sexta-feira, 17 de março de 2017

Homem que matou pai de jornalista vai a Juri Popular; veja as polêmicas

Homem que matou pai de jornalista vai a Juri Popular; veja as polêmicas

Advogados do acusado parecem brincar com o processo e alternam nomeações e afastamentos dos autos

JULGAMENTO HAVIA SIDO ADIADO
- Presidente da OAB, CHICO LUCAS, aos integrantes da Ordem é permitido avacalharem processos de grande interesse social sem qualquer punição por parte do Conselho de Ética?
- Em postagem, familiar do acusado de matar pai de profissional da imprensa questiona cobertura feita por jornalista sobre o caso, e indaga se isso é Jornalismo. Por último, sustenta que foi pessoal o que existiu na imprensa contra seu provável irmão. E indaga, alguma vez deram voz ao advogado de defesa?
- A propósito, qual dos advogados de defesa? Aquele que integrava a defesa de um pedófilo que depôs em CPI em Brasília – caso acompanhado por este jornalista; o que foi preso acusado de sumir com um processo do Tribunal de Justiça, em investigação da Polícia Civil... ou esse último agora, que conhecendo o caso, porque é advogado de Suzana Parente - mulher que ajudou a dar fuga ao assassino confesso - e que já tinha sido advogado de Alexandre, não compareceu ao primeiro julgamento, alegando desconhecer o episódio?
- Nós somos a mais perfeita criação divina. Alexandre Gomes confessou que deu cabo da vida de uma dessas criações. Como? Pisando na cabeça da vítima até a vida ser extraída dos olhos do senhor de idade. E acham que as publicações jornalísticas são de cunho pessoal? O mais sensato seria pensar que há interesse social em torno do assunto.
- Bom, mas respondendo à pergunta se é pessoal? É, sim, totalmente. Mesmo assim as publicações seguem padrões jornalísticos como os defendidos pela ONU. Embora nem precisasse tanto porque juridicamente o caso é simples. Entenda!
- A defesa vai alegar o que? Legítima defesa? Vai tentar denegrir a imagem do senhor já morto de 56 anos? O jovem advogado que vai conduzir a defesa, e o seu par, conforme consta dos autos, podem até querer escamotear a verdade, mas nunca poderão negar os fatos. Mas então, se Alexandre Gomes é inocente, que haja o julgamento, e sem fugas? Incluindo a da própria defesa.
- Os advogados de defesa podem falar, claro. A começar por responder se estarão presentes no julgamento de segunda-feira - Contato: jornalistaromulorocha@uol.com.br
- PARA A OAB: Advogados parecem brincar com processo envolvendo um senhor que foi espancado até a morte. Cadê o Conselho de Ética da Ordem?heliogrande.png
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A CONTA CHEGOU, Carlos Gomes. FOI ISSO!
É próxima segunda-feira (20), às 8h30, o início do julgamento de Alexandre dos Santos Gomes, jovem acusado de matar no dia 9 de novembro de 2014 o comerciante Hélio Cortez, 56 anos, um pai de família, daqueles que trabalhava até dia de domingo, e que por ironia do destino, aparentemente, morreu sozinho, pedindo ajuda a quem considerava ser um dos seus amigos.
Hélio Cortez morreu por motivo banal, foi sacado de dentro do carro, após uma discussão num bar, por um jovem já contumaz em desrespeitar a lei, e que matou na frente de muitos. Depois empreendeu fuga com a namorada em uma moto.
Para consumar o ato, o assassino confesso desferiu inúmeros chutes na cabeça da vítima, a lesionando de tal forma que fez a vida ser extraída dos olhos do senhor. A família de Alexandre, ao que parece, nunca engoliu a cobertura sobre o caso, e atribui a uma suposta cruzada “pessoal” as publicações contra o acusado - que se não surpreender - alegará uma quase indefensável legítima defesa perante o Tribunal do Juri.
Ocorre que Alexandre não está sendo vítima de uma cruzada pessoal do jornalista em questão, mas de si próprio, por conta dos seus inconsequentes atos, em confronto com o império da lei. O que a imprensa se atreve a fazer, em seu papel, é lutar para que a verdade seja mantida e os culpados responsabilizados, ainda que não haja concordância por parte de alguns.
ELE PISA NA CABEÇA DAS VÍTIMAS
O ser com quem se lida é perigoso, e há inúmeros relatos nos autos sobre essa característica, aparentemente presente, de Alexandre Gomes, um gesseiro que à época desse crime tinha por volta dos seus 35 anos. Àquela altura já havia cometido outros crimes e se mantinha ileso. Dos casos que chegaram à justiça, o primeiro deles, foi quando se envolvera em um crime de trânsito.
O acusado, de forma irresponsável, segundo os autos, pilotava uma moto supostamente embriagado e acabou por atropelar ao menos uma transeunte em uma calçada. Esse crime tem inclusive audiência de instrução e julgamento agendada para o dia 19 de abril deste ano. (O advogado do caso? Fernando José de Alencar).
