"A galera pior de mira é a da esquerda", disse o professor; ex-presidente dos EUA sofreu tentativa de assassinato
A Prefeitura de Picos, no Piauí, determinou a abertura de um processo administrativo para apurar o caso em que o professor de História, Deivison Moura Chagas, zomba do atentado sofrido pelo candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump. Pelas redes sociais, Deivison divulgou um vídeo afirmando que a esquerda é ruim de mira e ainda comentou sobre o ataque ao ex-presidente Bolsonaro, ocorrido em 2018. Após a repercussão do caso, o professor foi afastado do cargo que ocupava na rede municipal.
Em vídeo publicado em conta pessoal no Instagram, o professor zomba do atentado que poderia ter tirado a vida de Donald Trump durante um comício nos EUA. O professor supõe que as pessoas com posicionamento político de esquerda seriam ruins de mira por não ter acertado na cabeça do ex-presidente. Duas pessoas morreram no caso, entre elas, o próprio atirador que foi abatido pelo Serviço Secreto.
"A galera pior de mira que eu já vi na vida foi a galera da esquerda. Porque vai dar um uma facada no cara, acerta num lugar onde nem sangue tem. Aí vai dar tiro num cara numa cabeça daquele tamanho, não acerta a cabeça. Quem tava depois do cara, não foi atingido, ninguém viu bala. Minha gente ainda tentaram fazer funcionar em 2018 e até meio que funcionou porque o inelegível foi eleito. Essa galera da esquerda tem que treinar mira", disse.
Internautas ficaram insatisfeitos com a declaração. Uns chegaram a dizer que não querem o educador como professor de seus filhos. Após repercussão do caso, o professor pediu desculpas.
A repercussão do posicionamento foi tamanha que depois da postagem a Prefeitura de Picos optou por afastar o professor do cargo e instaurou um processo administrativo para apurar o caso. Em nota, a administração alegou que preza pelo respeito e pela valorização da dignidade humana e da convivência harmoniosa.
Leia a nota na íntegra:
Em virtude da grave repercussão nas redes sociais envolvendo um vídeo de um professor da rede pública municipal de ensino, no qual este zomba do grave atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e um inocente americano foi morto, o Município de Picos vem a público informar que determinou a abertura de um processo administrativo para apurar os fatos.
Além disso, informamos que o Município decreta o afastamento cautelar imediato do referido professor , em virtude da gravidade dos fatos , até o encerramento da sindicância , tendo em vista que o professor , em sala de aula , é um formador de opinião de uma audiência cativa de crianças e adolescentes.
Ressaltamos que o Município de Picos se pauta pela preservação da vida e pelo respeito aos valores fundamentais da dignidade humana e da convivência harmoniosa.
Reiteramos nosso compromisso com uma educação de qualidade , baseada no respeito mútuo e na ética.
Contamos com a compreensão e o apoio de todos para que este episódio seja esclarecido de maneira justa e transparente.
Após polêmica, professor se retrata e pede desculpas
Em novo vídeo, o professor Deivison Moura Chagas pediu desculpas pelo comentário e alegou que estava sendo irônico no atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos. Ele classificou o episódio como "infeliz" e que a gravação ocorreu antes da confirmação da morte de um espectador que estava no comício e que foi atingido pelo disparo que tinha como alvo, Donald Trump.
"Eu fui infeliz na forma como me referi, mas quando eu falei aquilo só tinha chegado informações preliminares, não tinha notícia de vítima fatal. Quando veio a confirmação, eu exclui o vídeo, uma vez que eu jamais, jamais, em momento algum, vou ficar feliz com a morte de quem quer que seja. Sou uma pessoa que defende a vida humana, não é da minha índole. Só queria pedir desculpas se alguém se ofendeu, mas esclarecer que momento algum eu desejei a morte de ninguém", completou.
Fonte: Portal A10+