sexta-feira, 13 de maio de 2016

Mãe implora para que policiais não matem filho suspeito de assaltar banco


Mãe implora para que policiais não matem filho suspeito de assaltar banco

“Eu sei que vocês têm filho e neto. Pelo coração de pai, vejam o coração de uma mãe aflita", diz a mulher.

Familiares dos suspeitos de assaltarem, no dia 5 de maio, a agência do Banco do Brasil em Curimatá (a 386 km de Teresina) estão suplicando pelas vidas que ainda restam. Até agora, cinco homens foram mortos por policiais do Piauí, Pernambuco e Bahia. Outros seis suspeitos foram presos e três ainda estão foragidos.
O vídeo de uma mãe implorando para que o filho não seja assassinado está sendo compartilhado nas redes sociais. A mulher, que se identifica como Aldenora, faz um apelo emocionado aos policiais. “Eu sei que vocês têm filho e neto. Se não têm, vão ter um dia. Pelo coração de pai, vejam o coração de uma mãe aflita. Quero meu filho preso. Eu vou ajudar ele, eu vou cuidar dele na prisão. Só tenho esse filho”, diz a mãe, que passa mal ao final do vídeo.

Já morreram Anaxandro Pereira Matias; Edvan José dos Santos, conhecido como Van Van Araquan"; Edenilton Aquino do Nascimento, que é chamado de "Patrão Denilton Araquan"; Everton Diego Moreira, o "Tom Cego, Ceguinho” e Cícero Augusto Freire Rodrigues.
Moradores dos municípios pernambucanos de Petrolina e Cabrobó estão compartilhando o vídeo da mãe, além de mensagens pedindo solidariedade para com as famílias que estão perdendo seus parentes.
A polícia alega que todos os suspeitos foram mortos porque teriam resistido e entrado em confronto com os policiais. O secretário de Segurança Fábio Abreu está acompanhando as diligências e participando diretamente das ações.
A versão da polícia é contestada por algumas pessoas. “Os que já morreram, Evertom (Ton) e Edeniltom (Denilton) se entregaram diante da população da cidade Morro Cabeça [no Tempo], pedindo por favor pra não matarem eles. Mesmo assim, com o coração de pedra e cheios de rancor, tiraram a vida deles sem piedade, matando aos poucos com torturas desumanas”, escreveu uma jovem em seu perfil no Facebook.
Justificativa
Em nota, a Secretaria de Segurança do Piauí afirma que todo esforço é para preservar a vida, mas reforça que durante o cerco aos assaltantes, os policiais foram sempre recebidos a tiros pelos acusados e por isso tiveram que reagir de forma proporcional.
A SSP/PI acrescenta que um policial militar piauiense foi baleado durante o confronto. “Os assaltantes estavam armados com fuzis, armas de alto poder letal, o que mostra que estavam dispostos a não obedecer à ordem de prisão dos policiais do Piauí, Pernambuco e Bahia. Além disso, sempre que tiveram oportunidade fizeram reféns e agiram com extrema violência”, diz a nota.
Sobre o apelo dos familiares, a Secretaria de Segurança alega que compreende a dor das famílias, mas acredita que elas contribuem mais se pedirem que seus parentes se rendam e deponham as armas. “O cerco aos três fugitivos continua. O objetivo é prendê-los e entregar à Justiça como já aconteceu como outros seis acusados presos pelas forças de segurança”, termina a nota.

fonte portal o dia