Mas bem antes, em caso trazido à tona pelo 180, Alexandre já havia dado o ponta pé inicial no mundo do confronto com a Lei Penal. Ele também é acusado de espancar uma jovem - uma ex-namorada, na frente de muitos, pisando em sua cabeça (nesse caso, a jovem morreu em decorrência de uma doença), mas ela nunca viu a justiça ser feita pela suposta surra que levou de calcinha e sutiã, no meio da rua, segundo contou membro de sua família que em contato com este jornalista disse ter medo de Alexandre Gomes ser solto e por isso pediu anonimato. (Os fatos dessa matéria você lê nesse link:Ministério Público volta a denunciar acusado de matar o pai de jornalista).
Após o espancamento, Cristiane Alves da França ficou lá, parada, sangrando, com um dente quebrado e o rosto desfigurado, imóvel. “Ela parecia que estava morta, pela intensidade das agressões. Não se mexia”, repassou uma das irmãs. O SAMU foi acionado e constatou que ela ainda tinha vida. Ficou com vários hematomas no rosto e na cabeça por um longo tempo. O caso, se foi à polícia - como ela contou que foi - ficou por isso mesmo.
No dia da morte de Cristiane França, “ele [Alexandre Gomes] veio no velório, entrou, olhou para ela, sacudiu a cabeça positivamente e saiu. Eu digo isso porque eu sei o que estou falando. Eu vi. Ele veio numa Biz Preta, sozinho. Entrou e saiu”, narra a parente com uma segurança e revolta incomuns.
_Julgamento de um dos mais desumanos assassinatos dos últimos anos em Teresina está previsto para ocorrer próxima segunda-feira...Hélio Cortez Foto interna.png
Em outra ocasião, a mesma prática, só que dessa vez Alexandre foi denunciado e a denúncia seguiu em frente. Ele se tornou réu. O caso corre em segredo de justiça. O crime foi praticado cinco dias antes do ‘Dia dos Namorados’, em 2012. Novamente Alexandre usou os mesmos métodos hostis e desprezíveis, inconfundíveis, de pisar de forma violenta sobre a vítima.
Também uma então companheira.
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Diz o Ministério Público ao fazer a denúncia:
“Apurou-se que no dia 07 de junho de 2012, por volta das 17 horas, a vítima encontrava-se em sua antiga residência, localizada na Rua Nelson Cruz, 902, bairro Mafrense, nesta capital, quando o denunciado começou a agredi-la fisicamente, provocando inúmeras lesões em seu corpo conforme atesta o laudo pericial de exame de corpo de delito encartado à folha 17 dos autos. Não satisfeito, o acusado PASSOU A AMEAÇAR DE MORTE A VÍTIMA e reiterou as agressões físicas.
Ao ouvir os insultos perpetrados pelo denunciado, a vizinha, por nome Maria Júlia Ferreira dos Santos, dirigiu-se ao muro que separa as duas casas e avistou o agressor PISOTEANDO A VÍTIMA, momento em que pediu a esse para cessar as agressões. Nesse momento, a vítima conseguiu se desvencilhar do increpado refugiando-se na casa da aludida vizinha”.
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_Segundo o Ministério Público, um casal criminoso: Alexandre Gomes e Suzana Parente. Com o desmembramento do processo, ela, que deu fuga, e mais dois, entre eles o 'amigo' de Hélio Cortez, são réus em outra ação por conta do crime
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POR ÚLTIMO, O SENHOR DE 56 ANOS, HÉLIO CORTEZ...
- JUIZ: “ASSASSINO TEVE TOTAL DESPREZO PELA VIDA HUMANA"
Por fim, Alexandre Gomes atentou contra a vida de Hélio Cortez, um senhor de 56 anos, um homem que, por exemplo, era capaz de socorrer um gato do meio da rua e alimentá-lo, além de dar abrigo. A investida do acusado ocorreu por conta de uma briga de bar ocorrida em um estabelecimento comercial da zona norte de Teresina. Esse confronto teve dois momentos.
No primeiro, com troca de insultos, um princípio de luta corporal foi estancado por terceiros. Naquele instante Hélio Cortez pediu ao ‘amigo’ que o levara para aquele bar para ir embora, mas esse, covardemente, recusou.
Pela reconstituição, Hélio ainda chega a abrir a porta do carro, um gol preto, pede para ir embora, mas é ignorado pelo ‘amigo’, que temia Alexandre, a quem conhecia. Por outra ironia Hélio Cortez havia esquecido o celular em seu estabelecimento comercial e dali em diante estava sozinho a pedir ajuda. Em vão. O acusado retorna da sua casa, retira Hélio do carro, e o espanca até a morte, pisando em sua cabeça, de forma bárbara, como narraram testemunhas.
Na época, o juiz de Direito da Central de Inquéritos, Arilton Rosal Falção Júnior, afirmou na sua argumentação usada na decisão que converteu a prisão temporária de Alexandre dos Santos Gomes em prisão preventiva, que o assassino confesso teve “total desprezo pela vida humana”.
“A garantia da ordem pública está consubstanciada no modus operandi - já relatado (...) -, em que o crime ocorreu, demonstrando a periculosidade do agente e o total desprezo pela vida humana”.
