Trabalhadores rurais se reúnem em protesto pelas ruas do Centro
Integrantes do MST, Fetag e Associação das Quebradeiras de Côco pedem a saída do presidente Michel Temer e criticam a aprovação da PEC 55.
Cerca de 300 integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST), da Associação de Quebradeiras de Coco do Piauí, do Movimento de Mulheres e da Fetag (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Piauiense) se reúnem em protesto na Avenida Frei Serafim na manhã desta quinta-feira (01).
Os representantes dos movimentos sociais se concentraram em frente ao Palácio de Karnak, por volta das nove 09h30min e, em seguida, começaram a percorrer a Frei Serafim, rumo à Assembleia Legislativa e a Câmara dos Vereadores, localizadas na Avenida Marechal Castelo Branco.
Com faixas, cartazes e carros de som, o grupo pede, dentre outras coisas, a saída do presidente Michel Temer e que o Governo dê mais atenção aos problemas enfrentados pelos trabalhadores do campo. O grupo passou pelas sedes dos Três Poderes do Estado (Karnak, Tribunal de Justiça e Alepi) e nesses locais, fizeram uma queima de caixões simbolizando a “morte dos políticos e do Judiciário que não olha pela classe trabalhadora”.
“A principal reivindicação nossa dos movimentos sociais é que a aquilo que já protocolamos no Estado e no governo federal e no Incra e que sejam cumpridos. Hoje nós não apresentamos pautas porque as pautas que trouxemos nunca tiveram repostas, viemos protestar fazer um repúdio contra a ação do Governo para com os trabalhadores”, afirma Gregório Borges, coordenador da Comissão Pastoral da Terra.
Os trabalhadores protestam também contra alguns pontos da PEC 55, aprovada em primeiro turno na votação do Senado. De acordo com Gregório, a PEC vai afetar profundamente a agricultura familiar, que corre o risco de ter seus recursos drasticamente reduzidos. “Não é só a saúde e a educação que vão ter gastos reduzidos não. Essa PEC vai diminuir tudo, e a conta vai sobrar para quem? Para o pequeno produtor, para o trabalhador, para quem tem menos”, afirma.
Outro ponto levantado pelo coordenador da Frente Pastoral da Terra diz respeito à criminalização dos movimentos sociais Brasil afora. “Hoje os movimentos sociais quando fazem luta são recebidos com bandidos. Não deixam a gente passar, não deixar ir em frente”, finaliza.