'Salve Rainha': motorista segue sem punição um ano depois do acidente
Um dos acidentes que mais chocaram o Piauí completou um ano nesta segunda-feira (26/06). O caso vitimou fatalmente os irmãos Júnior Araújo, 32 anos, idealizador do coletivo Salve Rainha, seu irmão Bruno Queiroz, 30 anos, e ainda há cobrança por justiça. O acidente também deixou com sequelas graves o jornalista Jader Damasceno, único sobrevivente dos ocupantes do fusca que foi atingido por um carro em alta velocidade. O condutor do veículo que provocou o acidente, Moacir Júnior, continua em liberdade e ainda não há data marcada para o julgamento, mas a expectativa é que aconteça este ano.
Júnior Araújo, Bruno Queiroz e Jader Damasceno voltaram de um evento do Salve Rainha no Parque da Cidadania, em Teresina, quando foram atingidos pelo carro dirigido por Moaci às 23h. Bruno morreu na hora e Júnior dias depois. Jader ficou várias semanas internado.
Moaci deve responder na justiça por quatro crimes. Além de embriaguez ao volante, ainda pesa sobre o corretor de seguros os crimes de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, lesão corporal grave e omissão de socorro no dia do acidente. A perícia concluiu que Moacir Júnior estava alcoolizado na hora do acidente e invadiu a preferencial em alta velocidade e bateu no Fusca ocupado pelos integrantes do Salve Rainha.
Apesar de ter sido preso preventivamente, após faltar em sessão do Tribunal do Juri, a prisão preventiva foi revogada 40 dias depois, e aguarda julgamento até o momento. Moacir Júnior está cumprindo algumas medidas cautelares como: não pode dirigir, nem frequentar bares e restaurantes, proibido de sair de sua residência entre 21h e 5h e uma vez por mês comparece em juízo.
O promotor Ubiraci Rocha declarou que o caso em particular foi tudo dentro dos prazos legais. A defesa recorreu e por isso da demora na pronuncia, que é o chamamento do autor ao tribunal do Juri. "Não há dúvidas que devido ao que há no processo, que será confirmado a decisão de 1º grau, e certamente no segundo semestre deste ano teremos o agendamento do julgamento no Tribunal do Juri", disse em entrevista ao Jornal do Piauí, na TV Cidade Verde.
- Moaci Júnior, causador do acidente
Ainda segundo o promotor Ubiraci Rocha, as chances de anulação pela defesa alegando que não é competência do tribunal do juri, e sim da vara especializada de trânsito são mínimas, já que dificilmente se desconfigurará o Dolo eventual do caso que é quando a pessoa assume o risco de causar o resultado, no caso o acidente de trânsito.
Para ele não há como alegar culpa no caso, pois o laudo foi conclusivo em relação a embriaguez e a velocidade do carro em 100 km/h, acima dos 60 km/h permitidos pela via. Com o dolo será submetido a uma pena de 12 a 30 anos por homicídio. Devido a ação produzida, ele terá que responder a altura, não havendo o que se falar em culpa