quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Vídeo: frei e agricultores denunciam ameaças feitas pela irmã de Fábio Novo; defesa nega

Duas famílias de agricultores da localidade Escalvado Grande, município de Santa Luz, no Sul do Piauí, denunciam que estão sendo ameaçadas para que deixem as terras em que moram e cultivam há 26 anos. Segundo elas, as ameaças partiram de Maria Luiza Nunez Novo Raminelli, irmã do deputado estadual licenciado e Secretário de Cultura do Piauí, Fábio Novo. A denúncia foi divulgada pelo portal B1.
Quem tornou os fatos públicos foi o Frei Rogério Soares, da Ordem Mercedária da Igreja Católica. Ele diz em vídeo que as terras em questão foram doadas às referidas famílias pela entidade religiosa.
Assista ao vídeo:

Há uma disputa judicial, onde Maria Luiza estaria requerendo os direitos pela terra. A situação se agravou bastante nos últimos dias, onde segundo o Frei Rogério, Maria Luiza invadiu as terras e, com uma arma de fogo, ameaçou as pessoas que cultivavam-as no momento. Tiros teriam sido efetuados, furando os pneus de um trator.
“As terras foram doadas pela Ordem Mercedária por meio do saudoso padre Rafael e aqui eles estão há 26 anos, onde no momento vivem esse inconveniente sem poder cultivá-las porque a vizinha não está permitindo. A terra está na justiça, nós da Ordem Mercedária queremos reavê-las, pois as mesmas sempre foram da Ordem e reafirmamos que essas famílias devem permanecer no local, como estão há 26 anos. Estamos lutando por isso”, disse o Frei Rogério.

Veículo que teria sido alvo de disparos
Veículo que teria sido alvo de disparos 
O frei ainda pede que as autoridades competentes tomem providências quanto à situação relatada, tendo em vista que trata-se de famílias carentes que moram e utilizam do cultivo das terras como meio de vida.
Defesa nega acusações
Ao 180, a defesa de Maria Luiza Nunez Novo Raminelli negou as acusações feitas pelo frei e as famílias envolvidas no caso.
Segundo o advogado, a Ordem Mercedária vendeu as terras para Maria Luiza por meio de escritura pública de compra e venda registrada em cartório no mês de maio de 2006.
A Ordem Mercedária havia entrado com uma ação para que as duas famílias saíssem da área, o que não aconteceu e as famílias entraram com uma ação de usucapião, alegando que estavam na propriedade desde 1996. Diante disso, a Ordem reivindicou a propriedade na justiça.
Em 2017, as famílias foram derrotadas nas ações de usucapião por não terem conseguido provar o uso da terra no período e então o juiz da Vara Agrária considerou que a terra foi invadida e era ocupada ilegalmente.
Em março de 2019 foi determinado que as famílias deveriam desocupar a propriedade, mas no dia do cumprimento da ordem judicial, as duas família colocaram dezenas de crianças na frente das terras para que a desocupação não fosse cumprida.
Ainda segundo a defesa, o cumprimento da ordem de desapropriação ainda está justiça, mas no último final de semana houve novas invasões de terra na propriedade de Maria Luiza, inclusive com derrubada de cercas. O marido dela tentou intervir, mas nega que tiros tenham sido disparados.
Uma boletim de ocorrência foi registrado por Maria Luiza após a última invasão.
A defesa encaminhou ao 180 documentos da justiça que provam a legitimidade da propriedade da terra e as decisões contra as famílias:



fonte 180graus.com