Contratação de carros de alvos da Topique: líder do governo exonera assessor após suposto erro
Deputado culpa terceiro pelo não correto envio de defesa que trata sobre a contratação de veículos pertencentes a empresas alvos da Polícia Federal
Ministério Público de Contas pede a irregularidade das contas do petista
- “Sou conhecido por tomar medidas contra assessores que perdem prazos. Inclusive, no caso em tela, eu tive que afastar, eu exonerei o assessor por conta dessa medida”, diz líder
______________________
A HISTÓRIA
A CULPA É DO ASSESSOR (E NÃO DO ESTAGIÁRIO), MAS NÃO DO PRIMEIRO ASSESSOR, QUE TERIA TROCADO AS PLACAS, MAS DO OUTRO. ENTENDEU?
O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Francisco das Chagas Limma, do PT, informou que exonerou o servidor que não teria enviado, de forma correta, sua defesa para o Tribunal de Contas do Estado do Piauí. Veja só.
O caso envolve processo que trata sobre a prestação de contas da antiga Secretaria de Desenvolvimento Rural, quando Limma estava à frente da pasta, período esse em que houve a contratação de carros de empresas posteriormente alvos da Polícia Federal no âmbito da Operação Topique. Uma das empresas é a Locar.
Já um dos pontos dentro de todo o rol de ocorrências na prestação de contas diz respeito ao suposto pagamento de R$ 102 mil à essa empresa sem a devida prestação do serviço.
Limma, por sua vez, sustenta que houve a prestação do serviço sim, e que na hora de por as placas do carro para informar ao TCE houve troca dos dois últimos números, fazendo com que não fossem encontrados abastecimentos referentes à uma SW4, marca Toyota (SUV), ano 2015, Renavam 1025382193. Carro que pertenceria a uma outra empresa alvo da Polícia Federal também no âmbito da Operação Topique. A Line Turismo.
O caso foi exposto pelo Blog Bastidores, do 180, em matéria titulada “Exclusivo: líder do governo pagou à empresa alvo da Polícia Federal por serviços não prestados”. A matéria foi rebatida pelo deputado, através de nota, o que ensejou nova publicação, titulada “Deputado confirma contrato feito com empresa investigada pela Polícia Federal”. Limma também pôs a culpa da publicação inicial na aproximação do período eleitoral. Afirmação rebatida.
SERIA OUTRO ASSESSOR
A princípio não teria sido quem trocou o número das placas a pessoa supostamente exonerada.
É que um outro assessor, ao enviar a defesa para o TCE, enviou em partes, só que a documentação de praxe, que o deputado diz que o isenta da necessidade de ser aberta tomada de contas especial para apurar o dano, não foi enviada. Ocorre que o deputado perdeu o prazo. E os documentos, claro, não foram analisados.
O deputado assim afirmou no plenário da Corte de Contas, perante os conselheiros:
“Compreendo que houve um lapso lá da minha equipe. Eu estava em viagem. Deixei tudo no ponto de juntar toda a documentação. E para a minha surpresa, quando retornei, fui conferir, porque eu sempre acompanho esses casos, e percebi a ausência de documentos importantes que altera inclusive a análise. E tomei a iniciativa de que fossem reapresentadas essas informações complementares. Todos que me conhecem e o Tribunal tem essa memória, sabem que eu sempre fui muito rigoroso nessa história. Fui prefeito por dois mandatos. Nunca atrasei um dia sequer a minha apresentação de contas. Inclusive sou conhecido por tomar medidas contra assessores que perdem prazos. Inclusive, no caso em tela, eu tive que afastar, eu exonerei o assessor por conta dessa medida", falou.
UMA NOVA CHANCE PARA O LÍDER
O TCE deu, de forma unânime, uma nova chance ao hoje deputado estadual e determinou o órgão técnico da Casa que analisasse a defesa apresentada fora do prazo, em nome da busca pela verdade real.
O relator do caso é o conselheiro substituto Jackson Veras.