Menores vão cumprir 3 anos de internação pela morte de Gleison
Hebert Neves e Marivaldo Lélis foram exonerados após morte de Gleison.
O Juiz Antônio Lopes proferiu no final da manhã a sentença dos acusados na morte de Gleison Vieira. Cada um dos envolvidos foram condenados a três anos de internação, pena máxima estabelecida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Os três menores acusados vão cumprir medidas sócioeducativas inicialmente no Centro de Internação Provisório (Ceip). O juiz afirmou que eles não vão retornar ao CEM pela falta de estrutura no local.
Ainda de acordo com o juiz, o julgamento ocorreu de forma tranquila e, pelo fato dos menores terem confessado tudo, o processo andou mais rápido. A defensora pública que está cuidando do caso, Aline Patrício, não vai recorrer à sentença porque eles confessaram o crime. Além disso, os acusados foram pegos em flagrante e estavam na cena do crime.
A sentença dada aos menores proferida hoje é referente ao homicídio de Gleison Vieira e não tem nenhuma relação com crime ocorrido em Castelo do Piauí, onde quatro adolescentes foram violentadas. Aline Patrício disse que eles ficarão internados por três anos, cumprindo as duas penas juntas, pela morte de Gleison e pela violência contra as adolescentes.
Os três menores vão ser reavaliados a cada seis meses durante o período de internação. Caso fique constatado, ao final das medidas socioeducativas, que eles ainda não estão aptos para voltar ao convívio social, eles ficarão em regime de semi-internação até completarem 21 anos de idade. Em relação ao crime ocorrido em Castelo, a defensoria recorreu pedindo uma redução do período de internação.
Está prevista para ser anunciada até as 14h desta segunda-feira (21) a sentença do juiz Antonio Lopes, da 2º Vara da Infância e Adolescência, no julgamento dos três adolescentes acusados de matar Gleison Vieira no dia 16 de julho, dentro de uma ala do Centro Educacional Masculino (CEM). Os menores dizem ter matado Gleison por vingança, pois ele teria delatado o caso de estupro coletivo que vitimou quatro adolescentes em Castelo do Piauí.
A oitiva das testemunhas teve início na última quinta-feira (17), mas os ex-diretores do CEM, Hebert Neves (foto acima) e Marivaldo Lélis, não compareceram à audiência e só prestaram depoimento hoje. Os dois foram exonerados do cargo poucos dias depois do assassinato.
No depoimento, eles reforçaram que a morte de Gleison foi provocada por problemas estruturais e não por uma questão de administração. “Falta estrutura e principalmente pessoal. No dia do crime havia apenas cinco educadores na unidade”, declarou Marivaldo Lélis, destacando ainda a falta de policiamento externo.
O mesmo argumento foi utilizado por Herbert Neves, que admitiu conhecer os riscos de manter os menores apreendidos no mesmo lugar, mas alega que não havia outra solução. “A culpa não foi do CEM. Aconteceram duas mortes agora e isso mostra que não é uma questão de administração. É um problema crônico”, destacou o ex-diretor.
Herbert foi ouvido primeiro e Marivaldo por último. Por volta de meio dia, o juiz Antonio Lopes encerrou os depoimentos e passou a avaliar todo o processo antes de proferir a sentença.