segunda-feira, 8 de abril de 2019

Justiça marca julgamento do acusado de matar policial na frente do filho

Justiça marca julgamento do acusado de matar policial na frente do filho

Audiência ocorrerá na 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri

A Justiça marcou para o dia 18 de junho deste ano a audiência de instrução e julgamento do soldado da Polícia Militar do Maranhão, Francisco Ribeiro dos Santos Filho, acusado de matar o cabo do Batalhão de Rondas Ostensivas de Natureza Especial (BPRone), Samuel de Sousa Borges, em fevereiro deste ano. 
A audiência será realizada na 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri, a partir das 8h30min. Na ocasião, o acusado e testemunhas serão ouvidas. A audiência deverá decidir se Francisco Ribeiro dos Santos Filho irá a júri popular. 
Francisco Ribeiro dos Santos Filho( Foto: Whatsapp)
No dia 25 de fevereiro, a juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri, aceitou a denúncia do Ministério Público contra o soldado Francisco Ribeiro dos Santos Filho, acusado de assassinar o cabo Samuel de Sousa Borges.
Francisco Ribeiro dos Santos Filho encontra-se preso preventivamente desde o dia 02 de fevereiro de 2019, quando teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva, por homicídio contra Samuel de Sousa Borges.
O juiz da Central de Inquéritos, Valdemir Ferreira Santos, proibiu a transferência do soldado Francisco Ribeiro dos Santos Filho para o estado do Maranhão. A Secretaria de Justiça do Estado do Piauí solicitou que, por questão de segurança, o soldado, fosse transferido para a Penitenciária José Arimatéia Barbosa Leite, em Campo Maior.

Entenda o caso 

Um policial militar de Teresina foi assassinado a tiros, na tarde do dia 1º de fevereiro, ao se envolver em uma discussão com outro policial no bairro Jockey, zona Leste de Teresina.
De acordo com informações repassadas pela polícia, a vítima identificada como cabo Samuel de Sousa Borges estava indo pegar o filho na escola, quando se iniciou a briga com o outro policial. Ele foi alvejado com três tiros na frente do filho de apenas 8 anos na rua Cândido Ferraz, por volta das 13h, próximo ao colégio onde a criança estuda.
Samuel de Sousa Borges( Foto:redes sociais) 
O filho do policial entrou em estado de choque e precisou da ajuda das testemunhas para se acalmar. Logo depois, familiares da vítima chegaram ao local e se deparam com o crime.
O policial que atirou contra Samuel de Sousa atua no 11º Batalhão da Polícia Militar de Timon e foi identificado como Francisco Ribeiro dos Santos Filho. Ele foi abordado por populares e acabou sendo agredido.

Conclusão do inquérito 

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu o inquérito que investiga a morte do cabo da polícia militar Samuel de Sousa Borges, assassinado a tiros no dia 01 de fevereiro, pelo policial militar do Maranhão Francisco Ribeiro dos Santos Filho. As apurações apontaram que Samuel de Sousa Borges foi assassinado em decorrência de uma abordagem policial e não por causa de uma discussão de trânsito. 
O inquérito policial com 139 páginas apontou ainda que o cabo Samuel de Sousa Borges filmou a abordagem policial que culminou em sua morte. De acordo com o coordenador do DHPP. Delegado Francisco Costa, o Baretta, a vítima conseguiu filmar a ação até o momento que recebeu o primeiro tiro de arma de fogo na frente do filho de oito anos de idade.
Delegado Francisco Costa, Baretta( Foto: reprodução internet) 
“A conclusão do inquérito policial apontou que o que motivou a morte de Samuel de Sousa Borges foi uma abordagem policial. O PM fez a primeira abordagem na Avenida Presidente Kennedy, próximo ao Xamegão do Forró. Ele se deparou com um suspeito em uma moto sem placa, com um volume estranho na cintura e resolveu fazer a abordagem. Ele filmou a ação para mostrar que estava agindo dentro da lei, até por que ele não sabia que era um policial”, afirma o delegado Baretta.
O coordenador DHPP declarou que depois da primeira abordagem o semáforo abriu e ainda na Avenida Presidente Kennedy, quando o segundo semáforo fechou, Samuel fez outro abordagem a Francisco Ribeiro.  
“Quando Samuel fez a segunda abordagem, próximo a Engecopi, na Avenida Presidente Kennedy, o PM do Maranhão respondeu que não devia satisfação a ninguém. A terceira abordagem ocorreu no cruzamento das ruas Cândido Ferraz com Verbenas, bairro Jóquei Clube, zona Leste. Foi nesse momento que iniciou uma discussão e os seguranças da escola interviram por imaginar que era um assalto. Eles se identificaram como policiais e Samuel indagou sobre a segunda arma do PM do Maranhão que seria irregular e que levaria ele para a Corregedoria. Nesse momento, Francisco Ribeiro tirou a chave da moto e disse que se continuasse filmando ia matá-lo. Samuel não acreditou que isso pudesse acontecer por ser um amigo de farda, mas ele efetuou três trios, sendo que quando disparou o primeiro Samuel parou de filmar", conta Baretta.

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