A RECLAMAÇÃO DA FAMÍLIA E A DANÇA DE ADVOGADOS: CADÊ A OAB?carlos gomes.png
Frente às mais de 40 intervenções por parte do 180, assinadas pelo mesmo jornalista, o que seria o irmão de Alexandre Gomes, Carlos Gomes, escreve: “Principios que pautam a liberdade de imprensa e opinião, como veracidade, exatidão e imparcialidade. Foram deixados de lado nesse caso, por ser pessoal. Muita coisa não foi publicada como deveria. Pergunto alguma vez deram voz ao advogado de defesa? Não. Isso é jornalismo... (sic)”
Aqui há se não em tudo, mas um pequeno grande equívoco. Para ficar só em uma citação, o Manual para Jornalistas Investigadores da ONU, cujo título é “A investigação a partir de histórias”, afirma que o Jornalismo mais contundente e investigativo se difere do tradicional – água com açúcar – porque aquele visa influenciar baseado em informações coletadas em campo com um alto grau de profundidade, e mais, afirma a peça: “sem um engajamento pessoal do repórter, a história nunca será completada”. Já o Jornalismo tradicional, afirma o mesmo estudo, “não requer um engajamento pessoal por parte do repórter”.
Em mais um posicionamento sobre o como este jornalista atua na profissão Jornalismo, afirma-se que se segue – ou se procura seguir – o entendimento de notórios e ímpares meios de comunicação no mundo e no Brasil, entre elas a Veja, que já pregou em editorial, que a imparcialidade não deve servir como sombra e água fresca para encobrir mal feitos, quando se sabe a verdade. Esse lance de que se ouve A e B e mesmo que B esteja mentido se publica sem questionamentos, é um tanto questionável.
Por último e não menos importante, há por parte dos escritos de Carlos Gomes a crítica ao jornalista responsável pelas dezenas de textos, porque, segundo ele, nunca um advogado de defesa foi ouvido. Mas qual deles? Nos autos sobre o caso de Hélio Cortez há um volume – o terceiro –, que é, digamos assim, um tanto estranho, dedicado exclusivamente a uma dança de advogados do acusado, numa espécie de tira e bota, o que tem prejudicado a ocorrência do julgamento.
A defesa de Alexandre Gomes já contou, no início, com o advogado Francisco da Silva Filho – que dispensa apresentações. Mas daí então ele foi afastado e Alexandre constituiu Fernando José de Alencar – aquele que trata do crime de trânsito. Logo depois este é afastado e entra Francisco da Silva Filho novamente.
Depois, no mesmo processo de afastamento e constituição de advogados, Alexandre passa a ser defendido por Alairton Barroso Castêdo Nunes, Milca Joana de Oliveira Pinto, Wellington Paulo da Silva Oliveira e Iracema Miranda Moraes.
_O Ray Shandy
Daí, ele afasta o grupo de advogados e passa a constituir quem? Ray Shandy Campelo Lopes e Raimundo José Araújo de Lima Júnior.
Mas novamente, Alexandre afasta esses advogados e constitui um novo. Ele de novo, Francisco da Silva Filho, que dispensa comentários.
Mas Francisco desiste da causa e é nomeado o defensor público Dárcio Rufino de Holanda, que depois é declinado do caso.
E quem volta? Ele, Ray Shandy e o seu companheiro Raimundo Júnior.
Aqui um detalhe, o julgamento estava agendado para o dia 25 de janeiro deste ano. Mas foi adiado porque os advogados que já haviam defendido Alexandre nesse caso, alegaram que precisavam tomar conhecimento dos autos.
Essa última dupla é a mesma que já defendia a namorada do acusado, que deu fuga para o assassino confesso no dia do crime, Suzana Parente.
Mas tudo passou.
Agora, uma nova data para o Tribunal do Juri foi marcada para esse caso, que como se vê, tem um amplo interesse social, ou seja, para toda a sociedade, até porque é o Estado x Alexandre Gomes... e não um jornalista contra um assassino confesso.
Para que haja um desfecho então, é só Ray e seu parceiro não darem para trás, de novo. Até porque, dessa vez, eles ficaram quase um mês com o processo, e se não aprenderam nada sobre ele, não aprenderão nunca mais.
Que haja o julgamento então, sob pena de que se passe a pensar que profissionais do Direito estão a atuar no caso envolvendo Alexandre Gomes sob o manto das sombras e não do intelecto e da lei.
Não se dispensa, no entanto, um pedido para que a OAB passe a olhar pare esse processo (Número: 0030488-40.2014.8.18.0140), sob pena de ser vista como uma instituição que não está nem aí para o interesse social.
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- Que 'amigo': Manoel Silvério, homem que levou Hélio Cortez para o bar onde este viria a ser assassinado, e não retirou a vítima de lá quando teve oportunidade, é testemunha de defesa do acusado de matar... Outra testemunha de defesa é a namorada de Alexandre, Suzana Parente, a que deu fuga para o réu confesso.
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_Alexandre estava no "Ginásio" quando foi chamado para receber a intimação do dia do julgamento...
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fonte 180graus.com