segunda-feira, 11 de abril de 2016

AMIGO DE TANTOS CAMINHOS E TANTAS JORNADAS Por Jefferson Kalume de Oliveira


AMIGO DE TANTOS CAMINHOS E TANTAS JORNADASPorJefferson Kalume de Oliveira


Muitos já tiveram e ainda tem aquele velho par de chinelos, agora ali no canto do quarto, seja guardado ou largado na sala. Quantas vezes os calçamos, levou nosso peso, nossas andanças e Esperanças e esteve ali cúmplice de uma quadra de nossas vidas. Àquele velho par de chinelos, desgastado, amoldado aos nossos pés muito se ouviu, sempre silenciou, mas ali estava suportando o tempo e para nos levar leves, pesados, cansados, maltratados.

 Mas não deixava de levar! Servia aos pés, mas era ombro! Nosso ponto de partida e também de chegada! Nestas andanças e mudanças onde se julga as abelhas pelo mel, temos o chinelo sem julgar seu dono, até porque é castiço de opiniões, nosso parceiro fiel e que teima em nos levar avante quando muitas vezes queremos voltar! O que insistia quando tu desistias! Protegendo-nos de muitos espinhos e colocando seu corpo para que não nos machuquem! Chegamos em casa exaustos, mas ali está o velho par de chinelos

Seja qual for o seu nome: alpargata, alparcata, alpergata, alpercata alpregata, pracata, pragata, chinelos não deixam de ser! Numa leitura apressada o leitor poderia dizer: ‘’Mas de tanta coisa a se falar, reservar texto ao par de chinelos !’’

 Então, já respondemos de pronto: O velho par de chinelos é uma releitura de pessoas que temos na vida. Francisca, Maria, João, Jose..., nossa família, rarefeitos amigos e os que nos acompanham até quando juntos fisicamente não estamos! Não são de borracha como os chinelos, mas estão também para ombro quando te faltares chão! A tua voz quando cortarem tua palavra, a tua trincheira quando te acuarem, a tua sombra quando não tiveres mais o corpo, a tua razão quando tua emoção não souber mais discernir! Nestas temos as que são singelas, companheiras, conselheiras, silentes, pacientes, mas ali rente para que possamos ao final do dia desabafarmos,

Falarmos em silencio nossas pretensões, aflições e tudo que um ser vivente possa vir a ter no cotidiano. Assim como algumas pessoas abençoadas em nossas vidas ,o velho par de chinelos está ali e já não sabemos mais quem molda quem, mas uma coisa é certa: Estão ali para nos levar adiante, nem que por alguns ou muitos instantes e estas não podemos e nem devemos deixá-las nos cantos, guardadas ou largadas como aquele aposentado velho par de chinelos!

Fonte portal piaui de ponta a ponta