A
pesquisa mostra estatística da década 2010-2014, com números de
homicídios por armas de fogo. O Governo do Estado acrescenta que de 2014
até agora, os dados são ainda mais favoráveis ao Piauí, pelos
mecanismos, investimento em inteligência e pela aplicação de uma
tecnologia de ponta para a proteção da sociedade.
O Piauí é o
Estado com menor taxa de homicídio no Nordeste e possui a sexta menor
taxa de homicídios por armas de fogo no Brasil. É o que aponta a mais
recente pesquisa elaborada pelo professor e sociólogo Julio Jacobo
Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e coordenador da
Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-americana de
Ciências Sociais (FLACSO). De acordo com o estudo, nenhum dos municípios
piauienses está incluído entre as 150 cidades com maiores índices de
homicídios do País.
A pesquisa evidencia que, no Brasil, houve um
crescimento médio de 23,7% no número vítimas de homicídios por armas de
fogo na década 2004-2014, que equivale a um aumento de 11,1% nas taxas
de homicídio. Isso é resultante de um conjunto de realidades locais e
regionais fortemente diferenciadas. A região Nordeste foi a que
apresentou as maiores taxas de assassinatos em quase todos os anos da
década analisada, mas o Piauí praticamente não figura nesses números
puxados para cima.
O secretário de Estado da Segurança, Fábio
Abreu, afirma que esse baixo índice de criminalidade no Piauí em relação
a outros Estados tem muito a ver com as políticas que priorizam a
proteção da sociedade, adotadas durante esse período pelo modelo de
gestão do governador Wellington Dias, que governou o Estado entre 2003 e
2010, retornando em 2015. “Temos também que considerar que a população
piauiense tem como uma de suas principais características a cultura de
paz”, acrescenta.
De acordo com o secretário Fábio Abreu, o Piauí,
mesmo acompanhando a taxa de desenvolvimento do Nordeste, chegando,
inclusive, a superar outros da mesma região durante esse período,
despontando na elevação do Produto Interno Bruto (PIB), conseguiu
aplicar instrumentos de contenção da violência, principalmente com o
aumento de efetivos de segurança, aparelhamento das polícias,
investimento em inteligência policial, paralelamente à preocupação com
geração de ocupação de mão de obra, além de um arrojado trabalho em
direção à ressocialização do preso, garantindo-lhe continuação nos
estudos e ensino profissional, preparando-o para o retorno à sociedade
de forma digna.
O secretário garante que de 2014 até agora, os
números são ainda mais favoráveis ao Piauí, pela arrojada política
emergencial de segurança que vem sendo desenvolvida em todo o Estado.
Ele lembra parcerias importantes com o Ministério da Justiça, que enviou
para o território piauiense a Força Nacional de Segurança e
investimentos importantes em tecnologia, como o Sistema de Monitoramento
Eletrônico em áreas consideradas de alto risco. Segundo o Núcleo de
Estatística da Secretaria de Segurança, essa iniciativa diminuiu
consideravelmente o tráfico e o consumo de drogas, além, claro, os
índices de violência.
Outra medida importante, segundo o
secretário Fábio Abreu, são os instrumentos de proteção direcionados à
mulher, com implantação de mais delegacias especializadas e mais
acolhimento às denúncias da violência de gênero.
Na Região
Nordeste, a taxa média em 2014 foi de 32,8 homicídios por armas de fogo
por 100 mil habitantes, fica bem acima da taxa da região que vem
imediatamente a seguir, Centro-Oeste, com 26,0. As taxas, em 2014, são
violentamente puxadas para cima por Alagoas (56,1) e também pelo Ceará,
Sergipe e Rio Grande do Norte, com taxas em torno de 40 por 100 mil. Na
Região Centro-Oeste, destaca-se Goiás, cuja taxa excede os 30 homicídios
por 100 mil habitantes.
Mapa da Violência - O estudo permite
verificar, para cada Unidade da Federação, a participação dos municípios
entre os 150 mais violentos quanto aos assassinatos por armas de fogo.
Em Alagoas, 27 dos 102 municípios do Estado se encontram na lista, isto
é, 26,5%. Também Ceará e Sergipe têm elevada incidência: acima de 10%.
Mas nove Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Piauí, Roraima, Santa Catarina,
São Paulo e Tocantins, além do Distrito Federal, não têm municípios
incluídos entre os 150 maiores com homicídios por arma de fogo.
O
Brasil registrou 57 mil homicídios em 2014, de acordo com o estudo
coordenado pelo professor e sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. São 29
homicídios para cada 100 mil habitantes. São Luís, no Maranhão, foi a
cidade mais violenta do País, com 90 homicídios para cada 100 mil
habitantes. Alagoas foi o estado mais violento para a população negra. A
cada 13 vítimas de homicídio, 12 eram negras. Fortaleza (CE) foi a
capital com maior taxa de homicídios por armas de fogo em 2014, com 81,5
vítimas a cada 100 mil habitantes.