Nesta terça-feira, 10 de junho, foi realizado o evento “Trabalho Infantil: Uma Dívida com o Futuro”, na sede do Ministério Público do Piauí (MPPI), localizada na zona leste de Teresina. A iniciativa foi promovida pelo Fórum de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente do Piauí (FEPETI-PI) e contou com a presença de conselheiros tutelares, profissionais dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e adolescentes acompanhados pela Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi).
O evento teve o apoio de diversos órgãos, como o Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDCA), o Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT/PI), o Ministério do Trabalho, o Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região (TRT-22), o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) e a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Piauí (OAB/PI).

A abertura contou com a fala da coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude (Caodij), promotora Joselisse Carvalho. “Momentos como esses são importantes para discutirmos como atuar para acabar com essa realidade que prejudica o futuro de muitas crianças e adolescentes”, afirmou.
Durante a programação, quatro palestras abordaram o tema sob diferentes perspectivas. O servidor do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) e militante social Felipe Caetano compartilhou sua trajetória de vida e atuação em movimentos de enfrentamento ao trabalho infantil. Em seguida, Maria Rita Lemos, ex-integrante do Comitê de Participação de Adolescentes do Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (CPA/Conanda), incentivou os adolescentes presentes a se envolverem ativamente na defesa dos seus direitos. “Foi algo impactante e positivo participar da CPA. Nós precisamos nos envolver e dar a nossa contribuição para a criação de projetos e ações que efetivamente acabem com qualquer tipo de violação dos nossos direitos”, disse a jovem.

O advogado Rubervam Nascimento, um dos fundadores do FEPETI-PI, apresentou um panorama histórico da criação do Fórum, enquanto a assistente social do Tribunal de Justiça do Piauí, Sâmia Cristina Pereira, falou sobre os desafios das novas formas de exploração do trabalho infantil na era digital.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua) de 2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registrou 1,6 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil. Desse total, 586 mil estavam expostos às piores formas de trabalho infantil. No Piauí, dados de 2019 indicam que 51.803 crianças e adolescentes da mesma faixa etária estavam nessa condição, o que representava 7,9% da população de 5 a 17 anos no estado.

O evento reforçou a importância da atuação integrada entre instituições públicas e sociedade no combate à exploração do trabalho infantil. A população pode contribuir com denúncias por meio do Disque 100, diretamente aos conselhos tutelares ou ao Ministério Público do Trabalho.
fonte www.mppi.mp.br
Coordenadoria de Comunicação Social
Ministério Público do Estado do Piauí - MPPI