Foto: Dantércio Cardoso
Sem recursos em caixa, o Secretário de Finanças e vice-prefeito de Teresina, Robert Rios, não descarta interromper o pagamento de dívidas do município para comprar vacinas contra a covid-19. Na última sexta-feira, o prefeito Dr. Pessoa manifestou interesse em adquirir 100 mil doses da Coronavac em uma compra compartilhada com o governo do estado.
“Dinheiro em caixa não temos, temos opção. Nós recebemos a prefeitura com mais de R$ 1 bilhão em dívidas e fizemos um cronograma de pagamento dessas dívidas e vamos cortar, se for o caso, e comprar primeiro vacina”, disse o secretário ao portal.
As 100 mil doses custariam cerca de R$ 20 milhões. Cada uma ao valor de 35 dólares. Robert Rios descartou suspender obras e usar o dinheiro para garantir os imunizantes.
“As obras são com recursos carimbados, fruto de empréstimos, bancos nacionais e internacionais”, afirmou.
Outra preocupação do secretário é adquirir as vacinas e o Ministério da Saúde, através do Plano Nacional de Imunização, destinar os imunizantes para outros locais.
“O problema da vacina não é recurso. O problema da vacina é que se corre o risco de comprar com o dinheiro do povo de Teresina e essa vacina ir para o Plano Nacional de Imunização e não chegar aqui. Compra vacina, entrega para o Ministério da Saúde e eles podem mandar para qualquer lugar do Brasil”, disse Robert Rios.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm) chegou a protocolar uma denúncia no Ministério Público do Estado (MPE) depois do anúncio de que o prefeitura teria a intenção de utilizar recursos do Instituto de Previdência Social do Município de Teresina (IPMT) para a compra de vacinas contra a Covid. A prefeitura informou que não deu andamento a proposta e que busca outras formas de financiamento da compra dos imunizantes.
Consórcio Nordeste fecha compra da Sputinik V
Ontem, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), finalizou o acordo do Consórcio Nordeste para compra de 37 milhões de doses da vacina contra a covid-19 Sputinik V. Em reunião virtual com o diretor-presidente do Fundo Soberano Russo, Kirill Alexandrovich Dmitriev, e com o governador da Bahia, Rui Costa, as negociações foram concluídas.
Wellington Dias comemorou o acordo e lembrou que a Sputinik possui 94% de eficácia, o que está sendo confirmado diariamente pelos 51 países que estão aplicando o imunizante. “É uma comprovação na prática do sucesso da vacina russa”, disse o governador.
Agora, a próxima etapa é o Consórcio Nordeste providenciar toda a documentação necessária para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) possa aprovar o uso da vacina no Brasil.
Todo o processo formal, inclusive a assinatura do contrato entre o Consórcio Nordeste e a Rússia, será acompanhado pelas embaixadas da Rússia e do Brasil. A procuradora Bárbara Camardelli, da Bahia, fez a tradução.