sábado, 18 de outubro de 2014

Comunidades da zona rural cobram melhorias no transporte público


Comunidades da zona rural cobram melhorias no transporte público

Usuários relatam problemas parecidos com os enfrentados na zona urbana. Sucateamento e pouca oferta de linhas são algumas das reclamações.

Não é apenas a população da zona urbana de Teresina que sofre com a precariedade do sistema de transporte público. Moradores da zona rural também lidam diretamente com o problema. As pautas de reivindicações são as mesmas: ônibus sucateados, atrasos, linhas que não atendem todas as comunidades, além das estradas em ruim estado de conservação.
“Não dá para sentar nem nas cadeiras”, afirma Francisca Macêdo, residente do Povoado Tapuia. Ela ainda pontua que os moradores do Assentamento Bom Sossego também passam diariamente pela problemática. As estradas em péssimas condições de uso e que não possuem manutenção, como afirmam as lideranças comunitárias, também afetam diretamente na precariedade do sistema, prejudicando mais de 400 famílias que moram no Povoado Tapuia.
“Outro dia, um ônibus de tão velho quebrou a barra da direção e fez várias pessoas ficarem lesionadas”, relembra Francisca Macêdo. “Os ônibus são assaltados direto”, conta Sâmia Beatriz.
Foto: Marcela Pachêco/O Dia

Lideranças comunitárias se queixam das condições precárias dos veículos
Em outras localidades da zona rural de Teresina, o problema se repete. No assentamento 28 de agosto, Bom Sossego, Mundo Nova, Cajaibinha, Povoado Amparo e Lagoa de Piripiri, os moradores queixam-se das linhas de ônibus que, por muitas vezes, circulam apenas duas vezes ao dia: no início da manhã e no final da tarde.
Maria do Carmo Marçal é líder comunitária no assentamento Vale da Esperança. O valor da passagem praticada pelas empresas que atendem à região é superior a R$ 2,10 e chegam a R$ 4.
“Não sabemos o motivo desse valor, mas, segundo as empresas dizem, a comunidade é longe e as estradas são ruins”, afirma a representante da comunidade, que pontua que os serviços de saúde, água e energia não estão chegando às residências dos moradores. Na região da Santa Teresa, no Povoado Alto do Gaspar, as famílias estão encontrando dificuldades para complementar suas rendas. “Não tem ônibus regularmente em outros horários. A gente tem que descer dois morros para pegar um ônibus que sai para Teresina às 6h30 e só volta 16h. São mais de 58 famílias que estão com seus empregos prejudicados por conta disso”, frisa Sônia Lima.
A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans) reconheceu que existem problemas no sistema de transporte rural de Teresina, mas que será iniciada uma nova etapa de melhorias. Está prevista ainda a intensa fiscalização das linhas para identificar que empresas não estão cumprindo com a frota. As que desobedecerem às normas serão autuadas e multadas pela Strans.

fonte portal o dia