do hospital disse que o caso está sendo investigado e que o paciente estava sozinho no momento do acidente. “Estava ele e o irmão, que saiu para dormir fora. A porta foi fechada pelo irmão. Eram 5h, todo mundo estava dormindo. Ele tinha um isqueiro e foi tentar se soltar”, relatou.
De acordo com o psiquiatra Leonardo Luz, membro do Conselho Federal de Medicina, o atual modelo de funcionamento do Areolino de Abreu infringe a lei Paulo Delgado, de 2001, que instituiu um novo modelo de tratamento aos portadores de transtornos mentais no país. Segundo ele, apenados não poderiam estar juntos com os pacientes psicóticos. 

fonte cidadeverde.com