Foto: Arquivo Pessoal
Uma das acusadas pelo homicídio de Tainah Luz Brasil Rocha em maio de 2022, Fernanda Maria Lobão Ayres afirmou ser a vítima do caso durante depoimento na audiência de instrução de julgamento realizada na sexta-feira (18), na 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina.
Fernanda, que não chegou a ser indiciada pela Polícia Civil, mas foi denunciada à Justiça após o Ministério Público entender que ela também teve participação no crime, concluiu seu depoimento se declarando inocente. “Não sou só inocente, como sou vítima”, alegou a ré em seu relato.
Além de Fernanda, Geovana Thais Vieira da Silva também responde pelo crime. As duas são namoradas e estavam com Tainah no dia do assassinato da jovem. Em seu depoimento ao juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, Geovana admitiu ser a autora dos golpes contra Tainah, mas alegou que agiu para proteger Fernanda.
Geovana contou que as três estavam bebendo no local onde o crime aconteceu. Em determinado momento, teria presenciado uma briga entre Tainah e Fernanda, momento em que tentou separá-las e, não conseguindo, usou uma faca que estava no cômodo onde ocorreu a discussão.
"Eu não estava na hora que elas estavam brigando, só vim saber o motivo pelo qual elas estavam brigando no dia seguinte [...] Agi em desespero, porque a Tainah se debatia, chutava e enforcava. Ela estava muito agressiva, só quis tirar ela de cima da Fernanda”, declarou Geovana.
Mesmo com o laudo da perícia criminal, que apontou 13 facadas desferidas contra Tainah, Fernanda disse suspeitar que a morte da jovem não tenha relação com a agressão. “Acho que ela não morreu decorrente do fato que aconteceu naquela noite. Não posso afirmar se de fato foram os golpes ou em decorrência de um problema de saúde que tenha agravado”, disse.
Pai de Tainah, o jornalista Marcelo Rocha disse ao Cidadeverde.com que rechaça a versão sustentada por Geovana e Fernanda durante o depoimento. Mesmo inconformado com a demora no andamento do processo, Marcelo disse que aguarda o dia do Júri e que acredita na punição das acusadas pela morte da filha.
“Acredito na Justiça, mesmo a defesa querendo insinuar que a Tainah, por ter feito judô quando era criança, tinha condição de agredir as duas, e que a medicação da Tainah, que tinha lúpus, foi o que a debilitou mais. Mas a gente acredita que as coisas vão acontecer e a Justiça vai resolver tudo", declarou o pai da vítima.
A audiência também ouviu testemunhas de acusação, como Vinicius Brasil e Leticia Brasil, irmão e prima da vítima, respectivamente, e Brenda, uma vizinha de Fernanda. O depoimento das testemunhas de defesa foi dispensado pelos advogados de Geovana e Fernanda.