'Foi feminicídio':família de Camilla Abreu faz manifestação em THE
A família da estudante de Direito Camilla Abreu, morta pelo namorado no dia 26 de outubro, realiza no fim da tarde desta quarta-feira (08/11) uma manifestação para pedir justiça pela morte da jovem de 21 anos. O ato acontece em frente ao Comando Geral da Polícia Militar do Piauí, no bairro Cristo Rei, Zona Leste de Teresina.
Camilla namorava com o policial Allisson Wattson há 10 meses e desapareceu após sair com ele. Depois de dias de investigação, a Delegacia de Homicídios descobriu que o militar a matou com um tiro no rosto dentro do seu carro, jogou o corpo em um matagal e tentou limpar os indícios do crime, inclusive com a tentativa de se desfazer do veículo. Preso, ele confessou o crime, mas alegou que foi um disparo acidental e que ela causou uma discussão que resultou na sua morte. A estudante era constantemente agredida e alvo dos ciúmes do homem que a pressionou num relacionamento nocivo.
A professora Lourdes Melo também esteve na manifestação, convocou as mulheres a repudiarem todo tipo de violência e cobrou punição.
Familiares de outras vítimas de violência contra a mulher, como as jovens Iarla Barbosa e Samara Sabrina, também participaram do ato.
Em sua fala, o promotor Francisco de Jesus comenta a importância da sociedade sair às ruas para cobrar seus direitos e um basta à violência.
Pai de Camilla com camisa em homenagem à filha.
Camilla Abreu foi sepultada no dia 1º de novembro e sua morte causou grande comoção no Piauí.
Jean Carlos, pai de Camilla Abreu, faz um apelo para que o policial militar Allisson Wattson perca a farda e faz uma alerta aos pais.
Revoltada com mais um crime, a delegada Vilma Alves, titular da delegacia Especializada da Mulher, defendeu a castração de condenados por esses crimes.
"Temos que garantir a nossa segurança. Esse povo comete um crime com tamanha crueldade, e estou aqui, não só eu, mas todas as mulheres, para dizer, que no Piauí, nós mulheres, somos a força, continuamos a dizer: mulher no Piauí pode morrer, mas vão pra cadeia, vão pagar. Com fé em Deus no futuro, serão castrados, acredito no meu Deus porque ele é justo, estamos aqui pedindo justiça, sei que vai acontecer", disse.
Um padre está no local e passou uma mensagem aos participantes da manifestação. A avó de Camilla está muito emocionada.
"Eu não tenho dúvida que a sociedade tem que se unir ao poder público para enfrentar crimes dessa natureza. Somente cobrando das autoridades, somente as autoridades saindo do gabinete para sentir o clamor público. É necessário que nós demos um basta no crime de feminicídio, afinal de contas, não mais se tolera que as mulheres sejam mortas simplesmente pela condição de ser mulher, a mulher tem que ter o respeito e nós vamos continuar fazendo o trabalho preventivo, mas também saberemos atuar no trabalho repressivo, dando a devida sansão penal, buscando todos os meios de penalizar esses agressores", disse o promotor Francisco de Jesus.
