Na última semana, um motorista chamou atenção ao perder o controle e destruir um veículo que estava trancando o seu no Centro de Teresina. A reação pode até ser rara, mas encontrar um automóvel estacionado de forma irregular e impedindo a saída de outro, é algo muito comum de ser presenciado, principalmente em locais onde há falta de estacionamentos e o volume de carros é maior, como na região central da cidade e no polo de saúde.
O coronel Jaime Oliveira, diretor de Operações e Fiscalização da Superintendência de Transportes e Trânsito (Strans), cita que, diariamente, são feitas remoções de veículos estacionados de forma irregular em Teresina e que o intuito é coibir que novos casos sejam registrados. As equipes rebocam por dia, em média, 10 veículos parados apenas em frente a garagens. Já por mês, essas autuações giram em torno de mil, envolvendo todos os tipos de estacionamentos irregulares.
“Quando nós [Strans] encontramos, autuamos, com a aplicação de multa e também rebocamos o veículo para o pátio do Detran. Por mês, rebocamos, aproximadamente, 180 carros apenas estacionados em frente a garagens e que prejudicam a entrada e saída dos veículos; fora as outras infrações”, discorre.
A multa para quem estaciona o veículo em local irregular custa R$ 85, além da perda de quatros pontos na carteira de motorista. Além disso, o proprietário é obrigado a pagar a taxa do reboque, as taxas do Detran e as diárias do depósito. “O prejuízo pode chegar a mais de R$ 200, fora que a pessoa vai ficar sem carro, principalmente se for no final de semana. Então, o ideal é evitar parar em local proibido”, orienta.
Foto: Jailson Soares/ ODIA
Procedimento
Caso o cidadão se depare com um veículo interrompendo sua entrada ou saída, o correto é entrar em contato com a Strans para que seja feito o reboque. “Qualquer usuário que se sentir prejudicado com algum veículo que esteja obstruindo a entrada ou saída de um estacionamento, garagem, estacionado em fila dupla, há menos de cinco metros da esquina, entre outros, o usuário deve comunicar a Strans para que seja feito o reboque desse veículo, e este serviço funciona 24h”, disse o coronel Jaime Oliveira.
O diretor de Operações e Fiscalização comenta ainda sobre o episódio da última semana, quando um motorista perdeu o controle e destruiu um veículo que o trancou. “O que aconteceu foi uma ignorância, porque esse tipo de atitude não resolve nada. As pessoas são habilitadas, passam pelas autoescolas, mas não têm a cultura de obedecer às leis”, finaliza.
Motoristas recorrem aos flanelinhas
Em locais onde o motorista não tem opção de estacionar seu veículo de forma correta, o jeito é contar com a ajuda dos flanelinhas e entregar a chave dos carros para que os mesmos possam retirar o automóvel e, assim, permitir a saída do outro automóvel. É o que faz Francisco das Chagas, que trabalha há quase quatro anos como guardador de carro.
“No Centro, é difícil encontrar vaga para estacionar e a pessoa precisa ir trabalhar; aí ela para o carro onde dá, mesmo na frente de outro, e deixa a chave comigo. Se o dono do carro chegar, eu mesmo tiro o carro do lugar e depois coloco na vaga, aí já é um carro a menos trancando o outro”, disse. Segundo Francisco das Chagas, isso só acontece porque o motorista confia no flanelinha.
Contudo, há casos em que isso não é possível, e o condutor precisa se ausentar e deixar o veículo em um local irregular, como cita Tiago Resende. “Às vezes, a gente tem que ir ao hospital, supermercado ou banco, e não tem vaga; então; somos obrigados a parar atrás de outro carro. É chato, porque a outra pessoa quer sair e ela não sabe quem é o motorista, se ele vai demorar, e tem que ficar aguardando, aí irrita mesmo. Eu já fiz isso, tranquei alguém, mas já me trancaram também, e eu não gostei”, relata.
Fonte: portal o dia com informações Isabela Lopes- Jornal O Dia