quarta-feira, 26 de maio de 2021

À CPI do SETUT empresário diz que não gosta de cobrar o atrasado porque “autoridade zanga”

 E deu receita simples para melhorar o sistema de transporte público da capital: “É só pagar o que estão devendo”

_Empresário
_Empresário representante da Viação Piauiense Alberlan Euclides (Imagem: Reprodução)

Em seu depoimento à CPI do SETUT o empresário da Viação Piauiense Alberlan Euclides disse que o que Prefeitura de Teresina precisa fazer para melhorar o sistema de transporte público na capital é pagar o que prometeram. “É só pagar o que estão devendo. Botar em dias e continuar pagando todo mês”, tascou.

Ele chegou a dizer que não gosta de “dar entrevista” dizendo isso “porque a autoridade zanga”, sem declinar o nome da autoridade.

Mas cobrou o que “está em contrato”, se referindo ao acordado após processo licitatório que prevê mais de uma década com o pagamento de subsídio pelo poder público. 

“E isso aí nós [empresários] não inventamos. Quem inventou foi a administração passada, está em contrato, está reconhecido por toda a sociedade, pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas. Enfim, tudo foi autorizado na época da licitação”, falou. 

VEJA TRECHO DO DEPOIMENTO:

"O que que precisa fazer? Eu vou entrar em contraste com as autoridades. Eu não gosto de fazer isso, dar entrevista, porque a autoridade zanga, mas o que precisa fazer é pagar. Pagar o que está apurado de débito. E isso aí nós [empresários] não inventamos. Quem inventou foi a administração passada, está em contrato, está reconhecido por toda a sociedade, pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas. Enfim, tudo foi autorizado na época da licitação. Todos checaram essa forma de trabalho, que a prefeitura tinha que pagar. É uma coisa óbvia. Está às claras. É só pagar o que estão devendo. Botar em dias e continuar pagando todo mês. Aí alguém já disse assim: eu não vou pagar nada para empresário. O dinheiro não é para o empresário. O dinheiro é para o usuário. Esse dinheiro chega lá na ponta, para o usuário não pagar uma tarifa de R$ 5, R$ 6".

SUBSÍDIO

Ainda segundo o empresário Aberlan Euclides, ao tratar sobre o pagamento do subsídio, "o normal seria que [a PMT] depositasse todo mês. Quanto foi o apurado? Quanto foi que ficou em déficit? A prefeitura depositaria e distribuía para as empresas. [Assim] não tinha déficit, as empresas sobreviveriam, teriam uma saúde financeira boa. Só que houve sempre atraso, atraso, aí deu no que deu". 

PORÉM...

Euclides, no entanto, posteriormente, disse que mesmo que recebesse o subsídio em dia, atualmente as empresas não seria mais capazes de manter um serviço de transporte público de qualidade. 

"Explico. Essa remuneração que está pendente, que deveria ser paga, é calculada em cima dessa frota que está rodando", frota essa que foi diminuída e não atende o quantitativo previsto em contrato. 

"Para que haja mais ônibus é preciso ter mais remuneração. Por exemplo, bem aqui em Fortaleza, os senhores podem conferir, começou o mesmo problema, as pessoas reclamam, é natural. Faltou ônibus tem que reclamar mesmo. (...) Então o que acontece... Em Fortaleza teve o mesmo problema. Sentaram-se o poder público e a classe empresarial, representada pelo sindicato de lá e acharam a fórmula. A prefeitura e o estado estão pagando 200 ônibus a mais. Uma coisa óbvia. Nós não temos culpa da pandemia. Entenda. Nós somos prestadores de serviço. Nós não temos culpa. A culpa é da sociedade como um todo. É a responsabilidade. Então querem mais ônibus? Ok. Nós colocamos. Agora tem que ser pago. Tem que ser remunerado, porque a demanda de passageiros ainda é baixa", pontuou. 

fonte 180graus.com