Custo de Vida em Teresina tem a maior alta dos últimos oito meses
Inflação mensal chega a 0,97% em outubro e a gasolina é a principal vilã.
O bolso do consumidor teresinense está, cada vez mais, sentido os efeitos da alta constante nos produtos de necessidade básica. A gasolina, vilã já conhecida este ano, inflacionou novamente (somente de janeiro a outubro, chegou a 15,66% de alta), agora ela levou consigo o álcool (4,30%) e o diesel (4,11%). Estes, juntos, elevaram o segmento de transportes para 1,69% em outubro, e 11,39% no ano de 2015. Os dados são da Fundação CEPRO, órgão oficial responsável pelo cálculo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no Piauí.
Segundo relatório divulgado pela equipe de estatísticas do órgão, a inflação registrada para o mês de outubro foi de 0,97%, a maior dos últimos oito meses. “Com mais essa alta, os valores acumulados no ano e nos últimos 12 meses foram de 8,29% e 9,65%, respectivamente”, explica o diretor de estatísticas e informação da Fundação, Elias Alves Barbosa. Segundo ele, ao avaliar os elementos que contribuíram para a formação deste índice, constatou-se que, além dos combustíveis, alguns alimentos também continuam pressionando a inflação local.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
“O açúcar, que tem sua alta diretamente ligada ao aumento do álcool (pois quando o valor deste combustível aumenta, os produtores deixam de desenvolver o bem alimentício para investir mais na produção do álcool) foi um desses produtos, sua alta foi de 5,79% ao mês e ocorre agora, depois de meses seguidos de uma baixa significativa”, explica o diretor da pesquisa. Já produtos como arroz e feijão, presente em todas as mesas das residências de Teresina, apresentaram ligeira deflação (-0,12% e -0,87%, respectivamente).
Entretanto, a pesquisa de campo verificou, segundo o relatório apresentado, forte influência nos itens componentes do grupo Saúde e Cuidados Pessoais, em que o destaque foi a majoração da consulta médica (11,72%). “Outro item que me chamou atenção nesse mês de outubro foram os livros didáticos, antes mesmo de intensificarem o período de matrículas e compras de produtos escolares, quando esses preços aumentam vertiginosamente, nós já percebemos uma elevação de 8,66% nos livros de 1º e 2º grau, além dos cadernos (3,89%)”, destaca Elias Alves.
Cesta Básica – O custo da cesta básica, referencial básico para avaliação do poder de compra do salário mínimo, no mês de outubro aumentou 0,38%, acumulando em 11,21% nos últimos 12 meses. “Isso está refletindo na conjuntura de instabilidade porque vem passando a sociedade brasileira, em que tanto o consumidor, quanto o produtor/fornecedor, estão mergulhados”, explica o diretor de estatísticas da Fundação Cepro, Elias Alves Barbosa.
Apesar deste aumento, muitos produtos alimentícios tiveram queda. Abaixo tabelamos alguns itens alimentícios que tiveram inflação e deflação no último mês de outubro (e no ano de 2015) que tem influência mais forte no bolso do consumidor local.