sexta-feira, 8 de maio de 2015

Gevisa paralisa e carne é vendida sem inspeção; Sindserm denuncia


Gevisa paralisa e carne é vendida sem inspeção; Sindserm denuncia

Sindicato diz que mais de 8 mil servidores aderiram aos movimentos grevistas. Órgãos da prefeitura de THE estão funcionando com apenas 30% dos servidores


Manifestantes estão se organizando diariamente para chamarem atenção do prefeito Firmino Filho. Sindserm luta para que haja uma negociação e um reajuste salarial de 55,7% (Foto: Manoel José/O Olho)
Os servidores públicos municipais de Teresina realizaram na manhã desta quinta-feira (07/05), uma manifestação em frente à sede da Vigilância Sanitária, localizada no bairro São Pedro, na zona Sul de Teresina. Com quase 100% dos servidores paralisados, a inspeção dos abatedouros de carnes da capital não está sendo realizada. Além disso, os manifestantes denunciaram problemas graves no HUT e no Hospital Lineu Araújo.
Letícia Campos, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina. Para ela, existe uma má vontade por parte da prefeitura (Foto: Manoel José/O Olho)
“A fiscalização nos abatedouros de carne de Teresina não está sendo feita em nenhum lugar de Teresina. Cerca de 60% dos servidores públicos do município aderiram ao movimento grevista e estão paralisados. Isso corresponde a quase 8 mil servidores”, diz Letícia Campos, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm).
GEVISA, Lineu Araújo, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), Unidades Básicas de Saúde (UBS), Assistência Social com os Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência de Assistência Social (CREAS), Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Teresina (Strans), e setores da educação municipal aderiram ao movimento e estão atuando apenas os 30% de efetivo que é determinado por lei.
Funcionários da GEVISA paralisaram os serviços a partir da manhã desta quinta-feira (07). Abatedouros de carne de Teresina estão atuando sem fiscalização alguma e não há prazo para que seja regularizada o serviço em todos os postos visitados pelas equipes (Foto: Manoel José/O Olho)
De acordo com Letícia Campos, os servidores reivindicam um reajuste salarial de 55,7% depois de várias tentativas de negociações que foram frustradas. “Estamos realizando essa pressão no sentido de tentarmos essa diálogo com a prefeitura, mas até o momento o prefeito não deu nenhum índice. Estamos denunciando também o constante assédio moral que está sendo feito”, revela.
HUT NÃO CUMPRE ESCALA DE SERVIDORES
O Sindserm diz ainda que o médico Gilberto Albuquerque, Diretor Geral do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), está se recusando a receber a escala de servidores e orientando as chefias imediatas a não receberem a escala dos 30% que estão aptos a trabalharem em setores específicos do local para realizarem os serviços de manutenção essencial.
HUT passa por reforma e está com atendimento reduzido. Gestor diz que não há como trabalhar com apenas 30% do efetivo de servidores em alguns setores do hospital (Foto: Manoel José/ O Olho)
“As técnicas de laboratório do HUT já aderiram ao movimento, até porque o vencimento delas é de apenas R$ 652, chega a um salário mínimo apenas com a complementação, e esse é um trabalho que importante para o andamento do hospital, mas que não está sendo valorizado. Hoje o que nós temos é uma reação anti sindical que busca barrar nosso direito de greve”, ressalta.
Em resposta as denúncias, Gilberto Albuquerque informou ao portal, que ainda sequer recebeu a lista de escala. Segundo ele, alguns setores do HUT poderão sim funcionar com o efetivo de 30%, mas outros, que são fundamentais não poderão aderir. “Eles nos encaminharam um documento que nos dava um prazo de 72h, mas isso deveria valer a partir de hoje, eu ainda nem recebi essa lista de servidores, como é que eu teria rejeitado?”, indaga. Gilberto Albuquerque destaca ainda que a paralisação de servidores deverá ser aceita dependendo da necessidade do hospital. “No laboratório por exemplo não temos como funcionar com apenas 30% e o que diz a lei é que os funcionários atuem conforme a necessidade do hospital, afim de que não fique prejudicado o atendimento aos pacientes”, finalizou.
LINEU ARAÚJO NÃO POSSUI ESTRUTURA PARA ATENDIMENTO
O Sindserm revelou uma situação constrangedora que ocorre nas dependências do Hospital Lineu Araújo. Segundo a denúncia, o local não dispõe de diversas atividades básicas para o funcionamento. “O Lineu Araújo funciona sem ter como fazer uma radiografia, sem ter como esterilizar seus materiais, as pessoas que vão acessar o local tropeçam na rampa de acesso, entre outros. De uma forma geral, o serviço está completamente prejudicado, porque ele está sendo feito de forma totalmente adversa do que deveria ser, e logicamente que com a paralisação dos funcionários o prejuízo é muito grande”, denuncia.
Sindserm denuncia que até a rampa de acessibilidade do Lineu Araújo tem atrapalhado a entrada de pacientes. Direção informou que as denúncias não procedem (Foto: Assis Fernandes/ Jornal O Dia)
Letícia finaliza informando que na próxima quarta-feira o sindicato prepara um novo movimento em frente ao Palácio da Cidade para tentar negociar com o prefeito Firmino Filho. Enquanto isso, os servidores seguirão paralisados e a greve se manterá por tempo indeterminado.
Em nota, a assessoria de comunicação do Hospital Lineu Araújo, informa que os materiais para uso no setor de radiologia devem chegar ainda na tarde de hoje ao centro de saúde. Quanto aos equipamentos de esterilização, a direção informa que eles estão funcionando normalmente. Em relação a falta de acessibilidade, a direção explica que o prédio possui adaptação para a entrada segura de todos os usuários e que a equipe trabalha para garantir o direito ao acesso rápido e seguro às suas dependências.

fonte portal o olho