Proibição de revistas íntimas facilita entrada de objetos proibidos
Presídios não possuem equipamentos adequados para revista mecânica.
A proibição da revista íntima em visitantes de penitenciárias no Piauí, sancionada pela Lei 6.620 do deputado estadual Luciano Nunes, pode colocar em risco a segurança no sistema prisional e facilitar a entrada de celulares ou armas nas unidades. Isso porque o Estado ainda não equipou os presídios com scanners corporais, detectores de metais, aparelhos de raios X e outras tecnologias.
A preocupação é do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sinpoljuspi). Segundo o diretor da entidade, Kleiton Holanda, existem apenas portais de detector de metais nas unidades prisionais de São Raimundo Nonato e Parnaíba, bem como na Penitenciária Irmão Guido e na Casa de Custódia. Mesmo assim, o equipamento apresenta falhas. “Todos têm defeitos devido à quantidade de tempo de uso e à falta de manutenção semestral”, disse o sindicalista.
Por isso, ele ressalta que é urgente que o Estado adquira os aparelhos de revista mecânica que já estão previstos na lei, garantindo o cumprimento e o respeito aos visitantes. “Nesse momento é um risco fazermos apenas a revista mecânica. A lei é bem-vinda, mas nosso material é obsoleto e não há como fazer o controle da entrada de celulares, drogas ou armas com o que temos”, completa Holanda.
Pela lei, estão proibidos todos os procedimentos que obriguem o visitante a despir-se, a fazer agachamentos ou dar saltos e a submeter-se a exames clínicos invasivos. “Pretendemos preservar a dignidade das famílias dos detentos, diminuindo o constrangimento e o estresse na hora da visita”, disse o deputado Luciano Nunes.
Em reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na semana passada o governador Wellington Dias solicitou novos e modernos equipamentos para as penitenciárias do Piauí, mas a aquisição dos aparelhos ainda não tem previsão para acontecer.