Em reunião do PT, Wellington defende diálogo com partidos pró-impeachment
O governador Wellington Dias evitou falar em isolamento do PT após setores do partido defenderem que o partido não apoie nas eleições 2016, legendas que votaram pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O assunto foi um dos temas discutidos na primeira reunião nacional do PT após o afastamento da presidente.
"Eu reconheço e acho que a maioria do partido, que nós temos um defeito de fábrica, ou seja, na raiz: não fizemos a reforma política. Ao não fazer a reforma política a gente tem um problema de ideologia nos partidos. Neste instante você tem uma situação onde as pessoas votam nas pessoas. Creio que haverá uma fase de transição, onde o partido deverá ter um eixo prioritário para as alianças, mas deve no caso a caso, a partir da direção em casa Estado e as vezes da direção nacional, tomar decisões para algumas exceções", afirmou ao participar da reunião.
Segundo o governador, há uma geleia partidária no país, em consequência de o país não ter feito uma reforma partidária. "Os problemas são advindos da falta dessa reforma", comenta.
Sobre os rumos do PT, Wellington Dias afirma que agora é hora de o partido partir para o diálogo com outras legendas e seguir em frente na tentativa de resgatar o legado do governo do ex-presidente Lula. "Vamos dialogar com a direção de partidos que mantém a posição na defesa da democracia, na defesa de um projeto de desenvolvimento com essa forte responsabilidade social, e também dialogar com líderes que, mesmo sendo de partidos que embarcaram para esse caminho do golpe, esse caminho da composição de um novo governo, mas que pelo seu compromisso de princípios éticos, enfim, mantém a defesa em relação a uma postura comum aos outros partidos", afirmou.
Governo Temer
Dias também foi questionado sobre possíveis medidas que serão adotadas pelo governo Temer, como a redução do Sistema Único de Saúde (SUS). O petista evitou tecer críticas diretas. "Temos que pensar em alternativas e caminhos pela democracia. Caminhos que tragam estabilidade política e estabilidade econômica. Não cabe a mim avaliar as novas equipes, mas do outro lado a defesa que sustentamos de um projeto de Estado. Um Sistema Único de Saúde que possa ser pensado principalmente em melhorar a rede de serviços existente e assim na segurança, na educação", defendeu.
Para o governador, é necessário mexer no país economicamente, mas que o resultado não afete apenas a classe mais baixa. "É preciso que se tenha nesse instante a alternativa de crescer a economia, mas sem colocar o preço dessas reformas nos mais pobres. Isso é uma unanimidade não só no Partido dos Trabalhadores, mas em todo campo político e social", declarou.
Do Piauí participaram ainda da reunião a senadora Regina Sousa e a deputada estadual Flora Izabel, além da e coordenadora de Igualdade Racial da Secretaria de Assistência Social e Cidadania – Sasc, Assunção Aguiar. O ex-presidente Lula não compareceu ao evento.