Em greve, os motoristas de ônibus da capital dizem que os empresários ainda não apresentaram nenhuma proposta. Nem os 30% essenciais da frota estão circulando.
A greve dos motoristas de ônibus de Teresina continua e entrou nesta segunda-feira (25) em sua segunda semana. Há sete dias que o transporte público municipal se encontra totalmente parado, de modo que nem a frota mínima obrigatória de 30% está circulando. O movimento paredista é em protesto por melhorias nas condições de trabalho e pagamento de benefícios como tíquete alimentação e plano de saúde.
A greve chegou a ser suspensa no dia 28 de abril, após uma tentativa de acordo com o setor patronal, mas acabou retornando dias depois, porque as negociações não foram para frente. De acordo com Fernando Feijão, presidente do Sintetro (Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Rodoviário de Teresina), desde então, ainda não houve nenhuma sinalização de acordo ou tentativa de negociação por parte dos empresários.
“Às reivindicações dos trabalhadores, os empresários apenas alegam que não têm como honrar nesse momento o pagamento de tíquete, do plano de saúde e discutir a situação dessas demissões, que são colocadas alegando a questão da covid-19. É uma situação ímpar que vive o transporte público e ele continua parado 100%.”, disse Feijão.
Ele acrescenta ainda que tem esperança de que durante esta semana, talvez os trabalhadores e os empresários cheguem a um entendimento, porque mesmo que a cidade esteja sob os decretos de quarentena, ainda há trabalhadores de serviços essenciais que dependem do transporte público para ir e vir do serviço.
O Sintetro rebateu ainda as acusações de que haveriam motoristas impedindo que os ônibus saiam das garagens para rodar no mínimo de 30% que a lei exige para os setores essenciais. A entidade cobrou da Prefeitura de Teresina e do Tribunal Regional do Trabalho que atuem na mediação das negociações, porque enquanto não houver uma proposta por parte dos empresários, o movimento paredista continuará.
“A greve se mantém enquanto não houver nenhuma tratativa de acordo, mas como sempre eu digo: o movimento é legítimo, é legal, porque é reivindicação de condições de trabalho e de garantia de direito dos trabalhadores, que nesse momento passam por sérias dificuldades”, finalizou Feijão.
O outro lado
O Portal procurou o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut) para se manifestar sobre a greve dos motoristas de ônibus e as negociações junto à categoria. A assessoria da entidade informou que está aguardando um posicionamento por parte da diretoria para poder se pronunciar. A reportagem está no aguardo do retorno.