quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Leida Diniz pede ao TCE que proíba uso de verba pública no Carnaval


Leida Diniz pede ao TCE que proíba uso de verba pública no Carnaval

Conselheiros julgaram pedido de liminar que suspendia convênios da Fundac.

O Tribunal de Contas Estado (TCE) julgou na manhã de hoje(27) o pedido de medida cautelar que solicitava a suspensão dos convênios da Fundação Cultural do Estado (Fundac), no valor R$ 960 mil, com municípios do Estado para contratação de bandas para o Carnaval. A ação que pedia uma liminar de suspensão foi proposta pela promotora de Justiça, Leida Diniz.  

Em sua defesa, Diniz argumentou que o interesse público não está sendo atendido, que hoje o Piauí enfrenta uma das piores secas, com 212 municípios em situação de emergência. “Essas emergências são faz de conta? Esses municípios estão em calamidade por causa da seca e vão brincar o carnaval?”, questionou. 

Fotos: Yala Sena/Cidadeverde.com

A promotora citou que o Piauí está em terceiro lugar como o pior índice de desenvolvimento humano e na relação com o pior PIB e na relação da mortalidade infantil. “Estamos defendendo a prioridade absoluta para infância, com a criação de creches que muitos municípios não estão atendendo”, destacou. 

Os conselheiros ouviram atentamente a promotora e lastimaram os números citados pela representante do Ministério Público, mas negaram a medida cautelar, por unanimidade, argumentando que os gastos com festividades são planejados dentro dos orçamentos municipais, estaduais e federal e que a discussão da aplicação ou não desses recursos em festas populares ou em outra área é uma decisão política dos legisladores e do executivo. 


“Posso questionar essa política e fazer uma crítica aos municípios, que podem não usar a transparência na transferência dos gastos, que a rigor é com dispensa de licitação, precisamos ser mais exigentes nessa fiscalização, mas proibir de fazer não cabe a nós. Podemos até questionar que o município 0.6 (no Fundo de Participação do Município), com recursos escassos, não deveria promover o carnaval, mas será que a população concorda?”, questionou o conselheiro Jaylson Campelo.  


Ele disse ainda que defende que a discussão deve se dar nos parlamentos por ser uma decisão política e que deve continuar lá. “Mas devemos cobrar uma discussão dos orçamentos com audiências públicas como prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e que não é feito”, acrescentou. 

Os conselheiros Olavo Rebelo, Jackson Veras, Raissa Rezende, Luciano Nunes e Abelardo Pio Vilanova e Silva também votaram contra a medida cautelar, mas acataram o pedido alternativo de que seja convertida em representação para ser apreciada pelos termos do Tribunal De Contas do Estado os gastos envolvidos, ouvindo os prefeitos e a presidência da Fundac a respeito.

fonte cidadeverde.com