segunda-feira, 25 de maio de 2020

Tecnologia é aliada no atendimento às crianças com deficiência durante pandemia


Ascom/Semcaspi

A rede socioassistencial de Teresina reformulou os atendimentos, que têm utilizado a tecnologia como aliada nas ativdades. É por meio do telefone celular que os profissionais das unidades de Centro-Dia de Referência para pessoas com deficiência têm dado continuidade aos seus trabalhos e sendo suporte às famílias durante a crise.

Tâmara Narrara, coordenadora da unidade “Saber Cuidar”, explicou que os atendimentos sofreram modificações ainda no início da pandemia. Segundo ela, a equipe técnica fez visitas domiciliares para conhecer a realidade de cada família e distribuiu cestas básicas. A coordenadora afirma que o acompanhamento às crianças e famílias é essencial e, por isso, o corpo multiprofissional tem dado toda assistência às famílias de forma remota.

“A gente tem mantido os atendimentos, reforçando a importância do cuidado devido às crianças serem do grupo de risco, por terem baixa imunidade. Acompanhamos as mães por telefone e, através de um grupo no WhatsApp, damos orientações para o dia a dia delas com as crianças. Nós também trabalhamos articulados com outras instituições da rede para auxiliar essas famílias nas mais diversas demandas, seja de medicamentos ou auxílios”, disse.

Elda Lira é mãe do Bernardo de 3 anos. Ele possui Síndrome de Charge e é acompanhado pelo Centro Dia, a mãe diz que a instituição tem sido um importante apoio a ela nesses dias. “É uma instituição que é voltada para o bem-estar dos nossos filhos, mas também para nós, mães, a gente precisa desse apoio. Nesses dias difíceis de isolamento social, o Centro Dia de Microcefalia tem sido um suporte para mim. Nesse grupo do WhatsApp a gente recebe dicas de terapia, de como cuidar de nossos filhos e de como manter distante esse vírus. Nele também recebo mensagens de ânimo, nós que temos filhos especiais também precisamos muito de um apoio psicológico e no Centro-Dia eu encontro isso”, declara a mãe.

Na instituição especializada para o atendimento infantil são acompanhadas 70 crianças de zero a 12 anos, acometidas por diversas síndromes como Microcefalia, Hidrocefalia, Paralisia Cerebral, Síndrome de West, Edward e Autismo. A Terapeuta Ocupacional, Clarissa Ellen Oliveira, explica como tem sido feito o trabalho de acompanhamento na prática.

“Temos trabalhado com vídeos produzidos por nós e outros baixados da internet que explicam e orientam como as mães podem estar estimulando as crianças em casa. Damos sugestões de atividades e reforçamos os objetivos terapêuticos. Esse acompanhamento tem sido feito tanto no grupo das mães como individualmente, enfatizando que as crianças precisam ser estimuladas continuamente e que, em meio a pandemia, elas podem estar desenvolvendo esse papel de estimuladoras”, disse.

A terapeuta sublinha a necessidade de continuidade das terapias em casa e lembra que esse momento também pode ser aproveitado para reforçar ainda mais os laços afetivos entre as mães e seus filhos. “O nosso público são crianças com atraso em seu desenvolvimento global e as terapias têm como objetivo, não somente a melhora, mas fazer com que elas não regridam tanto em seus quadros; é proporcionar qualidade de vidas a essas crianças” finaliza Clarissa.

O Centro-Dia é um serviço socioassistencial voltado para pessoas com deficiência (crianças, jovens e adultos) e suas famílias. Ao todo, cerca de 140 são assistidas em duas unidades. O serviço tem como objetivo proporcionar o fortalecimento dos vínculos familiares e a convivência comunitária. A instituição é vinculada ao Centro de Referência Especial em Assistência Social (CREAS), administrada pela Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).

fonte pmt.pi.gov.br