Irmãos de paciente com câncer acusam cunhada de negligência
Vítima está em estágio terminal. Esposa não levou o paciente para sessões no São Marcos
Antônio Eládio Alves de Amorim (blusa branca), ao lado dos irmãos (Foto: O Olho)
Familiares do paciente oncológico identificado como Antônio Eládio Alves de Amorim, de 43 anos, denunciaram e registraram um Boletim de Ocorrência na Delegacia Geral, acusando a esposa de Antônio, a mulher identificada como Adriana Alves da Silva, de supostamente ser negligente e provocar maus tratos ao marido.
“Ajudamos nas primeiras sessões, estive próximo, fiquei com os cartões e com os documentos para poder marcar as consultas, mas na hora que saímos de perto ela deixou de levar ele para as sessões. Um tratamento que seria concluído em seis semanas, ele terminou em três meses, e quando fomos ao hospital para ver o cadastro, havia mais de 10 faltas”, revela a irmã da vítima, Antônia Alves de Amorim.
A família relata que tudo teria começado no último dia 05 de dezembro de 2014. Antônio havia saído para uma comemoração e já na volta para casa, durante a madrugada, o homem sofreu os primeiros sintomas do nódulo que estava crescendo em sua cabeça. Naquela noite, o funcionário da empresa Simplício Mendes Companhia Seguradora, acabou colidindo o carro e encontrado apenas no dia seguinte. “Ele apagou dentro do carro e acabou batendo, mas não foi grave. Achamos estanho porque nenhum de nós ingere bebida alcóolica, e olha que somos oito irmãos”, completou a irmã que trabalha como assistente social.
Segundo Antônia, que vivia desconfiada desde o início do relacionamento, a acusada não estava preocupada com a doença do marido. Ganhando um bom salário e com status de classe média, o mesmo “dava tudo do bom é do melhor para ela. Até um carro ele deu de presente para ela”. A esposa de Antônio tem 30 anos.
Assim que foi diagnosticado com o tumor no cérebro, Antônio passou a realizar em regime de urgência, algumas sessões de quimioterapia. O tratamento seguia bem. A vítima, mesmo já bastante afetada pela doença e sem conseguir caminhar, voltou a andar normalmente após poucas sessões.
“Inicialmente ele passou 10 dias na Med Imagem, mas em seguida, foi encaminhado para o São Marcos. Quando ele teve que voltar pra Med Imagem pra poder realizar as radioterapias, foi que a médica Nilshere A. Bezerra, que é a oncologista clínica, me ligou perguntando porque o Antônio não estava indo mais”.
Já em estágio terminal, como confirmou o irmão Antônio José Alves Amorim e Antônia Alves Amorim, o tratamento serve como um prolongamento do tempo de vida. Pai de dois filhos, a vítima está residindo com a esposa e os filhos em sua residência.
“Ela está sendo negligente com ele, quer deixar ele morrer, e nós da família dele não aceitamos e nem vamos deixar nosso irmão morrer assim. O câncer dele não tem cura, mas pelo menos o direito de ter um tempo de vida maior ele tem. A esposa dele já me ameaçou diversas vezes caso eu me metesse nisso, mas eu não tenho medo dela e ela nem sabe que procuramos a polícia e a imprensa para divulgar esse descaso”, finaliza a irmã.
No final da tarde desta sexta-feira (23), os irmãos da vítima registraram um Boletim de Ocorrência denunciando o caso. O delegado Carlos André, da Delegacia Geral, informou que uma audiência foi marcada para o dia (28/05) para as 10h.
Desde que parou de trabalhar, a empresa ao qual a vítima estava vinculada, continua mantendo uma verba de custo para Antônio. No total, a empresa fornece um auxílio doença no valor de R$ 900.