A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) decidiu revogar o pregão eletrônico que previa a contratação da empresa Big Data Health, investigada pela Polícia Federal na Operação Omni, que apura supostas fraudes milionárias em contratos da saúde pública. A medida foi formalizada por meio do Ato nº 295, assinado pelo secretário Antônio Luiz Soares Santos e publicado no Diário Oficial do Estado do dia 3 de outubro.
A decisão ocorre poucos dias após a deflagração da operação, que resultou na prisão de gestores de organizações sociais de saúde (OSSs), entre eles Bruno Santos Leal Campos e Nêmesio Martins de Castro Neto, ligados à Big Data Health. Ambos foram soltos pela Justiça na sexta-feira (3), após prestarem depoimento. A investigação aponta possíveis irregularidades na execução de contratos públicos em diferentes estados, incluindo o Piauí.
Antes da revogação, a Big Data Health havia sido declarada vencedora do processo licitatório, estimado em mais de R$ 40 milhões, para o fornecimento de um sistema de gerenciamento e acompanhamento de diagnósticos e tratamentos de hipertensão, diabetes e dislipidemia, dentro do Programa Mais Saúde Piauí. Apesar da homologação, nenhum contrato chegou a ser assinado entre a empresa e o Governo do Estado.
Com a decisão, a Sesapi anulou a Ata de Registro de Preços nº VI/2025 e todos os atos derivados do certame, incluindo eventuais contratações que pudessem estar em andamento. O secretário também determinou o arquivamento do processo após o cumprimento das formalidades legais.
Investigados soltos pela justiça
Na última sexta-feira (3), a Justiça Federal autorizou a soltura de dois gestores de Organizações Sociais de Saúde (OSSs) que haviam sido presos no último dia 30 de setembro durante uma operação da Polícia Federal que investiga um esquema de fraudes milionárias no setor da saúde pública no estado do Piauí.
As apurações apontam para um complexo esquema envolvendo superfaturamento de contratos, lavagem de dinheiro, direcionamento em licitações e uso de documentos falsos em acordos firmados entre as OSSs, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) e a Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina. Como parte das medidas cautelares, dois servidores públicos foram afastados de suas funções nas respectivas instituições.
fonte www.portalr10.com
