quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Vendas caem com mudança no trânsito do Dirceu

Vendas caem com mudança no trânsito do Dirceu

Comerciantes relatam que estão tendo perdas de até 50% depois que icou proibido parar e estacionar na avenida


Após as mudanças no trânsito da Avenida Antônio Francisco de Almeida Neto, mais conhecida como Avenida Principal do Dirceu, na zona Sudeste de Teresina, os comerciantes relatam a diminuição nas vendas, isto porque está proibido parar e estacionar na via. O que foi positivo para melhorar o trânsito no bairro, para algumas pessoas está representando prejuízos e reclamações.
A comerciante Helena Maria Sousa tem um restaurante na avenida e conta que os clientes não vão mais ao estabelecimento comprar quentinhas ou almoçar após a mudança, porque temem parar em frente ao local e serem multados. “Quem é que vai deixar de comer em um lugar que tem estacionamento para comer em um lugar que não tem?”, indaga.
Helena compartilhou que pensa em fechar o restaurante por conta dos prejuízos que está tendo nos últimos meses, que representam uma queda de 50%. Ela ainda conta que aprovou a mudança porque diminuiu o número de acidentes na via, mas a falta de local para estacionar, até nas vias laterais, afastou os clientes.
“Aí ficou muito ruim por um lado e pelo outro ficou bom, por causa dos acidentes. Porque meus clientes paravam aqui na porta pra almoçar. Agora você sabe que é muito trabalho para parar longe e poder vir pra cá. Fora correndo o risco de ser multado se parar aqui, porque a Strans passa aí toda hora”, relata a comerciante.
Da mesma forma, o proprietário de um açougue, Edilson da Silva, conta que seus clientes também relatam o medo de serem multados caso parem na avenida, mesmo que rapidamente. Ele revela que sentiu uma queda de 30% nas vendas após a mudança e que mesmo orientando a clientela a parar nas vias laterais, a situação não melhora.

Motoristas que arriscam estacionar na Avenida Principal do Dirceu podem ser multados (Foto: Moura Alves/O Dia)
“Eu sempre falo, mas eles ficam com medo de descer numa rua dessas. E toda casa tem garagem, o que também dificulta. Aqui a gente vê que os acidentes de trânsito diminuíram bastante, mas pro comércio não foi não”, pontua Edilson da Silva.
Por outro lado, quem aprova a mudança e relata não ter sentido diferença nas vendas é Wilson Rodrigues, proprietário de um comércio na Avenida Principal do Dirceu. Sua reclamação é acerca da imprudência de muitos motoristas, que não respeitam os novos semáforos instalados e as modificações de proibido parar e estacionar.
“Para mim, não afetou em nada. Eu vejo diferença é no trânsito, que poucos obedecem ao sentido certo das ruas do lado, acho que precisaria ter uma câmera para punir esse pessoal”, aponta.
Mudanças priorizam o transporte público, justifica Strans
As alterações na Avenida Principal do Dirceu ocorreram em junho deste ano, quando foi definida a proibição de estacionamento na faixa do lado direito e fechamento dos retornos na via. Segundo José Falcão, diretor de Trânsito e Sistema Viário da Strans, a entrega da Ponte Anselmo Dias – que liga a zona Sudeste ao Centro da Capital – e a futura implantação da faixa exclusiva para ônibus foram fatores que determinaram a mudança na Avenida. As medidas têm o objetivo de priorizar o deslocamento dos teresinenses por meio de ônibus.
O diretor explica também que a Prefeitura nunca proibiu nem cobrou taxas referentes ao uso da via pública para estacionamento dos comerciantes, mas a necessidade de usar a avenida de forma diferenciada determinou as mudanças no trânsito.

Foto: Moura Alves/O Dia
“O que acontece hoje é que a Prefeitura precisa de uma área pública, a PMT passou a ter uso diferenciado do que tinha antes, é algo normal. O que a gente verificou na Avenida Principal é a grande quantidade de comércios, que na sua maioria não tem estacionamento e, por isso, muitas vezes, usam as ruas transversais. No entanto, é algo que, ao longo do tempo, será reduzido, porque a Prefeitura vai precisando de espaço na via para priorizar veículos de transporte público”, explica.
Além disso, Falcão orienta que os comerciantes procurem abrir não somente a frente dos estabelecimentos, mas também busquem locais com estacionamento. A recomendação também é adotar medidas como oferecer descontos para o cliente que utiliza ônibus para tentar mudar culturalmente esta questão.
“Existem situações que pode fornecer desconto, ou ele pode começar a entregar os produtos, temos vários aplicativos de entrega de comida, tem várias possibilidades de fazer trabalho que não dependa da pessoa de ir até o estabelecimento, pode usar o e-commerce, que está em pleno crescimento”, conclui.

fonte http://www.portalodia.com