Defesa de Moaci teria contratado especialista para desconstruir perícia
Assistente técnico garante que tem como comprovar que o semáforo estava aberto para Moaci e acredita em reviravolta no processo
Um especialista em Ciências Forenses teria sido contratado pela defesa de Moaci Moura, acusado de provocar o acidente que matou Bruno e Junior Araújo, membros do Coletivo Salve Rainha. O objetivo do advogado do réu é mostrar que a perícia realizada pela Polícia Civil foi viciada e que contém equívocos.
O assistente técnico contratado falou em off com a reportagem do Portal, pois alega risco de sofrer represálias por parte dos peritos. Ele não quis de identificar, mas disse que é especialista em desconstruir perícia viciada ou inconclusiva e garante que pode haver reviravolta no processo.
Segundo o especialista, há como comprovar que o semáforo estava aberto para Moaci. Além disso, a velocidade do veículo não teria sido decisiva para que o acidente ocorresse. “Mesmo se o motorista estivesse a 60 km/h, não conseguiria impedir a colisão”, disse, acrescentando que não foi feito o teste de alcoolemia no momento do acidente e, portanto, não tem como provar que Moaci havia bebido.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
As testemunhas de defesa, ouvidas na audiência de instrução que aconteceu ontem (21) no Tribunal de Justiça, afirmaram que o réu não bebeu no bar Pernambuco, onde estava sendo comemorado um arraiá. Os policiais militares que atenderam à ocorrência, ouvidos como testemunhas de acusação, afirmaram que havia duas garrafas de cachaça dentro do carro, mas elas teriam sido retiradas sem que eles vissem.
O especialista, que também é bacharel em Direito, acompanhou toda a audiência. Em vários momentos ele conversou com o advogado de Moaci, Eduardo Faustino. “A defesa vai usar as informações desse novo laudo no momento oportuno”, adiantou.
No final da audiência, Eduardo Faustino pediu um prazo à juíza Maria Zilnar para se pronunciar a respeito do que foi ouvido das testemunhas. O pedido foi deferido e a defesa terá cinco dias. Somente após essas considerações do advogado é que a justiça vai definir se o crime é culposo, quando não há intenção de matar, ou doloso, quando há intenção.
O Portal procurou o advogado Eduardo Faustino para que ele se pronunciasse sobre o assunto, mas não obteve resposta.
Ontem, a juíza Maria Zilnar decretou a prisão preventiva de Moaci, alegando que a ausência dele na audiência demonstrou pouco senso de responsabilidade. À tarde, ele se apresentou à justiça e ficou detido.