Cruzamento de folha com inativos constata rombo de R$ 17 milhões
Em um cruzamento de dados entre servidores ativos e os que já faleceram, foi constatado um rombo de R$ 17 milhões aos cofres do estado sacados indevidamente por familiares. Foi o que revelou nesta terça-feira (26) o secretario estadual de administração, Franzé Silva, que iniciou uma campanha para enxugar gastos diante da crise e dos baixos repasses da União. Entre as ações, está tentando a devolução dos recursos dos inativos.
Em entrevista ao Jornal do Piauí, o secretário explica que, ao assumir a pasta, foi percebido que não estava sendo feito o cruzamento dos dados dos servidores ativos na folha de pagamento com o sistema de óbitos do Estado. Com isso, foi constatado que muitos servidores que já constavam como falecidos continuavam a receber os proventos – com saques feitos através de familiares. “Então isso [o cruzamento de dados] amplia a possibilidade de perceber que um servidor tenha falecido e a família não tenha vindo informar a baixa cadastral desse servidor”, explica.
Segundo Franzé, somente de 2005 a 2015, foi detectado um valor de R$ 17 milhões sacados indevidamente e que estão começando a ser mapeados pelo Estado. “Estamos solicitando a devolução dos recursos administrativamente em relação às contas que ainda têm salvas. O Banco do Brasil já devolveu este ano cerca de R$ 110 mil reais por Conta Única do estado e agora estamos verificando as que ainda existem saldo, fora essas que nós detectamos, através de informações diretas do Bando do Brasil”, explica, destacando que conta com o apoio da Procuradoria Geral do Estado para abrir ações de restituição ao erário desses recursos.
Para o secretário, as medidas vão garantir que os recursos voltem aos cofres públicos e para a população através de ações para os piauienses, “através de ações sociais e investimentos que a população tanto precisa”, fortalecendo a transparência nas ações do governo. “A gente quer que cada medida tomada desde o início da gestão, tenha segurança para a população do Piauí, que os recursos públicos aplicados na folha de pagamento estão sendo feitos de forma mais transparente e dentro da legalidade”, finaliza.