No topo do Enem, Dom Barreto aposta em monitoria e carga horária ampliada
O colégio católico, um dos mais tradicionais da capital piauiense, cobra mensalidades que variam de R$ 1.300 a R$ 1.500.
Ex-alunos monitores e carga horária ampliada são algumas das razões apontadas pela direção, professores e estudantes do colégio Instituto Dom Barreto, de Teresina, para a escola ter atingido a maior nota média no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2018.
O colégio católico, um dos mais tradicionais da capital piauiense, cobra mensalidades que variam de R$ 1.300 a R$ 1.500. A coordenadora do ensino médio, vice-diretora e ex-aluna Marcela Rangel afirma que a cultura do colégio é dar atenção ao aluno por meio de atividades extras, como reforço em disciplinas ou atendimento através de monitores, que também são ex-alunos. "Isso faz diferença", diz.
São no total cerca de 3.000 alunos, sendo 571 no ensino médio. O colégio oferece 30 monitores que atendem os alunos com mais dificuldades, especialmente no ensino médio, quando são realizadas as provas do Enem. Todos são ex-estudantes, e a atividade é remunerada (com um salário mínimo).
Estudantes do Dom Barreto assistem à palestra “Saúde mental e desempenho acadêmico de alto nível”, ministrada pelo médico psiquiatra Rayli Sales, ex-aluno do colégio. Na foto, feita na semana passada, estudantes da 2ª série do ensino médio assistem à explanação, que também foi apresentada a alunos da 3ª série do médio (Foto: Divulgação / Instituto Dom Barreto)
São aplicadores de provas e monitores plantonistas que ajudam na logística de aplicação de provas, no auxílio dos alunos de suas dúvidas e reforço escolar.
O fato de o monitor ter sido estudante da escola, segundo alguns alunos, facilita a comunicação. "Eles, por terem estudado aqui, sabem o que estamos sentindo, as dificuldades que enfrentamos quando chega perto do Enem", afirma Ana Beatriz Ramos, 18, estudante de medicina da Universidade Federal do Piauí e que concluiu o 3º ano do ensino médio no Dom Barreto.
"Às vezes você está perdido e os monitores dão as dicas, porque eles passaram por aquilo que precisamos passar. Servem de guia para a gente", lembra Bruno Soares, que também estudou no colégio até o ano passado. Agora, está no 1º ano de medicina da Universidade Federal do Piauí.
Outro aspecto apontado são as aulas opcionais de xadrez, dança, jogos e robótica, que estimulam a criatividade. "Na reta final do ensino médio, as aulas de dança nos ajudavam a desopilar um pouco", conta Beatriz.
Para o coordenador de matemática, Afonso Norberto, professor há 25 anos no Dom Barreto, um dos pontos fortes é o investimento feito em disciplina de estudo do aluno. "Desde quando o aluno entra no colégio, começa a aprender a se disciplinar, e isso vai sendo intensificado a partir do 2º ano [do ensino fundamental]. Então, ele já pega esse hábito cedo".
A carga horária do colégio é de apenas um turno até o 7º ano. A partir do 8º ano, os alunos passam a assistir aula à tarde, de 13h20 às 20h50, além de aos sábados, no turno da manhã.
"Eles vêm nos contraturnos para aulas extras, se preparar para olimpíadas, construir foguetes, construir robôs, para gincana, atividade cultural. Aqui eles podem estudar e ter lazer", diz a diretora.
De acordo com a direção do colégio, 90% dos alunos que entram no ensino infantil só saem ao concluir o ensino médio. O colégio também faz testes seletivos para estudantes oriundos de outras escolas.
O colégio oferece 300 bolsas a alunos e mantém um projeto social no bairro Satélite, na periferia de Teresina. Lá, o grupo criou há 27 anos o colégio Madre Maria Villac, com o mesmo projeto pedagógico, com mil alunos. Do ensino infantil ao médio, a unidade escolar tem o mesmo corpo docente do Bom Barreto.