Ambas teriam recebido valores do Fundo Partidário advindos de suposta candidata "fantasma" ao posto de deputada nas eleições de 2018
Blog Bastidores teve acesso à denúncia anônima encaminhada ao MPF
__________________________________________________________
A denúncia anônima encaminhada ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal sobre o caso envolvendo a candidata a deputada estadual supostamente "fantasma" nas eleições de 2018 pelo PR (hoje PL) Tamires Vasconcelos acusa a mulher e a sogra do deputado estadual Fábio Xavier de recebimento ilegal de recursos oriundos do Fundo Partidário destinados a uma candidata laranja, que não teria, portanto, feito campanha.
O Blog Bastidores, do 180, teve acesso à íntegra da denúncia, que contém 27 páginas e é bem detalhista.
Segundo as informações, que são alvo de investigação da Polícia Federal a pedido do Ministério Público Federal, Gláucia Xavier, mulher do deputado estadual licenciado, recebeu R$ 50.000,00 de Tamires Vasconcelos. Já Maria das Graças de Sousa Santos, sogra do parlamentar, recebeu R$ 40.000,00.
"TUDO EM FAMÍLIA"
O - ou a - denunciante chama atenção para "o fato de tudo estar em família" e destaca que a esposa do parlamentar, Gláucia Sousa Santos, "proprietária da empresa "Shop Festa", não tem em seu CNPJ competências para prestar serviços gráficos".
"Por fim", continua, "nota-se que sua sogra [do parlamentar] Maria Das Graças de Sousa, foi quem locou os veículos para ambas as campanhas [tanto de Fábio Xavier, quanto de Tamires]".
Dados reportados na denúncia são de acesso público.
"GASTOS SUSPEITOS"
Sobre a candidata supostamente laranja Tamires Vasconcelos - chamada de "fantasma" - a denúncia diz que ela recebeu R$ 370.700,00 sem realizar campanha, mesmo assim gastou R$ 369.912,55, obtendo somente 41 votos, "que obviamente foram dados por aqueles que participaram do esquema".
Outros gastos apontados como suspeitos são os com relação a R$ 191.900,00 "somente em publicidade".
"Em consulta às redes sociais da 'Candidata Fantasma', constatou-se que não havia qualquer tipo de propaganda ou movimentação eleitoral (...). Não existe uma única rede social para divulgação da campanha?", indaga, de forma retórica.
A defesa de Fábio Xavier vem sustentando que a denúncia é anônima e que por isso seria frágil, não merecendo prosperar o inquérito que apura os fatos narrados.
A Polícia Federal, ao instaurar o inquérito, sustentou que haveria a suspeita de múltiplos crimes e o envolvimento de mais pessoas.